Palavra do leitor
- 04 de dezembro de 2011
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Homossexualismo, Sodoma e Gomorra
Sodoma e Gomorra legaram o termo sodomia, usado para descrever pejorativamente o ato sexual anal, hetero e homossexual, podendo se estender ao coito com animais e crianças1. Ambas, acredita-se, destruídas em função exclusiva da homossexualidade dos seus habitantes.
O evento (Gn18-19) é parte da história de Abrão e Ló e do relacionamento entre Iahweh e Abrão. Nos capítulos precedentes, é narrada a evolução da aliança entre ambos, sua circuncisão, em resposta à promessa de que seria pai de muitos povos e de reis.
Iahweh notifica Seu eleito de que as "as acusações contra Sodoma e Gomorra são tantas e o seu pecado é tão grave que descerei para ver se o que eles têm feito corresponde ao que tenho ouvido" (v. 20 e 21). E a questão ética posta por Abraão é se o justo seria destruído por causa do culpado. Ou, quantos justos são necessários para que um culpado viva?
A hospitalidade naquela época era dever universal, uma garantia mútua contra os perigos da natureza e gerados pelo próprio homem. A atitude estabelecia um vínculo de obrigações mútuas: ao anfitrião caberia alimentar e proteger o peregrino (mesmo às custas de sacrifício pessoal ou da família – já que era ela a anfitriã, e não somente o chefe), e a este respeitar a casa que o acolhia, poupando-lhe inconvenientes.
Ló insiste com os dois visitantes, que não reconhece enquanto anjos, para que desfrutem de sua hospitalidade. Sua insistência sinaliza duas possibilidades: seu empenho em cumprir o dever da hospitalidade e/ou a percepção do risco em especial que eles estariam correndo caso ficassem na praça. Por outro lado, é improvável que imaginasse a reação da multidão, pois se assim fosse, não exporia suas filhas, garantia de sua descendência, ao risco do opróbrio e da morte (como ocorre com a concubina em Jz 19).
Contra três homens, toda a população masculina pleiteia o direito de “conhecer” os visitantes, mesmo contra a vontade deles. O caráter sexual da intenção é claro:
1. “conhecer” é um verbo utilizado no livro de Gênesis com sentido majoritariamente sexual;
2. Ló propõe uma troca, suas duas filhas virgens pelos visitantes.
A proposta de troca explicita o caráter, no minimo, bissexual dos atacantes, já que não faria sentido a proposta se ela não fosse “atrativa”. Portanto, fica em aberto a razão da turba. Estupro é tratar o outro como coisa, é humilhá-lo, desonrá-lo. O tratamento que ela pretendia dar aos visitantes era o praticado com os prisioneiros de guerra. Outro autor discute que a sexualidade da região era basicamente falocêntrica, e a penetração de um homem por outro o rebaixava, mas não retirava o caráter heterossexual dos envolvidos.
Que tipo de estupro: por parte de homossexuais ou de heterossexuais/bissexuais? Poderia ser aplicado a esta época situações contemporâneas, como, por exemplo, o relato de que o estupro por parte de homossexuais ser incomum fora de ambientes fechados, como prisões (nesta circunstância predomina a violência sobre o ato sexual em si), demonstrandp raiva e poder?
Há diversos pecados. O abuso do fraco e indefeso; o desrespeito a um costume, se não lei, sagrada, a hospitalidade; a covardia em fazer o mal através da força bruta desproporcional em relação ao adversário; o prazer em infligir sofrimento e dor ao próximo.
Os profetas os enumeram: soberba, a riqueza, a tranquilidade, com a exclusão do “desgraçado e pobre” e abominações, acrescido do envaidecimento em frente a Iahweh (Ez 16.49-50). No VT, abominações inclui uma série de relações sexuais: entre aparentados consanguíneos/por afinidade, homossexualismo e bestialismo. Hipocrisia, injustiça social e rebelião aberta (Is 1.9; 3.8,9). Adultério, mentira, apoio ao perverso, obstáculo ao arrependimento (Jr 23.14).
Judas enfatiza que estas cidades “se entregaram à imoralidade e a relações sexuais antinaturais”, “fornicaram, deram-se a vícios contra a natureza” (Bíblia do Peregrino), “por se terem prostituído, procurando unir-se a seres de uma natureza diferente” (Bíblia de Jerusalém). O grego original é “foram após outra carne”; o comentarista da Bíblia de Jerusalém propõe que o pecado delas foi terem atentado contra anjos. Mas em outras passagens a Bíblia usa expressões mais diretas e claras para falar de homossexualismo. E o caráter angelical dos visitantes era desconhecido. Talvez a opção mais correta seja entender uma referência educada ao bestialismo.
Levando em conta todos os textos bíblicos, a conclusão que se impõe é que Sodoma e Gomorra eram cidades absolutamente corrompidas, em todas as esferas, do privado ao social. Assim como em outras situações bíblicas (como, por exemplo, os Evangelhos) cada autor inspirado usou o aspecto do episódio que dizia respeito ao assunto que ele abordava. Foram punidas por se encontrarem fora da possibilidade de arrependimento, em rebelião aberta e de longa data. Não há um pecado que sobreponha ao outro.
O evento (Gn18-19) é parte da história de Abrão e Ló e do relacionamento entre Iahweh e Abrão. Nos capítulos precedentes, é narrada a evolução da aliança entre ambos, sua circuncisão, em resposta à promessa de que seria pai de muitos povos e de reis.
Iahweh notifica Seu eleito de que as "as acusações contra Sodoma e Gomorra são tantas e o seu pecado é tão grave que descerei para ver se o que eles têm feito corresponde ao que tenho ouvido" (v. 20 e 21). E a questão ética posta por Abraão é se o justo seria destruído por causa do culpado. Ou, quantos justos são necessários para que um culpado viva?
A hospitalidade naquela época era dever universal, uma garantia mútua contra os perigos da natureza e gerados pelo próprio homem. A atitude estabelecia um vínculo de obrigações mútuas: ao anfitrião caberia alimentar e proteger o peregrino (mesmo às custas de sacrifício pessoal ou da família – já que era ela a anfitriã, e não somente o chefe), e a este respeitar a casa que o acolhia, poupando-lhe inconvenientes.
Ló insiste com os dois visitantes, que não reconhece enquanto anjos, para que desfrutem de sua hospitalidade. Sua insistência sinaliza duas possibilidades: seu empenho em cumprir o dever da hospitalidade e/ou a percepção do risco em especial que eles estariam correndo caso ficassem na praça. Por outro lado, é improvável que imaginasse a reação da multidão, pois se assim fosse, não exporia suas filhas, garantia de sua descendência, ao risco do opróbrio e da morte (como ocorre com a concubina em Jz 19).
Contra três homens, toda a população masculina pleiteia o direito de “conhecer” os visitantes, mesmo contra a vontade deles. O caráter sexual da intenção é claro:
1. “conhecer” é um verbo utilizado no livro de Gênesis com sentido majoritariamente sexual;
2. Ló propõe uma troca, suas duas filhas virgens pelos visitantes.
A proposta de troca explicita o caráter, no minimo, bissexual dos atacantes, já que não faria sentido a proposta se ela não fosse “atrativa”. Portanto, fica em aberto a razão da turba. Estupro é tratar o outro como coisa, é humilhá-lo, desonrá-lo. O tratamento que ela pretendia dar aos visitantes era o praticado com os prisioneiros de guerra. Outro autor discute que a sexualidade da região era basicamente falocêntrica, e a penetração de um homem por outro o rebaixava, mas não retirava o caráter heterossexual dos envolvidos.
Que tipo de estupro: por parte de homossexuais ou de heterossexuais/bissexuais? Poderia ser aplicado a esta época situações contemporâneas, como, por exemplo, o relato de que o estupro por parte de homossexuais ser incomum fora de ambientes fechados, como prisões (nesta circunstância predomina a violência sobre o ato sexual em si), demonstrandp raiva e poder?
Há diversos pecados. O abuso do fraco e indefeso; o desrespeito a um costume, se não lei, sagrada, a hospitalidade; a covardia em fazer o mal através da força bruta desproporcional em relação ao adversário; o prazer em infligir sofrimento e dor ao próximo.
Os profetas os enumeram: soberba, a riqueza, a tranquilidade, com a exclusão do “desgraçado e pobre” e abominações, acrescido do envaidecimento em frente a Iahweh (Ez 16.49-50). No VT, abominações inclui uma série de relações sexuais: entre aparentados consanguíneos/por afinidade, homossexualismo e bestialismo. Hipocrisia, injustiça social e rebelião aberta (Is 1.9; 3.8,9). Adultério, mentira, apoio ao perverso, obstáculo ao arrependimento (Jr 23.14).
Judas enfatiza que estas cidades “se entregaram à imoralidade e a relações sexuais antinaturais”, “fornicaram, deram-se a vícios contra a natureza” (Bíblia do Peregrino), “por se terem prostituído, procurando unir-se a seres de uma natureza diferente” (Bíblia de Jerusalém). O grego original é “foram após outra carne”; o comentarista da Bíblia de Jerusalém propõe que o pecado delas foi terem atentado contra anjos. Mas em outras passagens a Bíblia usa expressões mais diretas e claras para falar de homossexualismo. E o caráter angelical dos visitantes era desconhecido. Talvez a opção mais correta seja entender uma referência educada ao bestialismo.
Levando em conta todos os textos bíblicos, a conclusão que se impõe é que Sodoma e Gomorra eram cidades absolutamente corrompidas, em todas as esferas, do privado ao social. Assim como em outras situações bíblicas (como, por exemplo, os Evangelhos) cada autor inspirado usou o aspecto do episódio que dizia respeito ao assunto que ele abordava. Foram punidas por se encontrarem fora da possibilidade de arrependimento, em rebelião aberta e de longa data. Não há um pecado que sobreponha ao outro.
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