Palavra do leitor
- 14 de maio de 2010
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Igreja: desprezar, reformar ou revolucinar?
Alguns estudiosos e pesquisadores da igreja evangélica, em nível mundial, tem falado sobre a necessidade de uma nova reforma na igreja. A igreja evangélica cresceu em número, mas não em influência. Seu crescimento se deu ás custas do marketing e estratégias empresariais. A teologia da prosperidade descaracterizou a essência da mensagem e da razão de ser da igreja. Estariamos necessitando de outra reforma? Ou revolução?
O que a reforma protestante fez?
Resgatou a doutrina da justificação pela fé, talvez a principal doutrina do cristianismo, obscurecida sob o manto papal. Além disso pouco ou quase nada. Apesar de ser um excelente avanço na área teológica e doutrinária, os moldes, a estrutura e a separação entre clero e laicato, foram mantidas. A beleza e riqueza doutrinaria do sacerdócio de todos os crentes foi obscurecido. Até hoje, a igreja evangélica em nível mundial não conseguiu mudar estes paradigmas criados pelo catolicismo: missa/culto – padre/pastor – capela/templo.
O que a reforma protestante não fez?
Não resgatou a simplicidade da igreja mantendo a divisão entre clero e laicato e o formato institucional. Hoje, este formato piorou com a igreja midiática, ou eletrônica. O modelo de hoje, com um pregador falando e uma pequena multidão passiva ouvindo, se mantém e não passa de uma cópia mal melhorada das missas romanas. A Igreja em Células, Grupos Familiares ou Pequenos Grupos tentam resgatar um pouco do que o cristianismo de Atos dos Apóstolos vivia mas ainda centraliza demasiadamente o controle na mão de alguns “profissionais” da religião, com seus programas de crescimento mirabolantes, a grande maioria impregnado de estratégias humanas de marketing.
O que a igreja na TV faz?
Anuncia a mensagem, mas embrulhado de forma atraente ao perfil das pessoas de nossa época: clientelistas e imediatistas. Atingem locais inimagináveis como hotéis de luxo, motéis, bocas do tráfico, bares , choperias, etc. Porém há muita concorrência por audiência. Isso leva os produtores a se adequarem cada vez mais as exigências do “mercado evangélico” (tenho repulsa a esta expressão) fazendo concessões e misturando valores genuinamente cristãos com a mentalidade materialista de nossa época.
O que a igreja na TV não faz?
Não proporciona pastoreamento personalizado, comunhão cristã, nem ensina compromisso no Corpo de Cristo. Propõe ser um pronto socorro, mas não passa de um paliativo. Se assistem apenas os cultos na TV não crescem espiritualmente devido a passividade. Caso se dirijam a mesma igreja da TV em sua cidade, percebem que é bem diferente da TV e mesmo assim segue o mesmo esquema de “pronto socorro espiritual” sem proporcionar pastoreamento adequado e comunhão cristã.
Onde está a verdade?
Já tomou ônibus errado? A gente olha a plaqueta ou o número da linha, identifica como certo, entra, senta, e depois de algum tempo, não reconhecendo o trajeto. Pergunta pelo destino ao cobrador e então descobrimos nosso equivoco. Descemos rapidamente, retornamos ao ponto de partida e esperamos pacientemente pelo ônibus certo. Perdemos tempo e dinheiro, e as vezes até nosso compromisso ou nosso destino! E se estivermos enganados com respeito a igreja? Uma igreja errada poderá nos levar a um destino errado. Já pensou? Como saber então se “peguei o ônibus certo’? Para saber se estou de fato inserido naquilo que Jesus chamou de igreja preciso conhecer A ORIGEM, O PROPÓSITO E A MISSÃO da igreja, e me sentir parte dela.
Origem
Engana-se que diz que a igreja nasceu no pentecostes. Primeiramente por que o termo “igreja” (ekklesia) já existia nos evangelhos e porque na chamada dos discípulos Jesus formou sua igreja. Ela foi cheia do Espírito no Pentecoste, mas já existia com os doze, cresceu para 120 e então foi batizada com o Espírito Santo. O modelo oroginal portanto não é o de Pedro pregando para milhares ouvintes mas o dia a dia de Jesus com seus discípulos. Uma caminhada. Um estilo de vida. Não uma religião.
“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios” Marcos 3:13 à 15.
Se uma igreja não incentiva o aprofundamento de relacionamento com Cristo e não fornece espaço para relacionamento interpessoal numa comunidade receptiva e acolhedora, ela deixa de ser igreja.
Propósito
A igreja não existe para “melhorar” a vidas das pessoas, mas para glorificar a Deus (Ef 1: 12) e manifestar sua presença na terra (1 Co 12:27 e Cl 1:18). Se a igreja chega a melhorar a vida de alguém é porque levou esta pessoa a Cristo, para remissão de seus pecados, fazendo com que entendesse o evangelho, em todas as suas implicações, e, arrependendo-se, recebe perdão, alívio e paz. Daí em diante, se sua vida prosperar, foi devido uma mudança interior, abandonando vícios, reconciliando-se com desafetos, e vivendo a vida familiar em harmonia.
Se a igreja não manifesta a presença de Cristo na sociedade e não vive para a glória de Deus, deixa de ser igreja.
Missão
A igreja não existe para construir prédios, fazer marketing, vender livros, camisetas ou CDs, abrir rádios e TVs, realizar eventos, promover homens e mulheres de Deus, nem mesmo, acredite, converter o mundo! A missão da igreja é fazer discípulos.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” Mateus 28:19,20 . Toda a dita “programação da igreja” deve ser voltada única e exclusivamente a cumprir a missão dada pelo Senhor, nada mais. Se a igreja não faz discípulos não está cumprindo sua missão e deixa de ser igreja.
Como saber se pertenço a igreja?
Se você é um pastor ou líder cristão, a pergunta pode ser outra: o que estou pastoreando atualmente pode ser definido biblicamente como Igreja? Para que esta pergunta possa ser respondida, algumas outras devem ser feitas. Creio que a origem da igreja se deu na chamada dos 12, foi confirmada na cruz e comissionada no pentecostes? Creio que o modelo de igreja é o relacionamento de Jesus com seus discípulos ou um auditório comportado que me ouve dominicalmente cantando hinos maravilhosos e dando a impressão de que estão de fato carregando sua cruz dia a dia?
Entendo que a igreja é o Corpo de Cristo e por isso, estando reunida, manifesta a presença de Cristo ao mundo? Jesus pode ser “visto” nas reuniões de minha igreja? Estou atualmente sendo discipulado e discipulando alguém? A prioridade máxima em minha igreja é discipular?
Ônibus errado leva ao destino errado. Igreja errada, para onde poderá nos levar?
“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” ( I Tm 3:14 ,15).
A igreja é a “Casa de Deus”, não a minha casa. Fui convidado a entrar nela e nela viver. Não como hospede, mas como filho adotivo. Só o fato de estar ali, já deve ser suficiente. Qualquer benefício que disto me advier, é graça, abundante graça. Mas preciso conhecê-la bem para me ajustar a sua origem, seu propósito e missão para estar ciente “de como se deve proceder na casa de Deus”.
O que a reforma protestante fez?
Resgatou a doutrina da justificação pela fé, talvez a principal doutrina do cristianismo, obscurecida sob o manto papal. Além disso pouco ou quase nada. Apesar de ser um excelente avanço na área teológica e doutrinária, os moldes, a estrutura e a separação entre clero e laicato, foram mantidas. A beleza e riqueza doutrinaria do sacerdócio de todos os crentes foi obscurecido. Até hoje, a igreja evangélica em nível mundial não conseguiu mudar estes paradigmas criados pelo catolicismo: missa/culto – padre/pastor – capela/templo.
O que a reforma protestante não fez?
Não resgatou a simplicidade da igreja mantendo a divisão entre clero e laicato e o formato institucional. Hoje, este formato piorou com a igreja midiática, ou eletrônica. O modelo de hoje, com um pregador falando e uma pequena multidão passiva ouvindo, se mantém e não passa de uma cópia mal melhorada das missas romanas. A Igreja em Células, Grupos Familiares ou Pequenos Grupos tentam resgatar um pouco do que o cristianismo de Atos dos Apóstolos vivia mas ainda centraliza demasiadamente o controle na mão de alguns “profissionais” da religião, com seus programas de crescimento mirabolantes, a grande maioria impregnado de estratégias humanas de marketing.
O que a igreja na TV faz?
Anuncia a mensagem, mas embrulhado de forma atraente ao perfil das pessoas de nossa época: clientelistas e imediatistas. Atingem locais inimagináveis como hotéis de luxo, motéis, bocas do tráfico, bares , choperias, etc. Porém há muita concorrência por audiência. Isso leva os produtores a se adequarem cada vez mais as exigências do “mercado evangélico” (tenho repulsa a esta expressão) fazendo concessões e misturando valores genuinamente cristãos com a mentalidade materialista de nossa época.
O que a igreja na TV não faz?
Não proporciona pastoreamento personalizado, comunhão cristã, nem ensina compromisso no Corpo de Cristo. Propõe ser um pronto socorro, mas não passa de um paliativo. Se assistem apenas os cultos na TV não crescem espiritualmente devido a passividade. Caso se dirijam a mesma igreja da TV em sua cidade, percebem que é bem diferente da TV e mesmo assim segue o mesmo esquema de “pronto socorro espiritual” sem proporcionar pastoreamento adequado e comunhão cristã.
Onde está a verdade?
Já tomou ônibus errado? A gente olha a plaqueta ou o número da linha, identifica como certo, entra, senta, e depois de algum tempo, não reconhecendo o trajeto. Pergunta pelo destino ao cobrador e então descobrimos nosso equivoco. Descemos rapidamente, retornamos ao ponto de partida e esperamos pacientemente pelo ônibus certo. Perdemos tempo e dinheiro, e as vezes até nosso compromisso ou nosso destino! E se estivermos enganados com respeito a igreja? Uma igreja errada poderá nos levar a um destino errado. Já pensou? Como saber então se “peguei o ônibus certo’? Para saber se estou de fato inserido naquilo que Jesus chamou de igreja preciso conhecer A ORIGEM, O PROPÓSITO E A MISSÃO da igreja, e me sentir parte dela.
Origem
Engana-se que diz que a igreja nasceu no pentecostes. Primeiramente por que o termo “igreja” (ekklesia) já existia nos evangelhos e porque na chamada dos discípulos Jesus formou sua igreja. Ela foi cheia do Espírito no Pentecoste, mas já existia com os doze, cresceu para 120 e então foi batizada com o Espírito Santo. O modelo oroginal portanto não é o de Pedro pregando para milhares ouvintes mas o dia a dia de Jesus com seus discípulos. Uma caminhada. Um estilo de vida. Não uma religião.
“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios” Marcos 3:13 à 15.
Se uma igreja não incentiva o aprofundamento de relacionamento com Cristo e não fornece espaço para relacionamento interpessoal numa comunidade receptiva e acolhedora, ela deixa de ser igreja.
Propósito
A igreja não existe para “melhorar” a vidas das pessoas, mas para glorificar a Deus (Ef 1: 12) e manifestar sua presença na terra (1 Co 12:27 e Cl 1:18). Se a igreja chega a melhorar a vida de alguém é porque levou esta pessoa a Cristo, para remissão de seus pecados, fazendo com que entendesse o evangelho, em todas as suas implicações, e, arrependendo-se, recebe perdão, alívio e paz. Daí em diante, se sua vida prosperar, foi devido uma mudança interior, abandonando vícios, reconciliando-se com desafetos, e vivendo a vida familiar em harmonia.
Se a igreja não manifesta a presença de Cristo na sociedade e não vive para a glória de Deus, deixa de ser igreja.
Missão
A igreja não existe para construir prédios, fazer marketing, vender livros, camisetas ou CDs, abrir rádios e TVs, realizar eventos, promover homens e mulheres de Deus, nem mesmo, acredite, converter o mundo! A missão da igreja é fazer discípulos.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” Mateus 28:19,20 . Toda a dita “programação da igreja” deve ser voltada única e exclusivamente a cumprir a missão dada pelo Senhor, nada mais. Se a igreja não faz discípulos não está cumprindo sua missão e deixa de ser igreja.
Como saber se pertenço a igreja?
Se você é um pastor ou líder cristão, a pergunta pode ser outra: o que estou pastoreando atualmente pode ser definido biblicamente como Igreja? Para que esta pergunta possa ser respondida, algumas outras devem ser feitas. Creio que a origem da igreja se deu na chamada dos 12, foi confirmada na cruz e comissionada no pentecostes? Creio que o modelo de igreja é o relacionamento de Jesus com seus discípulos ou um auditório comportado que me ouve dominicalmente cantando hinos maravilhosos e dando a impressão de que estão de fato carregando sua cruz dia a dia?
Entendo que a igreja é o Corpo de Cristo e por isso, estando reunida, manifesta a presença de Cristo ao mundo? Jesus pode ser “visto” nas reuniões de minha igreja? Estou atualmente sendo discipulado e discipulando alguém? A prioridade máxima em minha igreja é discipular?
Ônibus errado leva ao destino errado. Igreja errada, para onde poderá nos levar?
“Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” ( I Tm 3:14 ,15).
A igreja é a “Casa de Deus”, não a minha casa. Fui convidado a entrar nela e nela viver. Não como hospede, mas como filho adotivo. Só o fato de estar ali, já deve ser suficiente. Qualquer benefício que disto me advier, é graça, abundante graça. Mas preciso conhecê-la bem para me ajustar a sua origem, seu propósito e missão para estar ciente “de como se deve proceder na casa de Deus”.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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