Palavra do leitor
- 26 de abril de 2016
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Graça ou política como agente de redenção da história
Ao estudarmos com afinco a história da filosofia, percebemos como o cristianismo foi revolucionário para o pensamento ocidental. Nossa noção de “progresso histórico” nasce com ele.
Na cultura helenística tudo era cíclico, a história não progredia para nenhum lugar. Tudo era renovável na perspectiva de realidade grega. Para Aristóteles, catástrofes recorrentes estavam sempre levando as sociedades para o primitivismo, já os estoicos ampliaram esta teoria de destruição cíclica para todo o cosmo. Para os primeiros pensadores do mundo ocidental, não terminaríamos em uma utopia tão aclamada na era moderna.
Com a revolução cultural provocada pelo cristianismo, a história começou a ganhar sentido. No pensamento cristão, Deus é um ser que cria todas as coisas através de sua própria existência, e ao criar, traz o ser humano para uma realidade histórica, tendo este que encarar a queda e redenção. O homem é feito imagem e semelhança de Deus para dominar a terra, caindo em desobediência, necessitando de uma salvação, culminando na redenção histórica do Reino da graça e da justiça divina.
Os gregos, tão habituados com as Polis, não conseguiam ver uma dimensão fora das cidades - estado, com a destruição destas, caiam em um individualismo contemplativo. Já os cristãos viviam sobre a perspectiva do reino que se manifesta na história e que promove a eliminação de toda injustiça e sofrimento.
Foi influenciado pelo cristianismo que a era moderna criou o utopismo político. Jean Jacques Rousseau, filósofo inspirador da revolução francesa, introduziu o pensamento de que a redenção histórica humana viria da política, de um estado do povo. Hegel ampliou este pensamento tentando buscar uma explicação dialética para os processos históricos e Marx finalmente deu ares científicos para o utopismo histórico.
Todos partiam da concepção que um estado perfeito humano seria implantado em um futuro próximo, promovendo justiça e igualdade, eliminando toda a maldade da esfera humana. Qualquer semelhança com o cristianismo não é mera coincidência.
Ora, para que a redenção da história seja política, é preciso ter uma visão amplamente boa para com o ser humano. Se o homem é um ser puro, em seu estado natural, ou se é um ser sem pecados internos, o mal só pode se encontrar fora dele. O mal seria achado na sociedade, em seu sistema, em sua estrutura, sendo assim, apenas um novo poder, advindo daqueles que não se contaminaram, poderia ser o motor de uma revolução em busca do utopismo da felicidade futura.
Para o cristianismo é inegociável a queda humana, para o cristão, a sociedade possui injustiças, pois o homem em sua essência é o promotor destas. Levando isto em consideração, somente a graça divina, manifestada no único homem puro na história, seria suficiente poderosa para redimir toda a realidade histórica.
Levando em consideração, toda esta informação, onde você deposita sua fé? Na política ou na graça? A maneira como você responde, definirá a visão que você tem de si mesmo.
Na cultura helenística tudo era cíclico, a história não progredia para nenhum lugar. Tudo era renovável na perspectiva de realidade grega. Para Aristóteles, catástrofes recorrentes estavam sempre levando as sociedades para o primitivismo, já os estoicos ampliaram esta teoria de destruição cíclica para todo o cosmo. Para os primeiros pensadores do mundo ocidental, não terminaríamos em uma utopia tão aclamada na era moderna.
Com a revolução cultural provocada pelo cristianismo, a história começou a ganhar sentido. No pensamento cristão, Deus é um ser que cria todas as coisas através de sua própria existência, e ao criar, traz o ser humano para uma realidade histórica, tendo este que encarar a queda e redenção. O homem é feito imagem e semelhança de Deus para dominar a terra, caindo em desobediência, necessitando de uma salvação, culminando na redenção histórica do Reino da graça e da justiça divina.
Os gregos, tão habituados com as Polis, não conseguiam ver uma dimensão fora das cidades - estado, com a destruição destas, caiam em um individualismo contemplativo. Já os cristãos viviam sobre a perspectiva do reino que se manifesta na história e que promove a eliminação de toda injustiça e sofrimento.
Foi influenciado pelo cristianismo que a era moderna criou o utopismo político. Jean Jacques Rousseau, filósofo inspirador da revolução francesa, introduziu o pensamento de que a redenção histórica humana viria da política, de um estado do povo. Hegel ampliou este pensamento tentando buscar uma explicação dialética para os processos históricos e Marx finalmente deu ares científicos para o utopismo histórico.
Todos partiam da concepção que um estado perfeito humano seria implantado em um futuro próximo, promovendo justiça e igualdade, eliminando toda a maldade da esfera humana. Qualquer semelhança com o cristianismo não é mera coincidência.
Ora, para que a redenção da história seja política, é preciso ter uma visão amplamente boa para com o ser humano. Se o homem é um ser puro, em seu estado natural, ou se é um ser sem pecados internos, o mal só pode se encontrar fora dele. O mal seria achado na sociedade, em seu sistema, em sua estrutura, sendo assim, apenas um novo poder, advindo daqueles que não se contaminaram, poderia ser o motor de uma revolução em busca do utopismo da felicidade futura.
Para o cristianismo é inegociável a queda humana, para o cristão, a sociedade possui injustiças, pois o homem em sua essência é o promotor destas. Levando isto em consideração, somente a graça divina, manifestada no único homem puro na história, seria suficiente poderosa para redimir toda a realidade histórica.
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