Palavra do leitor
- 02 de fevereiro de 2011
- Visualizações: 2573
- 2 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
Artigo publicado em resposta a Brasil: um protestantismo neoanabatista?
Falta anabatistizar um aspecto importante
Considero muito pertinentes as reflexões a respeito de uma doença que marca o protestantismo brasileiro - a saber o desprezo pela tradição e pela história, e a pretensão de estar sempre começando tudo de novo, como se estivéssemos re-editanto o cristianismo neotestamentário em contradição a igrejas esclerosadas e apóstatas.
Análises um pouco mais aprofundadas como esta, mostram o quanto é vazio o discurso.
Entretanto, ao dizer que essa é uma característica anabatista, está-se desprezando uma série de características do radicalismo anabatista que não são de maneira nenhuma adotadas pelo novel protestantismo brasileiro.
Por exemplo, a recusa em prestar o serviço militar ou exercer qualquer cargo público, levando às últimas conseqüências a noção de que o reino de Deus não se coaduna com as "coisas deste mundo". Não vejo muita gente no protestantismo brasileiro adotar este tipo de atitude.
Rebatizadores não eram apenas por desprezar uma teologia do pacto, de uma sociedade que era "de Deus" em sua totalidade. Quando rebatizavam um adulto, o faziam como um discurso de ruptura com o mundo, e de inserção numa comunidade radical que em muitos aspectos se aproximava do cristianismo da comunidade do 1° século. Inclusive com a sedição e a afronta à autoridade pública e com a formação de comunidades socialistas exclusivistas.
O protestantismo brasileiro apontado como anabatista jamais pratica tal radicalismo, é servo dos poderes estabelecidos e do dinheiro, e considera o socialismo doutrina perniciosa e diabólica.
Seria então uma anabatistização que só tem um aspecto: negação da instituição eclesiástica em prol da organização congregacional, com subseqüente negação do batismo infantil. Despreza, porém os aspectos que deveriam derivar dessa concepção exclusivista de reino de Deus: a ruptura com "este mundo" e seus poderes estabelecidos, onde nossos evangélicos não parecem nada desconfortáveis.
Análises um pouco mais aprofundadas como esta, mostram o quanto é vazio o discurso.
Entretanto, ao dizer que essa é uma característica anabatista, está-se desprezando uma série de características do radicalismo anabatista que não são de maneira nenhuma adotadas pelo novel protestantismo brasileiro.
Por exemplo, a recusa em prestar o serviço militar ou exercer qualquer cargo público, levando às últimas conseqüências a noção de que o reino de Deus não se coaduna com as "coisas deste mundo". Não vejo muita gente no protestantismo brasileiro adotar este tipo de atitude.
Rebatizadores não eram apenas por desprezar uma teologia do pacto, de uma sociedade que era "de Deus" em sua totalidade. Quando rebatizavam um adulto, o faziam como um discurso de ruptura com o mundo, e de inserção numa comunidade radical que em muitos aspectos se aproximava do cristianismo da comunidade do 1° século. Inclusive com a sedição e a afronta à autoridade pública e com a formação de comunidades socialistas exclusivistas.
O protestantismo brasileiro apontado como anabatista jamais pratica tal radicalismo, é servo dos poderes estabelecidos e do dinheiro, e considera o socialismo doutrina perniciosa e diabólica.
Seria então uma anabatistização que só tem um aspecto: negação da instituição eclesiástica em prol da organização congregacional, com subseqüente negação do batismo infantil. Despreza, porém os aspectos que deveriam derivar dessa concepção exclusivista de reino de Deus: a ruptura com "este mundo" e seus poderes estabelecidos, onde nossos evangélicos não parecem nada desconfortáveis.
Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
- 02 de fevereiro de 2011
- Visualizações: 2573
- 2 comentário(s)
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Revista Ultimato
- +lidos
- +comentados
- Por quê?
- A democracia [geográfica] da dor!
- Não andeis na roda dos escarnecedores: quais escarnecedores?
- O cristão morre?
- A religião verdadeira é única, e se tornou uma pessoa a ser seguida
- Mergulhados na cultura, mas batizados na santidade (parte 2)
- Não nos iludamos, animal é animal!
- Só a Fé, sim (só a Escolha, não)
- Até aqui ele não me deixou
- Amor, compaixão, perdas, respeito!