Homil-É-T-I-C-A, Estética e “esquelética”.

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Homilética tem T-U-D-O a ver com ÉTICA. Muito a ver com Estética. E, “pouco” a ver com “esquelética”. Ela é arte de pregar pro pregador! E, é arte da paciência do ouvinte???


1 - Ética –

Homilética, mais que metodologia para a pregação, tem tudo a ver com a ética, e, é, prioritariamente, ética, pois, se se deve pregar a verdade, e, mais, toda a verdade, esta não pode faltar na preparação, apresentação e avaliação do sermão. A pequena-GRANDE obra Esboços de Homilética, do Pr. José MUNGUBA SOBRINHO, da antiga Casa Publicadora Batista, nome de fantasia da JUERP – Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira –, alerta-quanto, e, sobretudo APERTA-CONTRA o plágio, que para Antônio Houaiss, é palavra de 1789, enquanto plagiar, de 1880, que é “apresentar como da própria autoria (obra artística, científica, etc. que pertence a outrem)”. Plágio e plagiário (que é plagiador), também de 1789, são palavras mais velhas que a plagiar; aliás, o indivíduo e a ação vêm muito antes do século XVIII. Tendo essa lição de J. Munguba Sobrinho, antes d´eu ir para os seminários, logo procurei, eu mesmo, no texto bíblico, ver a mensagem, e, assim, preparar o sermão. Por tudo que esse pouco mais que livrete de Munguba Sobrinho traz, quero relê-lo.


2 - Estética –

Homilética, como retórica para oratória sacra, tem muito a ver com estética. Vi isso no A Preparação de Sermões, de Andrew Watterson Blackwood, da década dos 40 (1948), e no Brasil na dos 60 (1965), reeditado pela retro citada JUERP na dos 80 (...), sim, nele vi a pregação como uma obra de arte mesmo, na singeleza e leveza próprias de muitas cousas belas. Blackwood nos legou um (!) livro-grande, mas-MAIS, O (???) GRANDE-LIVRO. Isso, também, vi no Integridade da Pregação, doutro John Knox, semi-contemporâneo, esse pequeno só no tamanho, que eu li, de u´a sentada, em 1977, no meu quarto seminarístico perto do rio Capibaribe e do estádio Ilha do Retiro, numa noite sabatina, enquanto colegas estavam para as famosas sociais da mocidade de antanho. Blackwood pude ler, só, depois, mas, mais demoradamente. Quero, outrossim, reler ambos, esse de Knox também da ASTE, que, com os outros, está perdido na parte de minha biblioteca maior e mais bagunçada, um quarto que é um monturo de livro (ou lixo?) e outros volumes. Logo que eu o localizar, se preciso e possível, tratarei dele.


3 - Esquelética –

Homilética, como arte de pregar, tem pouco a ver com esquelética. Mas, algo tem a ver. Se não no papel, o pregador deve ter na mente o esqueleto da mensagem, para, durante a pregação, colocar carne. O pregador sobe ao púlpito com um espeto. Mas, este não consegue espetar as pessoas, e nem isso deve ser feito, pois a carne da pregação é que espeta não o corpo, mas, o coração do ouvinte. A pregação precisa desse esqueleto, pois a carne que o pregador preparou no gabinete precisa se firmar numa estrutura, bem definida, pois, muita carne leva o povo a passar mal... O pequeno-GRANDE livro, do Pr.-Prof. Herculano Gouvêia Jr., o Lições de Retórica Sagrada, é, em si, uma obra esquelética, que traz, incluso, sermões com pouca carne, e esqueletos ou esboços de pregações. Esse pouco além de um opúsculo, editado por familiares do autor, quando este já estava falecido, foi reeditado pela LPC Produções. Esse volume é resultado de apontamentos de aulas, mas, sem resultar em desapontamentos para os leitores. Eis outro escrito que vale a pena ler de novo.


Homilética obedecendo a ética, trazendo estética, pode ser esquelética, não como um semi-morto, mas, esqueleto com carne viva para os ouvintes se deliciarem, sem se impacientarem.


(Tripas / tri-Paz – 265).

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Opinião do leitor