Palavra do leitor
- 24 de agosto de 2009
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Fariseu antropofágico
"vida cristã traz argutamente o aspecto de não haver discipulado sem o nosso, o próximo e outro."
Mais um domingo caminha para o seu fenecer. Sem nada de estupendo a mencionar e a praxe de certas condutas mantidas. Eis então, em meio a mesmice, um efeito sísmico desencadeado na minha existência cristã.
Até relutei e porfiosamente articulei alguns esboços de defesas e ponderações. Para tanto sublinhei as anomalias de uma sociedade dita e rotulada pós-moderna. Lancei ao vento os seus imbróglios e ignomínias.
Os escândalos promanados no Senado, com a decisão atulhada de hipocrisia e descalabro, e o infame arquivamento das denúncias, cabais e veementes, em face do Presidente da respectiva casa -o Sr. José Sarney.
Não bastasse, busquei todo um cenário de paradoxos, os vácuos da vida diária, as manifestações perenes da desordenação social e desesperança. As notícias de uma eminente pandemia também mereceu ser inserido na pauta.
Ah, em nenhuma hipótese, poderia olvidar dos escândalos do fundo do baú, através da exibição de uma fita pra lá de comprometedora de pastores numa espécie de curso voltado a ensinar táticas de como extorquir dos neófitos recursos.
De nada adiantou e cada vez mais o esgarçar das minhas frágeis, vulneráveis e debilitadas razões ganhavam extensão, amplitude e profundidade. A ressonância cadente de uma angústia batia a porta. Por fim, capitulei e as cortinas foram levantadas.
Deveras, encarar a autêntica verdade inquestionável das minhas verdades assustou, lacerou, espicaçou e estilhaçou. Tive de admitir o quão e quanto fariseu, narcisista, pérfido e antropofágico tenho sido.
Devo reconhecer, tornou-se cômodo expor as mazelas e patologias da instituição eclesiástica.
Sem dó nem piedade atacava e pisoteava dos discordantes. Afinal de contas, as minhas idéias são argutas, frutos de uma sólida e ilibada pesquisa teológica, as minhas arguições e elocubrações são regidas por uma busca pela ortopráxis e pela liberdade dialética.
Enfim, no fundo, ao passar a mão no espelho embaçado, deparei-me com o Robson envernizado, sedento por execrar os opositores e lançá-los no meu inferno existencial.
Quantas vezes, dizia:
-A Igreja precisa disso, daquilo e sei lá mais o quê!
Entrementes, permanecia apeteciador em ser o arauto da justiça, das objeções em face das frivolidades e superficialidades.
Obviamente, dos outros!
Caso houvesse um lampejo de negação no que tange as minhas razões, julgava, condenava e torturava.
Havia me tornado num ser maquiavélico, voraz por derrubar, ansioso por disputar, por ser o melhor, por fazer prevalecer o que considerava correto.
Não deu para conter as ondas caudalosas do inesperado, Graças a Deus!
As portas sucumbiram e ainda assim o eu altissonante tentava reaver as rédeas do jogo.
Em todo esse desabafo, encontrei a esperança genuína, Cristo Jesus e, muito embora, um estado de beligerância estava em meu ser, paulatinamente as possibilidades do recomeçar adquiriam corpo e robustez.
A síndrome de ser vítima, a covardia de não olhar para determinadas aberrações e outros detalhes escamoteados perderam sua projeção.
Sem titubear, era o personagem de Kafka que na eminência de sua morte, evitava encarar os fatos da sua realidade.
Vale notar, mantinha uma capa adornada a fim de cumprir protocolos e uma excitação por solapar o outro me regia.
Confesso, sim e sim, todas esses desejos e valores macabros, escondidos numa maquiagem de bondoso e cordialíssimo cristão e cidadão.
Novamente reitero, em Cristo Jesus os embustes, a leviandade, a sordidez e as máscaras vieram a tona.
Deveras, em Cristo Jesus, o Deus-ser humano, amigo e companheiro, pude adentrar numa fé lúdica, criativa, humanizadora, afetuosa e aconhegadora.
Ainda hoje, não sou perfeito e agradeço a Deus por reconhecer tal fato.
Sem culpa e condeanção!
As dúvidas atravessam pelas rotas da minha existência. Os desejos estrambódicos vão sendo enfrentados com a devida maturidade. A senzala psicológica e as armaduras nocivas de um tétrico moralismo lançados para fora.
Sou mais correto e sensato com Deus, com o próximo, com você que vai ler esse texto e a vida.
Ademais, quem sabe você também não necessite de ser invadido pelo Deus-ser humano, amigo e companheiro Jesus Cristo e, por consequência, viver integral e plenamente a liberdade de ser imago dei.
Mais um domingo caminha para o seu fenecer. Sem nada de estupendo a mencionar e a praxe de certas condutas mantidas. Eis então, em meio a mesmice, um efeito sísmico desencadeado na minha existência cristã.
Até relutei e porfiosamente articulei alguns esboços de defesas e ponderações. Para tanto sublinhei as anomalias de uma sociedade dita e rotulada pós-moderna. Lancei ao vento os seus imbróglios e ignomínias.
Os escândalos promanados no Senado, com a decisão atulhada de hipocrisia e descalabro, e o infame arquivamento das denúncias, cabais e veementes, em face do Presidente da respectiva casa -o Sr. José Sarney.
Não bastasse, busquei todo um cenário de paradoxos, os vácuos da vida diária, as manifestações perenes da desordenação social e desesperança. As notícias de uma eminente pandemia também mereceu ser inserido na pauta.
Ah, em nenhuma hipótese, poderia olvidar dos escândalos do fundo do baú, através da exibição de uma fita pra lá de comprometedora de pastores numa espécie de curso voltado a ensinar táticas de como extorquir dos neófitos recursos.
De nada adiantou e cada vez mais o esgarçar das minhas frágeis, vulneráveis e debilitadas razões ganhavam extensão, amplitude e profundidade. A ressonância cadente de uma angústia batia a porta. Por fim, capitulei e as cortinas foram levantadas.
Deveras, encarar a autêntica verdade inquestionável das minhas verdades assustou, lacerou, espicaçou e estilhaçou. Tive de admitir o quão e quanto fariseu, narcisista, pérfido e antropofágico tenho sido.
Devo reconhecer, tornou-se cômodo expor as mazelas e patologias da instituição eclesiástica.
Sem dó nem piedade atacava e pisoteava dos discordantes. Afinal de contas, as minhas idéias são argutas, frutos de uma sólida e ilibada pesquisa teológica, as minhas arguições e elocubrações são regidas por uma busca pela ortopráxis e pela liberdade dialética.
Enfim, no fundo, ao passar a mão no espelho embaçado, deparei-me com o Robson envernizado, sedento por execrar os opositores e lançá-los no meu inferno existencial.
Quantas vezes, dizia:
-A Igreja precisa disso, daquilo e sei lá mais o quê!
Entrementes, permanecia apeteciador em ser o arauto da justiça, das objeções em face das frivolidades e superficialidades.
Obviamente, dos outros!
Caso houvesse um lampejo de negação no que tange as minhas razões, julgava, condenava e torturava.
Havia me tornado num ser maquiavélico, voraz por derrubar, ansioso por disputar, por ser o melhor, por fazer prevalecer o que considerava correto.
Não deu para conter as ondas caudalosas do inesperado, Graças a Deus!
As portas sucumbiram e ainda assim o eu altissonante tentava reaver as rédeas do jogo.
Em todo esse desabafo, encontrei a esperança genuína, Cristo Jesus e, muito embora, um estado de beligerância estava em meu ser, paulatinamente as possibilidades do recomeçar adquiriam corpo e robustez.
A síndrome de ser vítima, a covardia de não olhar para determinadas aberrações e outros detalhes escamoteados perderam sua projeção.
Sem titubear, era o personagem de Kafka que na eminência de sua morte, evitava encarar os fatos da sua realidade.
Vale notar, mantinha uma capa adornada a fim de cumprir protocolos e uma excitação por solapar o outro me regia.
Confesso, sim e sim, todas esses desejos e valores macabros, escondidos numa maquiagem de bondoso e cordialíssimo cristão e cidadão.
Novamente reitero, em Cristo Jesus os embustes, a leviandade, a sordidez e as máscaras vieram a tona.
Deveras, em Cristo Jesus, o Deus-ser humano, amigo e companheiro, pude adentrar numa fé lúdica, criativa, humanizadora, afetuosa e aconhegadora.
Ainda hoje, não sou perfeito e agradeço a Deus por reconhecer tal fato.
Sem culpa e condeanção!
As dúvidas atravessam pelas rotas da minha existência. Os desejos estrambódicos vão sendo enfrentados com a devida maturidade. A senzala psicológica e as armaduras nocivas de um tétrico moralismo lançados para fora.
Sou mais correto e sensato com Deus, com o próximo, com você que vai ler esse texto e a vida.
Ademais, quem sabe você também não necessite de ser invadido pelo Deus-ser humano, amigo e companheiro Jesus Cristo e, por consequência, viver integral e plenamente a liberdade de ser imago dei.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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