Palavra do leitor
- 14 de maio de 2013
- Visualizações: 4042
- 2 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
Fundamentos do Engajamento Missionário
Texto: Atos dos Apóstolos 13.1-4.
“Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Sant, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre".
Na Igreja de Antioquia (moderna Antakya, na Turquia) Paulo e Barnabé atuavam como profetas e mestres, servindo a Deus na edificação da igreja. Não eram os únicos ministros, porquanto Simeão, Lúcio e Manaém também são citados como obreiros daquela comunidade de fé. Serviam todos com jejuns e oração até quando o Espírito Santo falou à igreja, ordenando a separação de Barnabé e Paulo para a obra missionária. A igreja de Antioquia, reconhecendo a direção do Espírito Santo, os liberou, impondo sobre os mesmos as mãos, em um ato litúrgico de consagração. Destarte, partiram Barnabé e Saulo para aquela que seria a primeira, dentre três, das famosas viagens missionárias, às quais importantes comunidades de fé seriam plantadas (especialmente através de Paulo) e cujas narrativas seriam conhecidas posteriormente por toda a cristandade. As conhecidas igrejas de Corinto, Filipos, Tessalônica, Éfeso, entre outras, que, dentro de alguns anos, receberiam cartas apostólicas enviadas por Paulo, surgiram no contexto das viagens missionários do mesmo.
O Texto em questão pode nos ajudar em uma reflexão sobre os fundamentos do engajamento missionário de uma igreja. Vejamos:
1- Deus usa na Obra Missionária geralmente aqueles que são comprometidos na igreja local.
a) O texto de Lucas chama atenção para o ministério desenvolvido por Barnabé e Paulo (profetas e mestres – vs 1) e, além disso, o autor nos informa que eles “serviam ao Senhor” (vs 2). Ou seja, Paulo e Barnabé eram atuantes no contexto da igreja em Antioquia. A iniciação ministerial deles não se deu no “campo missionário”, mas, antes disso, ou seja, na própria comunidade de fé em que estavam inseridos, onde depositavam seus dons e talentos.
b) Cometemos um erro crasso como igreja quando lançamos no campo missionário obreiros sem nenhuma experiência ministerial básica. Há pessoas que se dispõem atuar em uma frente missionária, sem nunca terem participado de frentes de evangelização, sem nunca terem visitado hospitais e asilos, sem qualquer experiência na abordagem evangelística em praças públicas e afins ou até mesmo entre seus vizinhos, familiares e amigos que poderiam servi-lhes de estágio, experiência e preparo.
c) Curiosamente há “obreiros” que rejeitam e desprezam o engajamento na igreja local, alegando que o chamado que receberam “é para missões”. Aliás, lembro-me de um seminarista que conheci com esse discurso. Posso dizer que era um tanto irresponsável com os compromissos de sua igreja, pois, conforme ele próprio afirmava, “não queria nada com a igreja”, mas sim e apenas com o campo missionário. Contraditório! Absurdo! Antibíblico!
d) As Escrituras Sagradas parecem sugerir que os homens comissionados por Deus para tarefas importantes eram indivíduos de atuação antes mesmos de “estrearem” em um ministério específico. São os exemplos de Moisés (que “apascentava o rebanho de Jetro” – Ex 3.1); de Gideão (que “malhava trigo no lagar” – Jz 6.11); de Davi (“que estava apascentando as ovelhas” – 1 Sm 16.11); de André e Pedro (que “lançavam redes ao mar” – Mt 4.18); de João e Tiago (no barco “consertando as redes” – Mt 4.21); de Mateus (“assentado na coletoria” dos impostos – Lc 5.27) e de Saulo de Tarso, que comissionado pelo sumo sacerdote (At 9.1) empregava suas energias na perseguição dos cristãos (At 8.3; 9.2). Podemos concluir destas passagens que Deus não entrega grandes e sublimes responsabilidades ministeriais nas mãos de indolentes e irresponsáveis.
2- Não São Todos os Chamados Para Deixar a Igreja:
(Continua na próxima semana...)
“Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Sant, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre".
Na Igreja de Antioquia (moderna Antakya, na Turquia) Paulo e Barnabé atuavam como profetas e mestres, servindo a Deus na edificação da igreja. Não eram os únicos ministros, porquanto Simeão, Lúcio e Manaém também são citados como obreiros daquela comunidade de fé. Serviam todos com jejuns e oração até quando o Espírito Santo falou à igreja, ordenando a separação de Barnabé e Paulo para a obra missionária. A igreja de Antioquia, reconhecendo a direção do Espírito Santo, os liberou, impondo sobre os mesmos as mãos, em um ato litúrgico de consagração. Destarte, partiram Barnabé e Saulo para aquela que seria a primeira, dentre três, das famosas viagens missionárias, às quais importantes comunidades de fé seriam plantadas (especialmente através de Paulo) e cujas narrativas seriam conhecidas posteriormente por toda a cristandade. As conhecidas igrejas de Corinto, Filipos, Tessalônica, Éfeso, entre outras, que, dentro de alguns anos, receberiam cartas apostólicas enviadas por Paulo, surgiram no contexto das viagens missionários do mesmo.
O Texto em questão pode nos ajudar em uma reflexão sobre os fundamentos do engajamento missionário de uma igreja. Vejamos:
1- Deus usa na Obra Missionária geralmente aqueles que são comprometidos na igreja local.
a) O texto de Lucas chama atenção para o ministério desenvolvido por Barnabé e Paulo (profetas e mestres – vs 1) e, além disso, o autor nos informa que eles “serviam ao Senhor” (vs 2). Ou seja, Paulo e Barnabé eram atuantes no contexto da igreja em Antioquia. A iniciação ministerial deles não se deu no “campo missionário”, mas, antes disso, ou seja, na própria comunidade de fé em que estavam inseridos, onde depositavam seus dons e talentos.
b) Cometemos um erro crasso como igreja quando lançamos no campo missionário obreiros sem nenhuma experiência ministerial básica. Há pessoas que se dispõem atuar em uma frente missionária, sem nunca terem participado de frentes de evangelização, sem nunca terem visitado hospitais e asilos, sem qualquer experiência na abordagem evangelística em praças públicas e afins ou até mesmo entre seus vizinhos, familiares e amigos que poderiam servi-lhes de estágio, experiência e preparo.
c) Curiosamente há “obreiros” que rejeitam e desprezam o engajamento na igreja local, alegando que o chamado que receberam “é para missões”. Aliás, lembro-me de um seminarista que conheci com esse discurso. Posso dizer que era um tanto irresponsável com os compromissos de sua igreja, pois, conforme ele próprio afirmava, “não queria nada com a igreja”, mas sim e apenas com o campo missionário. Contraditório! Absurdo! Antibíblico!
d) As Escrituras Sagradas parecem sugerir que os homens comissionados por Deus para tarefas importantes eram indivíduos de atuação antes mesmos de “estrearem” em um ministério específico. São os exemplos de Moisés (que “apascentava o rebanho de Jetro” – Ex 3.1); de Gideão (que “malhava trigo no lagar” – Jz 6.11); de Davi (“que estava apascentando as ovelhas” – 1 Sm 16.11); de André e Pedro (que “lançavam redes ao mar” – Mt 4.18); de João e Tiago (no barco “consertando as redes” – Mt 4.21); de Mateus (“assentado na coletoria” dos impostos – Lc 5.27) e de Saulo de Tarso, que comissionado pelo sumo sacerdote (At 9.1) empregava suas energias na perseguição dos cristãos (At 8.3; 9.2). Podemos concluir destas passagens que Deus não entrega grandes e sublimes responsabilidades ministeriais nas mãos de indolentes e irresponsáveis.
2- Não São Todos os Chamados Para Deixar a Igreja:
(Continua na próxima semana...)
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
- 14 de maio de 2013
- Visualizações: 4042
- 2 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Revista Ultimato
- +lidos
- +comentados
- A democracia [geográfica] da dor!
- O cristão morre?
- Só a Fé, sim (só a Escolha, não)
- Mergulhados na cultura, mas batizados na santidade (parte 2)
- Não nos iludamos, animal é animal!
- Amor, compaixão, perdas, respeito!
- O soldado rendido
- Até aqui ele não me deixou
- O verdadeiro "salto da fé"!
- E quando a profecia te deixa confuso?