Palavra do leitor
- 29 de maio de 2011
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Hoje, quem manda nas escolas são os alunos
Hoje, está acontecendo nas escolas uma inversão de valores e de posições. De uns tempos para cá, os alunos, literalmente, estão tomando conta das escolas e impondo suas regras, suas vontades e seus desejos em detrimento da Escola como agente de ensino e formadora de cidadãos e cidadãs. Este fato hoje já é visto em praticamente todas as escolas públicas com a tendência de aumentar ainda mais com o passar do tempo.
Sou do tempo em que o Diretor era respeitado e até temido, o professor era obedecido, o coordenador realmente coordenava as ações em conjunto com o Diretor e os professores. Os funcionários, além de ajudarem na organização geral da escola e no apoio à Direção, eram respeitados pelos alunos orientando-os na ausência do professor.O aluno sabia e conhecia o seu lugar, pedia licença ao professor para entrar e para sair da sala de aula, respeitava o professor como autoridade máxima na sala e também respeitava o seu colega de classe. Bons tempos aqueles!
Lembro-me, eu já estava na 4ª série e às vezes chegava atrasado e ficava parado na porta da sala aguardando que a professora, que se chamava Vicência, me visse e então eu lhe dizia: "Com licença, dona Vicência!". Com a sua permissão, eu entrava em silêncio e me sentava sem fazer barulho para não atrapalhar os demais alunos. Era muito raro eu chegar atrasado, mas às vezes acontecia pelo motivo exposto acima. O silêncio reinava na sala, todos ocupados em fazer as atividades propostas, e quando queríamos perguntar alguma coisa levantávamos a mão e aguardávamos a devida permissão.
A obediência era a tônica na sala onde o professor tinha ambiente próprio e total condição de passar aos alunos o conteúdo programático da aula com a certeza de que os alunos estavam ali realmente para aprender. E aprendíamos muito na sala, e depois estudávamos em casa, às vezes em grupo, fazendo o "Para casa" que a professora tinha passado e ia corrigir no dia seguinte. E ai de quem não fizesse! Naquele tempo tinha a hora de estudar e a hora de brincar. E a gente muito bem separar as coisas.
Hoje, quem manda nas escolas são os alunos. O professor funciona como um elemento a mais na sala, às vezes como se fosse um robô. O aluno entra quando quer e sai na hora que bem entende. Dentro da sala se comporta como se estivesse num parque de diversões: correndo de um lado para o outro, pulando sobre as carteiras, brincando de pega-pega - e a moda hoje é arrancar folhas de cadernos, fazer pequenas bolas de papel e jogar uns nos outros ou no cestinho de lixo para ver quem acerta mais. Enquanto isto, a lousa está cheia de atividades e o professor muitas vezes fica sentado aguardando ter um mínimo de condição para explicar a lição. Não faz muito tempo, uma professora pediu-me que eu fosse imediatamente à sala de aula, pois alguns alunos tinham colocado fogo na sala. Fui o mais rápido que pude e constatei que estava pegando fogo na lata de lixo e a fumaça já obrigava alguna alunos a sairem. Imediatamente chutei a lata para fora da sala e peguei um pouco de água para apagar o fogo. Enquanto isto acontecia, os alunos davam risada... Sem comentários.
Quando alguém comenta comigo sobre a situação lamentável das escolas hoje, eu cotumo dizer: a tendência é piorar. Por uma razão muito simples: se está piorando a cada dia e não há nenhum esforço conjunto ou vontade política para mudar as coisas, logicamente só pode piorar. Se não há silêncio e concentração, como o professor pode ensinar? Se não há respeito ao professor, como ele vai se impor e exigir que os alunos estudem? Se não há retenção de alunos, como os alunos vão se sentir obrigados a estudar? O que a gente mais ouve hoje dos alunos é: "Vou estudar pra que se eu vou passar de ano do mesmo jeito?". E o pior é que passa mesmo.
É muito triste esta situação, pois considero a educação o bem mais importante de uma Nação. O que esperar de um País que não prioriza a sua Educação? Sem educação de qualidade teremos maus cidadãos e, por conseguinte, continuaremos tendo maus políticos.
Sou do tempo em que o Diretor era respeitado e até temido, o professor era obedecido, o coordenador realmente coordenava as ações em conjunto com o Diretor e os professores. Os funcionários, além de ajudarem na organização geral da escola e no apoio à Direção, eram respeitados pelos alunos orientando-os na ausência do professor.O aluno sabia e conhecia o seu lugar, pedia licença ao professor para entrar e para sair da sala de aula, respeitava o professor como autoridade máxima na sala e também respeitava o seu colega de classe. Bons tempos aqueles!
Lembro-me, eu já estava na 4ª série e às vezes chegava atrasado e ficava parado na porta da sala aguardando que a professora, que se chamava Vicência, me visse e então eu lhe dizia: "Com licença, dona Vicência!". Com a sua permissão, eu entrava em silêncio e me sentava sem fazer barulho para não atrapalhar os demais alunos. Era muito raro eu chegar atrasado, mas às vezes acontecia pelo motivo exposto acima. O silêncio reinava na sala, todos ocupados em fazer as atividades propostas, e quando queríamos perguntar alguma coisa levantávamos a mão e aguardávamos a devida permissão.
A obediência era a tônica na sala onde o professor tinha ambiente próprio e total condição de passar aos alunos o conteúdo programático da aula com a certeza de que os alunos estavam ali realmente para aprender. E aprendíamos muito na sala, e depois estudávamos em casa, às vezes em grupo, fazendo o "Para casa" que a professora tinha passado e ia corrigir no dia seguinte. E ai de quem não fizesse! Naquele tempo tinha a hora de estudar e a hora de brincar. E a gente muito bem separar as coisas.
Hoje, quem manda nas escolas são os alunos. O professor funciona como um elemento a mais na sala, às vezes como se fosse um robô. O aluno entra quando quer e sai na hora que bem entende. Dentro da sala se comporta como se estivesse num parque de diversões: correndo de um lado para o outro, pulando sobre as carteiras, brincando de pega-pega - e a moda hoje é arrancar folhas de cadernos, fazer pequenas bolas de papel e jogar uns nos outros ou no cestinho de lixo para ver quem acerta mais. Enquanto isto, a lousa está cheia de atividades e o professor muitas vezes fica sentado aguardando ter um mínimo de condição para explicar a lição. Não faz muito tempo, uma professora pediu-me que eu fosse imediatamente à sala de aula, pois alguns alunos tinham colocado fogo na sala. Fui o mais rápido que pude e constatei que estava pegando fogo na lata de lixo e a fumaça já obrigava alguna alunos a sairem. Imediatamente chutei a lata para fora da sala e peguei um pouco de água para apagar o fogo. Enquanto isto acontecia, os alunos davam risada... Sem comentários.
Quando alguém comenta comigo sobre a situação lamentável das escolas hoje, eu cotumo dizer: a tendência é piorar. Por uma razão muito simples: se está piorando a cada dia e não há nenhum esforço conjunto ou vontade política para mudar as coisas, logicamente só pode piorar. Se não há silêncio e concentração, como o professor pode ensinar? Se não há respeito ao professor, como ele vai se impor e exigir que os alunos estudem? Se não há retenção de alunos, como os alunos vão se sentir obrigados a estudar? O que a gente mais ouve hoje dos alunos é: "Vou estudar pra que se eu vou passar de ano do mesmo jeito?". E o pior é que passa mesmo.
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