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Palavra do leitor

Fé em tempos de conveniências

‘’Professar crer em Deus e desistir do próximo, sem sombra de dúvida, soa como a mais estampada hipocrisia; eis nessa afirmação, a maior e mais lamentável contradição do amor evocado pelos cristãos. ’’

Durante muito tempo e ainda ouço colocações de a fé manter uma correlação e impacto com os marginalizados de uma dimensão social e cultural afortunada. Em outras palavras, os banidos por sistemas políticos e econômicos de abissais disparidades se tornam num campo prolífico para a irradiação de feitos e de fenômenos movidos pela fé. Por ora, finco as estacas a fim de elucubrarmos sobre a fé, dentro de uma perspectiva de alterar nossa maneira de conceber a vida, a nós mesmos, ao próximo. Digo isso, por que, ultimamente, encontro um embate acirradíssimo de ícones pastorais midiáticos com a postura de mostrar e demonstrar quem pode mais.

Evidentemente, para uma pessoa solapada por uma neoplasia maligna ou qualquer outra anomalia, seria leviano em refutar sua alegria e êxtase ao ser curado, ou abençoado, seja qual for a situação. Agora, trilhamos por um período voltado a encarar a vida restrita ao aqui e agora, mormente não venhamos externar isso, através de nossas palavras. Acredito, piamente, que o progresso, de forma alguma, representa um desvencilhar do ser humano de sua espiritualidade.

Diametralmente oposto, a decisão de prosseguir a interpretamos nossa relação com Deus moldado a sistemas e delimitações, lamentavelmente, leva – nos a uma fé de conveniências. Deixo ser mais específico, uma fé por onde nos acostumamos a aguardar o apagar das luzes e quem sabe algum dia tudo mude. Indo as andanças de Jesus, aqui neste oikos, quem de nós poderia, sincera e seriamente, reputá – ló como o Messias.

Muito embora, os milagres, os sinais e os prodígios permeiam os evangelhos, sua mensagem rompe com as conveniências de retirar Deus da estante da tradição e, tão somente, lembrar – se Dele nos âmbitos dos ritualismos e das tradições. Nada mais e nada menos! Não por menos, conseguia trilhar pelos meandros das ideologias revolucionárias e anódinas dos zelotes, do distanciamento espiritual e ético dos essênios, das articulações política dos fariseus e até das consideradas vertentes tidas como subversivas (mas sem a condição de arranhar as engrenagens do poder constituído, caso da facção encabeçada por João Batista) e por ai vai.

De certo, causava estranheza a dinâmica de Jesus, a partir de um contexto de encontros e desencontros, das etnias, das raças, das culturas, das histórias, das incertezas, das dúvidas, os por que (s), os marginalizados, os repudiados, os ricos, os pobres, os homens, as mulheres e, enfim, a vida em toda sua pletora de alternâncias era acolhida, abraçada, umedecida com as lágrimas de uma fé que não se comprometeu a explicar tudo, não resolveu todas as discrepâncias, não se ocupou a provar o quanto estava certo e sempre convidou os homens a desatar as cordas de uma fé diluída em miríades de ideais e ideias equidistante do viver. Vou adiante, ao atentarmos para Jesus, percebemos a fé lúdica, vivaz, pulsátil, aberta e franqueada para o diálogo, numa espécie de maiêutica da vida como ela é (do centurião romano, da mulher adultera, dos leprosos, do cobrador de impostos, dos inquiridores e algozes da lei, dos curiosos, dos interesseiros e por ai vai).

Deveras, Jesus rompe e irrompe vorazmente com a fé das conveniências, a fé compromissada a pôr cabrestos, máscaras de aparências, fardos de culpas e condenações (por isso, por aquilo e acolá), de barganhas e mercancia da cruz, de submeter a Graça a um amontoados de delírios regidos por um sobrenaturalismo de interesses escusos e mesquinhos, por onde continuamos a pleitear por um compêndio de bênçãos individualistas, utilitaristas e descartadora do próximo e ceticismos, por onde abjetamos uma espiritualidade salutar e profícua e tentamos costurar Cristo dentro de definições e descrições (semelhante a um evangelho atrelado a ser peça de uma cultura e só).

De notar, Jesus pouco abordou sobre temas correlacionados a virgindade, a sexualidade, a arcabouços econômicos e sociais corretos; entretanto, trouxe a fé oposta a fé de conveniências, de uma liberdade as avessas, de uma humanidade dicotômica a espiritualidade e vice – versa. De tudo, não deveríamos ponderar sobre se não cultivamos e cultuamos uma fé de conveniências, do salve – se quem puder (principalmente em tempos de uma realidade de insegurança; a onda galopante de mortes, como tem ocorrido em São Paulo, não nos deixa enganar).

Pontuo ainda mais, a fé de conveniências assaz e tão engessada a uma visão unilateral da vida, malgrado sejamos bons cidadãos e ritualistas de cerimoniais movidos por ímpetos perfunctórios de celebrações e no escoar da semana permanecemos no anonimato e ancorados ao nosso próprio umbigo? Quiçá, esse texto não venha acarretar uma mudança na sua forma de ser; mesmo assim, por qual motivo não aceitar o convite de Cristo e lançar sobre Ele todas as nossas conveniências?
São Paulo - SP
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