Palavra do leitor
- 09 de abril de 2008
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Formigas trapaceiras
Se você é dos que tem aquela imagem da formiga como um inseto cooperativo, de convivência harmoniosa – no formigueiro, claro –, cada uma sabe seu lugar e trabalha laboriosamente em favor da colônia, esqueça.
Estudo anglo-dinamarquês atesta que as formigas são corruptas, egoístas e traiçoeiras. A tramóia consiste em que determinadas famílias, dentro do formigueiro, burlam o sistema de organização da sociedade para garantir que seus filhotes se tornem rainhas reprodutivas e não operárias estéreis.
Esclareço-lhes que isto não é uma fábula cujo propósito seja apresentar algum tipo de princípio moral e que as formiguinhas são apenas personagens inocentes que retratariam as relações humanas. O estudo ocupou-se mesmo de formigas. Não sei explicar o fim, a utilidade, nem muito menos porque se gasta tempo e dinheiro com uma coisa destas, mas os europeus podem se dar certos luxos e desperdícios.
Em todo caso, a coisa é curiosa e terminei por constatar uma verdade não muito feliz. As formigas, de algum modo que me é totalmente desconhecido, contaminaram alguns poucos de nós que, pela imitação, aprenderam a agir de maneira estranha ao nosso comportamento natural que é, como se sabe, decente, probo, altruísta. Este é outro importante detalhe que precisa ser desvendado. Os cientistas deixaram em aberto esta possibilidade de, pasmem, haver uma trama proposital neste quesito. Falaremos pouco adiante sobre isso.
Aposto que vocês, sem minha informação e o estudo destes caras, não saberiam destas coisas. É que houve resistência por parte dos patrocinadores da pesquisa. Não se sabia o impacto que causaria entre os humanos informação tão terrível que, até aqui, têm se julgado superiores a tudo e, de fato, não me gabo por isso, o somos. Contudo, no experimento, as formigas não eram cobaias, foram atoras principais e se revelaram um tipo de inseto mau caráter mesmo. Experimente esquecer o pé perto de um formigueiro. Mesmo que você não as ameace, vem uma e lhe tasca uma picada só pelo prazer de fazer o mal. Tratou-se, portanto, de um estudo etnográfico daquele tipo de inseto social.
Antes, tínhamos uma vaga idéia desta natureza trambiqueira e violenta das formigas, agora não há mais dúvida. É que sempre olhávamos muuuuito de cima e elas, sempre atarefadas, carregando alguma coisa para dentro do buraco, fazendo fila para ir a algum lugar, não se via o que se passava lá dentro da cidade delas, no meio de suas relações cotidianas. Afinal, o que um olho de um buraco pode dizer? Desconfia-se agora, inclusive, que esta seja mais uma estratégia das formigas. Não mais para camuflar sua vida de moral rasteira, que como se descobriu, vivem entre si, mas pra manter-nos na ignorância e possivelmente, como de maneira triste se constatou, contaminar algum humano menos precavido.
A pesquisa analisou a história a fundo, se me permitem o trocadilho. Há marcadores genéticos que condicionam aquele desvio de caráter tão multiforme. Quer dizer, não é um problema simples de comportamento esporádico, é a natureza das formigas. Em nosso meio, às vezes, alguém pode agir de forma não convencional para salvar a pele, ter uma vantagemzinha comercial ou política, é, com muitas ressalvas, aceitável, não é assim? É possível, admitamos, que um desavisado lance mão de um estratagema ilegal, enganador, não é, por suposto, comum entre nós com o é entre as tais formigas, insetos disfarçados, debaixo da máscara de operárias responsáveis e dedicadas, não passam de coisinhas carregadas de maldade, dispostas a passar a perna em suas semelhantes. No caso, muitas pernas. Que coisa abominável!
Que fazem as formigas tapeadoras? Nossos cientistas descobriram que os machos, ligados à máfia, para evitar que um único formigueiro tenha muita gente da família se dando bem nos altos escalões, distribuem o pessoal por outras colônias e assim continuam explorando as massas altruístas, como o disse um dos pesquisadores.
Somos tomados de admiração e espanto. Mas não são apenas insetos, diríamos? Uma ova! Os gênios humanos que descobriram as tramas subterrâneas afirmam que é tudo deliberado. Aquelas que têm esta capacidade de enganar, isto é, os tais genes de linhagem, e para continuar colocando suas parentas chegadas lá no topo da hierarquia real, fazem de tudo para continuar sem ser notadas. Vejam que coisa?! É certo que uma ou outra mais deslumbrada atira-se às câmeras e jornais, ostentam, falam demasiado – é de lascar ter tanta vantagem e ficar só para si e não esnobar ninguém. Parece que a plebe – ainda é algo por provar na pesquisa que continua –, as operárias verdadeiras, tomam medidas enérgicas para tentar evitar que continuem se matando de trabalhar, às vezes, literalmente, e outras espertas se dêem bem e gozem das benesses do trabalho da maioria. Basta a rainha, seu séquito enorme e o grupo sacerdotal, eles existem também. Não se sabe se as operárias revoltadas – com razão – banem as formigas vigaristas ou se as matam com algum formicida desconhecido.
Embora exista uma classe religiosa entre as formigas, descoberta que causou assombro, ficou claro na pesquisa que não fazem exatamente serviço religioso como o entendemos. Os ofícios que realizam têm como propósito manter as demais em ordeira obediência ao sistema. A casta clerical administra a alimentação e é muito próxima da rainha de plantão que termina por ser, não a deusa-mãe, mas sua plenipotenciária representante naquele mundo. O que tem aparência de culto reproduz as mesmas relações de burla, como a política interna.
Obtive estas informações de maneira secreta e só as publico porque, eu, como um restrito círculo de pessoas, estamos muito preocupados. Talvez assim esta notícia provoque medidas para impedir aquilo que se diz à boca miúda nos comandos mais importantes de nossa raça, as formigas têm, talvez – ainda não se provou –, um plano secreto de nos passar estes mesmos costumes que praticam de maneira tão desavergonhada entre a família formicídea. Já imaginaram o que seria em nossa sociedade, na igreja (Deus nos livre), termos este tipo de linhagens pseudo-especiais, realezas forjadas a troco de trapaças contra os demais? Não consigo nem imaginar.
Estudo anglo-dinamarquês atesta que as formigas são corruptas, egoístas e traiçoeiras. A tramóia consiste em que determinadas famílias, dentro do formigueiro, burlam o sistema de organização da sociedade para garantir que seus filhotes se tornem rainhas reprodutivas e não operárias estéreis.
Esclareço-lhes que isto não é uma fábula cujo propósito seja apresentar algum tipo de princípio moral e que as formiguinhas são apenas personagens inocentes que retratariam as relações humanas. O estudo ocupou-se mesmo de formigas. Não sei explicar o fim, a utilidade, nem muito menos porque se gasta tempo e dinheiro com uma coisa destas, mas os europeus podem se dar certos luxos e desperdícios.
Em todo caso, a coisa é curiosa e terminei por constatar uma verdade não muito feliz. As formigas, de algum modo que me é totalmente desconhecido, contaminaram alguns poucos de nós que, pela imitação, aprenderam a agir de maneira estranha ao nosso comportamento natural que é, como se sabe, decente, probo, altruísta. Este é outro importante detalhe que precisa ser desvendado. Os cientistas deixaram em aberto esta possibilidade de, pasmem, haver uma trama proposital neste quesito. Falaremos pouco adiante sobre isso.
Aposto que vocês, sem minha informação e o estudo destes caras, não saberiam destas coisas. É que houve resistência por parte dos patrocinadores da pesquisa. Não se sabia o impacto que causaria entre os humanos informação tão terrível que, até aqui, têm se julgado superiores a tudo e, de fato, não me gabo por isso, o somos. Contudo, no experimento, as formigas não eram cobaias, foram atoras principais e se revelaram um tipo de inseto mau caráter mesmo. Experimente esquecer o pé perto de um formigueiro. Mesmo que você não as ameace, vem uma e lhe tasca uma picada só pelo prazer de fazer o mal. Tratou-se, portanto, de um estudo etnográfico daquele tipo de inseto social.
Antes, tínhamos uma vaga idéia desta natureza trambiqueira e violenta das formigas, agora não há mais dúvida. É que sempre olhávamos muuuuito de cima e elas, sempre atarefadas, carregando alguma coisa para dentro do buraco, fazendo fila para ir a algum lugar, não se via o que se passava lá dentro da cidade delas, no meio de suas relações cotidianas. Afinal, o que um olho de um buraco pode dizer? Desconfia-se agora, inclusive, que esta seja mais uma estratégia das formigas. Não mais para camuflar sua vida de moral rasteira, que como se descobriu, vivem entre si, mas pra manter-nos na ignorância e possivelmente, como de maneira triste se constatou, contaminar algum humano menos precavido.
A pesquisa analisou a história a fundo, se me permitem o trocadilho. Há marcadores genéticos que condicionam aquele desvio de caráter tão multiforme. Quer dizer, não é um problema simples de comportamento esporádico, é a natureza das formigas. Em nosso meio, às vezes, alguém pode agir de forma não convencional para salvar a pele, ter uma vantagemzinha comercial ou política, é, com muitas ressalvas, aceitável, não é assim? É possível, admitamos, que um desavisado lance mão de um estratagema ilegal, enganador, não é, por suposto, comum entre nós com o é entre as tais formigas, insetos disfarçados, debaixo da máscara de operárias responsáveis e dedicadas, não passam de coisinhas carregadas de maldade, dispostas a passar a perna em suas semelhantes. No caso, muitas pernas. Que coisa abominável!
Que fazem as formigas tapeadoras? Nossos cientistas descobriram que os machos, ligados à máfia, para evitar que um único formigueiro tenha muita gente da família se dando bem nos altos escalões, distribuem o pessoal por outras colônias e assim continuam explorando as massas altruístas, como o disse um dos pesquisadores.
Somos tomados de admiração e espanto. Mas não são apenas insetos, diríamos? Uma ova! Os gênios humanos que descobriram as tramas subterrâneas afirmam que é tudo deliberado. Aquelas que têm esta capacidade de enganar, isto é, os tais genes de linhagem, e para continuar colocando suas parentas chegadas lá no topo da hierarquia real, fazem de tudo para continuar sem ser notadas. Vejam que coisa?! É certo que uma ou outra mais deslumbrada atira-se às câmeras e jornais, ostentam, falam demasiado – é de lascar ter tanta vantagem e ficar só para si e não esnobar ninguém. Parece que a plebe – ainda é algo por provar na pesquisa que continua –, as operárias verdadeiras, tomam medidas enérgicas para tentar evitar que continuem se matando de trabalhar, às vezes, literalmente, e outras espertas se dêem bem e gozem das benesses do trabalho da maioria. Basta a rainha, seu séquito enorme e o grupo sacerdotal, eles existem também. Não se sabe se as operárias revoltadas – com razão – banem as formigas vigaristas ou se as matam com algum formicida desconhecido.
Embora exista uma classe religiosa entre as formigas, descoberta que causou assombro, ficou claro na pesquisa que não fazem exatamente serviço religioso como o entendemos. Os ofícios que realizam têm como propósito manter as demais em ordeira obediência ao sistema. A casta clerical administra a alimentação e é muito próxima da rainha de plantão que termina por ser, não a deusa-mãe, mas sua plenipotenciária representante naquele mundo. O que tem aparência de culto reproduz as mesmas relações de burla, como a política interna.
Obtive estas informações de maneira secreta e só as publico porque, eu, como um restrito círculo de pessoas, estamos muito preocupados. Talvez assim esta notícia provoque medidas para impedir aquilo que se diz à boca miúda nos comandos mais importantes de nossa raça, as formigas têm, talvez – ainda não se provou –, um plano secreto de nos passar estes mesmos costumes que praticam de maneira tão desavergonhada entre a família formicídea. Já imaginaram o que seria em nossa sociedade, na igreja (Deus nos livre), termos este tipo de linhagens pseudo-especiais, realezas forjadas a troco de trapaças contra os demais? Não consigo nem imaginar.
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