Palavra do leitor
- 07 de setembro de 2012
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Glosa dos ventos
“Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” Rom 5; 2
A ideia de estar firme, não raro associa-se à força, capacidade de manter-se por si mesmo. Entretanto, Paulo afirma no texto supra, estar firme na graça, no favor de Deus.
Nesse caso, a demanda é muito mais por perseverança, que por força. Para alguém ser demovido de sua firmeza, necessário se faz certo estímulo, o concurso de algum motivo.
Quando o Salvador atestou a firmeza de João Batista usou uma figura interessante: “E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?” Luc 7; 24
Nesse caso, o estímulo externo foi alegorizado como sendo o vento, que move muitas coisas que toca. O mesmo Paulo, escrevendo aos Efésios, colocou a necessidade de edificação espiritual, conhecimento da sã doutrina, como antídoto ao que chamou de “ventos de doutrinas”. Ef 4; 14
Ninguém está imune ao assédio dos ventos, mas, contrário aos ensinos materialistas tão em voga, o estímulo aos verdadeiros servos de Deus é antes, interno, que circunstancial. É um “vento” de outro quilate. “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” Jo 3; 8
Aquele que deveras nasceu do Espírito, tem anelos espirituais como prioridade, e fome da Palavra de Deus como característica. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 2
Essa firmeza na graça acenada pelo apóstolo não se dá em meio à calmaria, pois, sem ventos, até coisas bem leves, se firmam. Mas, ensina: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,” Rom 5; 3
As tribulações são agentes de nossa purificação espiritual, sem as quais nos tornamos estéreis, superficiais, fúteis. Nessas circunstâncias, a fé é muito mais, um elemento passivo, que ativo. Eu suporto as provações porque confio na sabedoria e bondade de Deus; não, eu determino que elas desapareçam porque tenho fé, como cantam as sereias “góspeis” da praça.
A fé não é uma força que recebemos a qual permite transformar tudo ao redor, quando as coisas não vão bem; antes, uma confiança interior, espiritual, que nos apega a Deus, mesmo que tudo vá muito mal.
Claro que a perseverança é uma força, uma qualidade da alma, sem a qual acabamos sucumbindo, mas, ainda assim, nossa “força” é uma capacidade delegada pelo Espírito, para que guardemos o que Cristo conquistou na cruz, não, uma carta branca para conquistarmos o que a carne deseja.
Na verdade, a carne deseja evadir-se às angústias; o Espírito, triunfar em meio a elas. Sejamos fortes e prudentes, pois, mesmo em meio ao sofrimento, pois, mesmo esse, no fim revelar-se-á agente do amor de Deus, que quer limpar-nos para que vejamos Sua face. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5; 8
Em suma, mais sábio que cogitar sobre como evitar as dores que nos angustiam é entender o que conquistar em meio a elas, quais lições assimilar.
Excesso de amor próprio é denúncia de amamos pouco aos demais, e caminho largo em direção a autocomiseração, à depressão. Talvez, devamos aprender com os atletas Paralímpicos, que esquecem suas limitações e lutam pelo ouro.
Mantenhamos-nos, pois, firmes na graça, mesmo entre tribulações, como Paulo; afinal, já dissera Salomão: “Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena.” Pv 24; 10
“O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito.” Émile Zola
A ideia de estar firme, não raro associa-se à força, capacidade de manter-se por si mesmo. Entretanto, Paulo afirma no texto supra, estar firme na graça, no favor de Deus.
Nesse caso, a demanda é muito mais por perseverança, que por força. Para alguém ser demovido de sua firmeza, necessário se faz certo estímulo, o concurso de algum motivo.
Quando o Salvador atestou a firmeza de João Batista usou uma figura interessante: “E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?” Luc 7; 24
Nesse caso, o estímulo externo foi alegorizado como sendo o vento, que move muitas coisas que toca. O mesmo Paulo, escrevendo aos Efésios, colocou a necessidade de edificação espiritual, conhecimento da sã doutrina, como antídoto ao que chamou de “ventos de doutrinas”. Ef 4; 14
Ninguém está imune ao assédio dos ventos, mas, contrário aos ensinos materialistas tão em voga, o estímulo aos verdadeiros servos de Deus é antes, interno, que circunstancial. É um “vento” de outro quilate. “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” Jo 3; 8
Aquele que deveras nasceu do Espírito, tem anelos espirituais como prioridade, e fome da Palavra de Deus como característica. “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;” I Ped 2; 2
Essa firmeza na graça acenada pelo apóstolo não se dá em meio à calmaria, pois, sem ventos, até coisas bem leves, se firmam. Mas, ensina: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,” Rom 5; 3
As tribulações são agentes de nossa purificação espiritual, sem as quais nos tornamos estéreis, superficiais, fúteis. Nessas circunstâncias, a fé é muito mais, um elemento passivo, que ativo. Eu suporto as provações porque confio na sabedoria e bondade de Deus; não, eu determino que elas desapareçam porque tenho fé, como cantam as sereias “góspeis” da praça.
A fé não é uma força que recebemos a qual permite transformar tudo ao redor, quando as coisas não vão bem; antes, uma confiança interior, espiritual, que nos apega a Deus, mesmo que tudo vá muito mal.
Claro que a perseverança é uma força, uma qualidade da alma, sem a qual acabamos sucumbindo, mas, ainda assim, nossa “força” é uma capacidade delegada pelo Espírito, para que guardemos o que Cristo conquistou na cruz, não, uma carta branca para conquistarmos o que a carne deseja.
Na verdade, a carne deseja evadir-se às angústias; o Espírito, triunfar em meio a elas. Sejamos fortes e prudentes, pois, mesmo em meio ao sofrimento, pois, mesmo esse, no fim revelar-se-á agente do amor de Deus, que quer limpar-nos para que vejamos Sua face. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5; 8
Em suma, mais sábio que cogitar sobre como evitar as dores que nos angustiam é entender o que conquistar em meio a elas, quais lições assimilar.
Excesso de amor próprio é denúncia de amamos pouco aos demais, e caminho largo em direção a autocomiseração, à depressão. Talvez, devamos aprender com os atletas Paralímpicos, que esquecem suas limitações e lutam pelo ouro.
Mantenhamos-nos, pois, firmes na graça, mesmo entre tribulações, como Paulo; afinal, já dissera Salomão: “Se te mostrares fraco no dia da angústia, é que a tua força é pequena.” Pv 24; 10
“O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito.” Émile Zola
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