Palavra do leitor
- 21 de março de 2013
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Habemus Papam e/ou Habemus Christum?
Desde a surpreendente notícia da abdicação voluntária do agora "Sua Santidade Papa-Emérito" Bento XVI, a mídia não cessou em descrever todo o processo necessário para a eleição de um novo Pontífice Católico Romano. Sugeriram nomes dos cardeais "mais cotados" (incluindo o cardeal brasileiro), enquanto aguardavam a fumaça branca da chaminé da Capela Sistina. Deram total cobertura até a declaração litúrgica lida pelo mais ancião dos diáconos romanos na varanda central da Basílica de São Pedro (Vaticano): o Habemus Papam, ou seja, "Temos um Papa".
A partir daqui muitas reflexões sobre as características do mais novo Papa eleito, Francisco I (o 266º), têm tomado conta dos veículos de comunicação. Como sempre, muitas exageradas e algumas ponderadas, verdades e inverdades, de tudo um pouco. Porém, de fato, para os cristãos católicos romanos por todo o mundo, a eleição do Papa representa a continuidade da sucessão petrina na condução da Igreja Romana, dando ao argentino eleito Jorge Mario Bergoglio toda autoridade para governar a comunidade católica e ensinar aos fiéis infalivelmente. Daí a utilização dos muitos títulos papais, dos quais destaco "Sua Santidade, Vigário de Cristo, Supremo Pontífice", etc.
Outrossim, os cristãos protestantes não possuem um Papa no sentido romano do termo. Quer dizer que não possuem um líder mundial em um bispado "tecnicamente" vitalício. Nem mesmo os pastores, presbíteros, bispos, diáconos, evangelistas, missionários ("apóstolos", que seja, aff...) não podem ter essa prerrogativa. Por que? Se tomássemos a cena que acabamos de ler acima em um contexto protestante, deveria-se notar em cada cristão protestante um outro discurso: o HABEMUS CHRISTUM, isto é, "Temos Cristo".
Naturalmente, dependendo do leitor cristão (protestante ou romano), uma declaração anula a outra ou se acrescenta a outra. Um católico comprometido fielmente com os dogmas da Igreja defenderá que ambas declarações não são excludentes, visto que, para ele, é plenamente possível ter um Papa e ter a Cristo, pois um é comissionado pelo Outro. Um protestante alicerçado nos princípios de sua fé, por outro lado, verá que uma declaração anula a outra, pois o Cabeça da Igreja é Cristo. O problema teológico envolve quem é o alicerce na qual a Igreja é edificada: se for Pedro, é doutrina católica; se for Cristo, é doutrina protestante.
Penso que deveríamos refletir sobre ambas declarações. No viés católico romano, se é possível ter o Papa e Cristo, por que um simples homem (o Papa), eleito por outros homens comuns (Cardeais), que sucedem de um outro homem tão pecador como qualquer outro (Pedro) pode ensinar infalivelmente, manifestando um atributo exclusivo de Deus? O católico romano, cônscio dos dogmas de sua igreja, sabe que o papa, ex-cathedra, não pode errar. É a doutrina da infalibilidade. Ora, uma pesquisa atenta na história da Igreja certamente encontrará, pelo menos, algumas divergências papais em matéria de fé.
Não distancio os protestantes da reflexão. Se apenas Cristo é o Cabeça da Igreja, como deveriam professar, por que tanta idolatria em homens que levam sobre si os fardos que Cristo já carregou? Por que tanto misticismo nas pseudo-evangélicas? Tantos têm Cristo nos lábios mas poucos o têm no coração. Ora, se Cristo é o cabeça da Igreja, o Supremo-Pastor, por que tantos homens chamam para si toda glória, honra e poder? Por que criam igrejas ao seu bel-prazer, maculando o evangelho de Cristo? Por que se apropriam da fé do povo, mercadejando a Palavra de Deus? Ao que parece, a história inverteu e muitos evangélicos vivem sob uma indulgência pseudo-evangélica. Ora, uma pesquisa atenta na história da Igreja certamente encontrará um padrão de vida em muitos reformadores, pelo menos, divergente de muito dos considerados evangélicos nos dias de hoje.
Caro (a) leitor cristão, esse texto é uma mera reflexão. É certo que uns dirão "temos Papa", assim como outros ressaltarão "temos Pastor". Entretanto, pense bem: quem poderá conduzir sua vida inerrantemente? Quem servirá de luz, vida, caminho e modelo infalível de conduta? Ao refletir, diga para si, para seu próximo ou para Deus sua conclusão.
Eu respeito sua opinião.
Eu, porém te digo: Habeo Christus, o que quer dizer, "Tenho Cristo".
A partir daqui muitas reflexões sobre as características do mais novo Papa eleito, Francisco I (o 266º), têm tomado conta dos veículos de comunicação. Como sempre, muitas exageradas e algumas ponderadas, verdades e inverdades, de tudo um pouco. Porém, de fato, para os cristãos católicos romanos por todo o mundo, a eleição do Papa representa a continuidade da sucessão petrina na condução da Igreja Romana, dando ao argentino eleito Jorge Mario Bergoglio toda autoridade para governar a comunidade católica e ensinar aos fiéis infalivelmente. Daí a utilização dos muitos títulos papais, dos quais destaco "Sua Santidade, Vigário de Cristo, Supremo Pontífice", etc.
Outrossim, os cristãos protestantes não possuem um Papa no sentido romano do termo. Quer dizer que não possuem um líder mundial em um bispado "tecnicamente" vitalício. Nem mesmo os pastores, presbíteros, bispos, diáconos, evangelistas, missionários ("apóstolos", que seja, aff...) não podem ter essa prerrogativa. Por que? Se tomássemos a cena que acabamos de ler acima em um contexto protestante, deveria-se notar em cada cristão protestante um outro discurso: o HABEMUS CHRISTUM, isto é, "Temos Cristo".
Naturalmente, dependendo do leitor cristão (protestante ou romano), uma declaração anula a outra ou se acrescenta a outra. Um católico comprometido fielmente com os dogmas da Igreja defenderá que ambas declarações não são excludentes, visto que, para ele, é plenamente possível ter um Papa e ter a Cristo, pois um é comissionado pelo Outro. Um protestante alicerçado nos princípios de sua fé, por outro lado, verá que uma declaração anula a outra, pois o Cabeça da Igreja é Cristo. O problema teológico envolve quem é o alicerce na qual a Igreja é edificada: se for Pedro, é doutrina católica; se for Cristo, é doutrina protestante.
Penso que deveríamos refletir sobre ambas declarações. No viés católico romano, se é possível ter o Papa e Cristo, por que um simples homem (o Papa), eleito por outros homens comuns (Cardeais), que sucedem de um outro homem tão pecador como qualquer outro (Pedro) pode ensinar infalivelmente, manifestando um atributo exclusivo de Deus? O católico romano, cônscio dos dogmas de sua igreja, sabe que o papa, ex-cathedra, não pode errar. É a doutrina da infalibilidade. Ora, uma pesquisa atenta na história da Igreja certamente encontrará, pelo menos, algumas divergências papais em matéria de fé.
Não distancio os protestantes da reflexão. Se apenas Cristo é o Cabeça da Igreja, como deveriam professar, por que tanta idolatria em homens que levam sobre si os fardos que Cristo já carregou? Por que tanto misticismo nas pseudo-evangélicas? Tantos têm Cristo nos lábios mas poucos o têm no coração. Ora, se Cristo é o cabeça da Igreja, o Supremo-Pastor, por que tantos homens chamam para si toda glória, honra e poder? Por que criam igrejas ao seu bel-prazer, maculando o evangelho de Cristo? Por que se apropriam da fé do povo, mercadejando a Palavra de Deus? Ao que parece, a história inverteu e muitos evangélicos vivem sob uma indulgência pseudo-evangélica. Ora, uma pesquisa atenta na história da Igreja certamente encontrará um padrão de vida em muitos reformadores, pelo menos, divergente de muito dos considerados evangélicos nos dias de hoje.
Caro (a) leitor cristão, esse texto é uma mera reflexão. É certo que uns dirão "temos Papa", assim como outros ressaltarão "temos Pastor". Entretanto, pense bem: quem poderá conduzir sua vida inerrantemente? Quem servirá de luz, vida, caminho e modelo infalível de conduta? Ao refletir, diga para si, para seu próximo ou para Deus sua conclusão.
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