Palavra do leitor
- 28 de dezembro de 2020
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Graça que cura e acompanha
Aquela jornada seria marcante para dois amigos. Atrás das colinas o Sol descia, levemente, presenteando-os com os últimos filetes de raios alaranjados. Na estrada, o murmurinho dos transeuntes dizia que algo importante havia acontecido naquele fim de semana. Um misto de tristeza e decepção podia ser visto no semblante daqueles judeus que decidiram retornar à cidade natal.
Cleopas e seu companheiro contavam suas percepções sobre como e porquê tudo aquilo havia acontecido, sobre como seus planos de participarem de um projeto político arrebatador havia se desmoronado. Será realmente se eles e os demais companheiros do "Caminho" haviam se equivocado com as palavras do Nazareno? Os amigos de infância não cessavam de perguntar a si e um ao outro. As dúvidas pareciam tão grandes quanto as montanhas ao lado.
Os dois amigos de Emaús sempre foram muito próximos. Lembravam com a alegria o dia em que, juntos, participaram do mesmo "Bar Mitzvá", e assim, iniciavam a vida de adultos. Quantas experiências viveram juntos pelas ruas de Jerusalém. Momentos que fortaleceram a amizade daqueles dois jovens cheios de vida e sonhos. Contudo, as responsabilidades da vida fizeram-nos ir cada um para um lado. Cleopas se tornaria um exímio pescador, enquanto seu amigo sonhava em ser um sacerdote. Porém, o destino faria com que se reencontrassem.
Aquela sexta-feira estava bastante agitada por conta do julgamento de um certo pregador que insistia em proclamar verdades que entravam em choque com as práticas religiosas da época. Depois de realizar muitos milagres, ele finalmente parece ter ido longe demais ao se declarar Senhor e Filho de Deus, um absurdo total para a mente judaica da época e um perigo para os planos políticos de Roma. Depois de ter presenciado uma reunião na qual um certo Judas, recebera um saco com provável quantia em dinheiro, fruto de um acordo entre este e os líderes locais, o jovem auxiliar do sumo sacerdote é chamado para partir imediatamente com um grupo de homens armados ao monte das Oliveiras.
No local indicado pelo traidor, a comitiva de soldados e religiosos fica sabendo quem é o procurado quando este é identificado com um beijo. Um clima de tensão se estabelece entre os presentes. Pedro, percebendo a gravidade do momento, com sua rotineira ousadia, fere o servo do sacerdote cortando-lhe a orelha. O clima fica ainda mais pesado, porém, Jesus, com mansidão no olhar, cura de imediato o jovem mostrando a todos que seu reino não era como os demais cujo derramamento de sangue era o meio pelo qual se derrotava os inimigos. E assim aconteceu o último milagre no ministério terreno de Cristo.
Nunca mais Malco seria o mesmo. Jamais alguém tinha tocado-lhe daquela maneira. O olhar profundo e amoroso daquele homem traído por 30 moedas levando cura em meio a um momento de terror o impactaria para sempre e naquela mesma tarde, antes da crucificação, procurou os discípulos de Jesus e queria saber como se tornar um dos seus. Ao saber, horas depois, da morte daquele que o havia curado, caiu em grande tristeza. O sonho de ser um famoso sacerdote se desfez como água que corre nas mãos. Saber mais sobre aquele inocente Raboni seria agora o principal objetivo de sua vida.
De volta àquela tarde melancólica de domingo, naquele caminho que os levaria a Emaús, Malco não conseguia esquecer daquele momento no Getsêmani quando fora alvo de um milagre. De repente, ele e Cleopas, que se tornara seu mentor após sua conversão recente, se viram acompanhados por um estranho homem que, interceptando-os, parecia vir de Jerusalém. A conversa entre os três se desenrola sobre os últimos fatos. O intruso falava de maneira profunda, trazia um contentamento na face e falava com otimismo de fatos futuros. Ao ser convidado a participar da refeição, o estranho abençoa o alimento de uma forma tão bela que os dois amigos o reconhecem como sendo Cristo, agora ressuscitado. A alegria volta ao semblante daqueles discípulos, o sorriso os contagia e então perceberam a profundidade das palavras com que o repentino companheiro os havia presenteado naquele curto percurso. E assim como aparecera, repentinamente, o homem desapareceu diante de seus rostos maravilhados.
E assim, o jovem Malco fora salvo mais uma vez pelo Senhor. Há três dias tivera um encontro com este e seu corpo sentiu o poder restaurador numa demonstração inimaginável de amor, e agora tinha seus olhos abertos e seu coração, reaquecido. E assim, ele descobriu como Adonai havia visitado seu povo. Descobriu que a salvação era uma realidade e seu nome era Jesus.
Já diante de uma linda lua cheia que iluminava a entrada da cidade, os discípulos de Emaús, exaustos, porém, extasiados com a visita daquele divino companheiro que tiveram na estrada, se ajoelham e passam a entoar uma linda canção cujas palavras diziam: "Fica Senhor já se faz tarde. Tens meu coração para pousar. Faz em mim morada permanente. Fica Senhor, fica Senhor, meu Salvador".
Tony - Haggai International
faos.ead@gmail.com
Cleopas e seu companheiro contavam suas percepções sobre como e porquê tudo aquilo havia acontecido, sobre como seus planos de participarem de um projeto político arrebatador havia se desmoronado. Será realmente se eles e os demais companheiros do "Caminho" haviam se equivocado com as palavras do Nazareno? Os amigos de infância não cessavam de perguntar a si e um ao outro. As dúvidas pareciam tão grandes quanto as montanhas ao lado.
Os dois amigos de Emaús sempre foram muito próximos. Lembravam com a alegria o dia em que, juntos, participaram do mesmo "Bar Mitzvá", e assim, iniciavam a vida de adultos. Quantas experiências viveram juntos pelas ruas de Jerusalém. Momentos que fortaleceram a amizade daqueles dois jovens cheios de vida e sonhos. Contudo, as responsabilidades da vida fizeram-nos ir cada um para um lado. Cleopas se tornaria um exímio pescador, enquanto seu amigo sonhava em ser um sacerdote. Porém, o destino faria com que se reencontrassem.
Aquela sexta-feira estava bastante agitada por conta do julgamento de um certo pregador que insistia em proclamar verdades que entravam em choque com as práticas religiosas da época. Depois de realizar muitos milagres, ele finalmente parece ter ido longe demais ao se declarar Senhor e Filho de Deus, um absurdo total para a mente judaica da época e um perigo para os planos políticos de Roma. Depois de ter presenciado uma reunião na qual um certo Judas, recebera um saco com provável quantia em dinheiro, fruto de um acordo entre este e os líderes locais, o jovem auxiliar do sumo sacerdote é chamado para partir imediatamente com um grupo de homens armados ao monte das Oliveiras.
No local indicado pelo traidor, a comitiva de soldados e religiosos fica sabendo quem é o procurado quando este é identificado com um beijo. Um clima de tensão se estabelece entre os presentes. Pedro, percebendo a gravidade do momento, com sua rotineira ousadia, fere o servo do sacerdote cortando-lhe a orelha. O clima fica ainda mais pesado, porém, Jesus, com mansidão no olhar, cura de imediato o jovem mostrando a todos que seu reino não era como os demais cujo derramamento de sangue era o meio pelo qual se derrotava os inimigos. E assim aconteceu o último milagre no ministério terreno de Cristo.
Nunca mais Malco seria o mesmo. Jamais alguém tinha tocado-lhe daquela maneira. O olhar profundo e amoroso daquele homem traído por 30 moedas levando cura em meio a um momento de terror o impactaria para sempre e naquela mesma tarde, antes da crucificação, procurou os discípulos de Jesus e queria saber como se tornar um dos seus. Ao saber, horas depois, da morte daquele que o havia curado, caiu em grande tristeza. O sonho de ser um famoso sacerdote se desfez como água que corre nas mãos. Saber mais sobre aquele inocente Raboni seria agora o principal objetivo de sua vida.
De volta àquela tarde melancólica de domingo, naquele caminho que os levaria a Emaús, Malco não conseguia esquecer daquele momento no Getsêmani quando fora alvo de um milagre. De repente, ele e Cleopas, que se tornara seu mentor após sua conversão recente, se viram acompanhados por um estranho homem que, interceptando-os, parecia vir de Jerusalém. A conversa entre os três se desenrola sobre os últimos fatos. O intruso falava de maneira profunda, trazia um contentamento na face e falava com otimismo de fatos futuros. Ao ser convidado a participar da refeição, o estranho abençoa o alimento de uma forma tão bela que os dois amigos o reconhecem como sendo Cristo, agora ressuscitado. A alegria volta ao semblante daqueles discípulos, o sorriso os contagia e então perceberam a profundidade das palavras com que o repentino companheiro os havia presenteado naquele curto percurso. E assim como aparecera, repentinamente, o homem desapareceu diante de seus rostos maravilhados.
E assim, o jovem Malco fora salvo mais uma vez pelo Senhor. Há três dias tivera um encontro com este e seu corpo sentiu o poder restaurador numa demonstração inimaginável de amor, e agora tinha seus olhos abertos e seu coração, reaquecido. E assim, ele descobriu como Adonai havia visitado seu povo. Descobriu que a salvação era uma realidade e seu nome era Jesus.
Já diante de uma linda lua cheia que iluminava a entrada da cidade, os discípulos de Emaús, exaustos, porém, extasiados com a visita daquele divino companheiro que tiveram na estrada, se ajoelham e passam a entoar uma linda canção cujas palavras diziam: "Fica Senhor já se faz tarde. Tens meu coração para pousar. Faz em mim morada permanente. Fica Senhor, fica Senhor, meu Salvador".
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