Palavra do leitor
- 17 de fevereiro de 2009
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Grande elenco: valiosos coadjuvantes
Encontro vários personagens que transitam pela Bíblia cujo nome ninguém sabe ou, quando muito, é só o que se sabe. Gente anônima que num dado momento se encontra com o Mestre e tudo muda: a mulher do fluxo de sangue, como se chamava? Estava voltando de onde? Essa é fácil, voltava do médico, com quem gastou seu último lepto, indo de mal a pior.
Até aquele momento a mulher não considerara a hipótese de procurar o Mestre, preferiu os médicos caros, porém ineficazes para livrá-la de tão grande sofrimento. Mas como acontece todo santo dia, quando não temos mais a quem recorrer vamos prá Deus. O fato registrado nos evangelhos serve para sacudir a nossa fé: quando não tiver mais pra onde ir, vá correndo prá Deus.
A samaritana, mulher de má fama; a siro-fenícia insistente, e por fim, vitoriosa; o leproso de coração agradecido; Simão, o cireneu, lá ia passando e teve a honra de participar do vitupério de Jesus Cristo. A mulher, também de má fama na casa de outro Simão, ungindo os pés do Senhor e enxugando-os com os próprios cabelos. Onésimo, patrono da “igreja encarcerada”.
Mudamos de ares e temos o Senhor, cansado, um dia cheio e mais gente ao redor; poucas coisas eram tão constantes no início e no tempo intermediário do ministério do Senhor Jesus como as multidões. “Ovelhas que não tinham pastor.” Amo esta expressão e penso nela agradecido: o Senhor quando me olhou, me percebeu assim, sem pastor, eu era pouca coisa, quase nada. Hoje chamo o Criador de papaizinho(!).
Aqui na Missão Vida é assim, entra mendigo, sai filho do Altíssimo. Salmos 113: 7,8.
Um garoto, cinco pães e dois peixinhos, eram tudo que o Senhor necessitava para operar tão sem igual milagre; Deus, quase sempre começa do nada, ou usa o que tivermos nas mãos.
Na história de Naamã temos elementos fascinantes para construirmos belíssimos sermões, é uma maravilhosa história de um general honrado, herói de guerra e benquisto pelo rei e todo o povo; este general tinha lepra; tragédia.
Todos nós acostumamo-nos a dar atenção ao fato de Bem-Hadade II enviar uma carta a Jorão querendo tratar assuntos do céu como se fosse assunto de Estado. É uma bela história, com lições que podemos aplicar em diversas áreas de nossas vidas; a melhor é a lição da fé, obedecer por fé, assunto difícil. Obedecer é sempre a parte mais dolorosa dos nossos dias.
Mas esqueçamos a “elite” e voltemos ao que deveria ocupar o nosso pensamento: a menina, levada cativa, a serviço da mulher de Naamã.
Era uma sobrevivente, escrava, perdera seus direitos, ainda que estes fossem quase nulos no seu tempo, mas a liberdade foi tirada, a ingenuidade e doçura da infância, o convívio familiar sempre importante para uma adolescente, o carinho da mãe; mãe faz falta.
Aquela garota veja bem, tinha o direito de odiar o general Naamã, mas escolheu a mais difícil escolha, o caminho do perdão e "zelosamente praticar o bem" (John Wesley); não fosse a menina e a história de Naamã certamente seria outra.
Hoje vemos por aí igrejas que de uma hora prá outra se libertam da letargia e crescem, foi só chegar o novo pastor com a “nova unção”, e então este ungido e fezudo é coroado e festejado.
Mas como sempre, ninguém se dá ao trabalho de citar aquelas irmãzinhas que vararam madrugadas clamando por um despertar, pagaram o preço da oração e do jejum. Só temos capacidade para enxergar o agora, como se estes coadjuvantes não fizessem falta, mas Jesus optou pelos pobres segundo os padrões deste século, a eles pregou as boas novas. Saímos por aí, correndo atrás de tudo o que seja esquisito e barulhento; estamos prontos prá ouvir um testemunho duvidoso por duas horas, mas não temos a paciência necessária pra ouvirmos a irmã octogenária contando da benção que foi a cirurgia de catarata; milagrezinho sem importância.
Desviar o olhar do ator principal e andar por aí, descobrindo Deus presente nos mais variados e insulsos acontecimentos do cotidiano, desviar o olhar da saraiva, do terremoto e do furacão, observar e entender tão somente o ciciar do vento. Eis o conselho, gratuito.
Crente não precisa da adrenalina oferecida nestes festivais de cultos a ex-bandido, não precisa ouvir as barbaridades de homens que fazem do seu passado o seu ganha-pão e transformam suas conversões em negócio. As igrejas vivem um momento difícil de ter que crescer a qualquer custo e nesta disputa de freqüência, vale tudo.
Missão de “ex” não é vagabundear pelas igrejas à cata de ofertas e popularidade, lugar de “ex” é nas ruas, respirando o cheiro ruim das ruas, pregando o evangelho àqueles a quem até outro dia chamava de chegados.
Voltei das férias, mamãe recebeu Jesus como Senhor e Salvador da sua vida, e mesmo que mãe de ex-bandido e ex-mendigo não se torne pop star depois de se converter, ainda assim, esta é a melhor notícia das duas últimas décadas. Mãe, paz do Senhor!
(ex-interno do centro de recuperação de mendigos – Missão Vida) www.mvida.org.br
Até aquele momento a mulher não considerara a hipótese de procurar o Mestre, preferiu os médicos caros, porém ineficazes para livrá-la de tão grande sofrimento. Mas como acontece todo santo dia, quando não temos mais a quem recorrer vamos prá Deus. O fato registrado nos evangelhos serve para sacudir a nossa fé: quando não tiver mais pra onde ir, vá correndo prá Deus.
A samaritana, mulher de má fama; a siro-fenícia insistente, e por fim, vitoriosa; o leproso de coração agradecido; Simão, o cireneu, lá ia passando e teve a honra de participar do vitupério de Jesus Cristo. A mulher, também de má fama na casa de outro Simão, ungindo os pés do Senhor e enxugando-os com os próprios cabelos. Onésimo, patrono da “igreja encarcerada”.
Mudamos de ares e temos o Senhor, cansado, um dia cheio e mais gente ao redor; poucas coisas eram tão constantes no início e no tempo intermediário do ministério do Senhor Jesus como as multidões. “Ovelhas que não tinham pastor.” Amo esta expressão e penso nela agradecido: o Senhor quando me olhou, me percebeu assim, sem pastor, eu era pouca coisa, quase nada. Hoje chamo o Criador de papaizinho(!).
Aqui na Missão Vida é assim, entra mendigo, sai filho do Altíssimo. Salmos 113: 7,8.
Um garoto, cinco pães e dois peixinhos, eram tudo que o Senhor necessitava para operar tão sem igual milagre; Deus, quase sempre começa do nada, ou usa o que tivermos nas mãos.
Na história de Naamã temos elementos fascinantes para construirmos belíssimos sermões, é uma maravilhosa história de um general honrado, herói de guerra e benquisto pelo rei e todo o povo; este general tinha lepra; tragédia.
Todos nós acostumamo-nos a dar atenção ao fato de Bem-Hadade II enviar uma carta a Jorão querendo tratar assuntos do céu como se fosse assunto de Estado. É uma bela história, com lições que podemos aplicar em diversas áreas de nossas vidas; a melhor é a lição da fé, obedecer por fé, assunto difícil. Obedecer é sempre a parte mais dolorosa dos nossos dias.
Mas esqueçamos a “elite” e voltemos ao que deveria ocupar o nosso pensamento: a menina, levada cativa, a serviço da mulher de Naamã.
Era uma sobrevivente, escrava, perdera seus direitos, ainda que estes fossem quase nulos no seu tempo, mas a liberdade foi tirada, a ingenuidade e doçura da infância, o convívio familiar sempre importante para uma adolescente, o carinho da mãe; mãe faz falta.
Aquela garota veja bem, tinha o direito de odiar o general Naamã, mas escolheu a mais difícil escolha, o caminho do perdão e "zelosamente praticar o bem" (John Wesley); não fosse a menina e a história de Naamã certamente seria outra.
Hoje vemos por aí igrejas que de uma hora prá outra se libertam da letargia e crescem, foi só chegar o novo pastor com a “nova unção”, e então este ungido e fezudo é coroado e festejado.
Mas como sempre, ninguém se dá ao trabalho de citar aquelas irmãzinhas que vararam madrugadas clamando por um despertar, pagaram o preço da oração e do jejum. Só temos capacidade para enxergar o agora, como se estes coadjuvantes não fizessem falta, mas Jesus optou pelos pobres segundo os padrões deste século, a eles pregou as boas novas. Saímos por aí, correndo atrás de tudo o que seja esquisito e barulhento; estamos prontos prá ouvir um testemunho duvidoso por duas horas, mas não temos a paciência necessária pra ouvirmos a irmã octogenária contando da benção que foi a cirurgia de catarata; milagrezinho sem importância.
Desviar o olhar do ator principal e andar por aí, descobrindo Deus presente nos mais variados e insulsos acontecimentos do cotidiano, desviar o olhar da saraiva, do terremoto e do furacão, observar e entender tão somente o ciciar do vento. Eis o conselho, gratuito.
Crente não precisa da adrenalina oferecida nestes festivais de cultos a ex-bandido, não precisa ouvir as barbaridades de homens que fazem do seu passado o seu ganha-pão e transformam suas conversões em negócio. As igrejas vivem um momento difícil de ter que crescer a qualquer custo e nesta disputa de freqüência, vale tudo.
Missão de “ex” não é vagabundear pelas igrejas à cata de ofertas e popularidade, lugar de “ex” é nas ruas, respirando o cheiro ruim das ruas, pregando o evangelho àqueles a quem até outro dia chamava de chegados.
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