Palavra do leitor
- 17 de março de 2016
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Fora Dilma - por gentileza
É muito difícil você falar de religião ou espiritualidade sem entrar no campo político.
Foi assim com Jesus.
O tema preferido do Rabi possuía sempre como título a palavra: “Reino”. Reino é Monarquia, e Monarquia é um sistema de governo. Portanto, um sistema político.
As autoridades romanas o condenaram, por ser um Rei. O pano de fundo legal para a crucificação era “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César.” E pegaram Jesus...
Jesus porém, soberano, “meu Reino não é desse mundo”.
Estamos falando aqui de duas esferas, dois universos. Algum e outros teólogos já destrincharam essa teologia, Lutero certamente, santo Agostinho provavelmente. O poder secular e sua interação com o poder celestial.
Alguns fazem uma abordagem bélica-espiritual. E um reino é invasor e o outro o legítimo defensor de seu território. E a guerra está declarada!
Mas como traduzir toda essas teologia, análises e teorias para nosso cotidiano? Para a prática de hoje? Como se posicionar frente a uma governante Dilma? A um governo PT?
Tomemos Jesus novamente como ponto de partida. Ele esteve todo o tempo submisso às autoridades “invasoras” romanas. Até mesmo às religiosas judaicas. Apesar de toda a hipocrisia e corrupção delas. Jesus em sua missão não estava ali para se rebelar ou reivindicar legitimamente, segundo sua linhagem nobre, como descendente de Davi, o trono de Israel.
Jesus e posteriormente Gandhi (que aprendeu com ele) preferiu demonstrar a falência do sistema vigente através da não violência. Não podemos esquecer aqui que isso era parte integral de sua missão redentora e sacrificial.
O primeiro ponto a ser herdado é porém esse: abrir mão da violência para atingir um objetivo mais nobre. Funciona – ainda que a longo prazo.
Mas pacifismo não se confunde com passividade.
Jesus não se calou frente às mazelas do sistema e de forma alguma compactou com elas.
Isso nos mostra que o cristão também está autorizado a ir para as ruas e gritar. Seja contra ou a favor de um ou de outro sistema. Desde que de forma pacífica.
Na verdade não penso que tudo se resolve de forma pacífica. Ou melhor dizendo, não creio que de forma pacífica se resolva tudo. Uma condução coercitiva vez por outra faz-se necessária. O uso da força deve ser feito com muita cautela e sabedoria, e somente como um dos últimos recursos.
Dois pontos precisam ser então esclarecidos: a opção pelos pobres e o poder das urnas.
A teologia da libertação que se alinha com o governo PT diz acertadamente que no projeto do Reino de Deus, há uma opção pelos pobres. Mas devemos reconhecer que o PT não é igual à teologia da libertação.
Embora tenha beneficiado em sua política de redistribuição de renda as camadas mais necessitadas da população, no passado, ele foi se transformando – como não era de se esperar o contrário – num partido como qualquer outro que se vê contaminado pelo poder, corrupto e injusto. Em seu projeto de poder foi atropelando um por um aos seus ideias e ideologias.
Então a luta agora não é a dos ricos, ou da classe média contra as populações marginalizadas. Não! Há um clamor por um governo autêntico e transparente. Se o Brasil é capaz de produzir algo assim é outra conversa. Mas o que está aí não interessa mais, pois não é uma alternativa para o que já cansamos de ver. O PT não é mais um partido progressista. O governo nunca foi, e se um dia por acaso foi, há muito já deixou de ser.
E as urnas? As urnas é a vontade popular num dado momento específico. Pode ser mudado a toda hora? Pode. A Constituição oferece instrumentos para isso. Mas por razões lógicas não deveríamos ficar mudando a toda hora os governantes. (Um Regime parlamentarista ofereceria uma saída mais rápida e flexível).
É porém um argumento pobre apelar para as urnas como se fosse a âncora última que legitimas essa palhaçada que assistimos a meses sem fim chamada de aliança PT/PMDB no governo federal.
As urnas possuem seu valor e a vontade popular é também soberana: “o governo do povo, para o povo e pelo povo”. É a ideia democrática.
Mas o que estamos vendo e vem se arrastando é justamente o contrário. A vontade popular se distanciando aos montes do governo. Que sequestrou “a voz do povo” e se acha representante dela.
É imperativo que as urnas sejam novamente consultadas!
De não menos importância cabe ao cristão orar pelo Brasil e seus governantes. Talvez Dilma mesmo encontre para essa situação a saída - literalmente.
Foi assim com Jesus.
O tema preferido do Rabi possuía sempre como título a palavra: “Reino”. Reino é Monarquia, e Monarquia é um sistema de governo. Portanto, um sistema político.
As autoridades romanas o condenaram, por ser um Rei. O pano de fundo legal para a crucificação era “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César.” E pegaram Jesus...
Jesus porém, soberano, “meu Reino não é desse mundo”.
Estamos falando aqui de duas esferas, dois universos. Algum e outros teólogos já destrincharam essa teologia, Lutero certamente, santo Agostinho provavelmente. O poder secular e sua interação com o poder celestial.
Alguns fazem uma abordagem bélica-espiritual. E um reino é invasor e o outro o legítimo defensor de seu território. E a guerra está declarada!
Mas como traduzir toda essas teologia, análises e teorias para nosso cotidiano? Para a prática de hoje? Como se posicionar frente a uma governante Dilma? A um governo PT?
Tomemos Jesus novamente como ponto de partida. Ele esteve todo o tempo submisso às autoridades “invasoras” romanas. Até mesmo às religiosas judaicas. Apesar de toda a hipocrisia e corrupção delas. Jesus em sua missão não estava ali para se rebelar ou reivindicar legitimamente, segundo sua linhagem nobre, como descendente de Davi, o trono de Israel.
Jesus e posteriormente Gandhi (que aprendeu com ele) preferiu demonstrar a falência do sistema vigente através da não violência. Não podemos esquecer aqui que isso era parte integral de sua missão redentora e sacrificial.
O primeiro ponto a ser herdado é porém esse: abrir mão da violência para atingir um objetivo mais nobre. Funciona – ainda que a longo prazo.
Mas pacifismo não se confunde com passividade.
Jesus não se calou frente às mazelas do sistema e de forma alguma compactou com elas.
Isso nos mostra que o cristão também está autorizado a ir para as ruas e gritar. Seja contra ou a favor de um ou de outro sistema. Desde que de forma pacífica.
Na verdade não penso que tudo se resolve de forma pacífica. Ou melhor dizendo, não creio que de forma pacífica se resolva tudo. Uma condução coercitiva vez por outra faz-se necessária. O uso da força deve ser feito com muita cautela e sabedoria, e somente como um dos últimos recursos.
Dois pontos precisam ser então esclarecidos: a opção pelos pobres e o poder das urnas.
A teologia da libertação que se alinha com o governo PT diz acertadamente que no projeto do Reino de Deus, há uma opção pelos pobres. Mas devemos reconhecer que o PT não é igual à teologia da libertação.
Embora tenha beneficiado em sua política de redistribuição de renda as camadas mais necessitadas da população, no passado, ele foi se transformando – como não era de se esperar o contrário – num partido como qualquer outro que se vê contaminado pelo poder, corrupto e injusto. Em seu projeto de poder foi atropelando um por um aos seus ideias e ideologias.
Então a luta agora não é a dos ricos, ou da classe média contra as populações marginalizadas. Não! Há um clamor por um governo autêntico e transparente. Se o Brasil é capaz de produzir algo assim é outra conversa. Mas o que está aí não interessa mais, pois não é uma alternativa para o que já cansamos de ver. O PT não é mais um partido progressista. O governo nunca foi, e se um dia por acaso foi, há muito já deixou de ser.
E as urnas? As urnas é a vontade popular num dado momento específico. Pode ser mudado a toda hora? Pode. A Constituição oferece instrumentos para isso. Mas por razões lógicas não deveríamos ficar mudando a toda hora os governantes. (Um Regime parlamentarista ofereceria uma saída mais rápida e flexível).
É porém um argumento pobre apelar para as urnas como se fosse a âncora última que legitimas essa palhaçada que assistimos a meses sem fim chamada de aliança PT/PMDB no governo federal.
As urnas possuem seu valor e a vontade popular é também soberana: “o governo do povo, para o povo e pelo povo”. É a ideia democrática.
Mas o que estamos vendo e vem se arrastando é justamente o contrário. A vontade popular se distanciando aos montes do governo. Que sequestrou “a voz do povo” e se acha representante dela.
É imperativo que as urnas sejam novamente consultadas!
De não menos importância cabe ao cristão orar pelo Brasil e seus governantes. Talvez Dilma mesmo encontre para essa situação a saída - literalmente.
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