Palavra do leitor
- 02 de fevereiro de 2011
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Artigo publicado em resposta a Brasil: um protestantismo neoanabatista?
Falta anabatistizar um aspecto importante
Considero muito pertinentes as reflexões a respeito de uma doença que marca o protestantismo brasileiro - a saber o desprezo pela tradição e pela história, e a pretensão de estar sempre começando tudo de novo, como se estivéssemos re-editanto o cristianismo neotestamentário em contradição a igrejas esclerosadas e apóstatas.
Análises um pouco mais aprofundadas como esta, mostram o quanto é vazio o discurso.
Entretanto, ao dizer que essa é uma característica anabatista, está-se desprezando uma série de características do radicalismo anabatista que não são de maneira nenhuma adotadas pelo novel protestantismo brasileiro.
Por exemplo, a recusa em prestar o serviço militar ou exercer qualquer cargo público, levando às últimas conseqüências a noção de que o reino de Deus não se coaduna com as "coisas deste mundo". Não vejo muita gente no protestantismo brasileiro adotar este tipo de atitude.
Rebatizadores não eram apenas por desprezar uma teologia do pacto, de uma sociedade que era "de Deus" em sua totalidade. Quando rebatizavam um adulto, o faziam como um discurso de ruptura com o mundo, e de inserção numa comunidade radical que em muitos aspectos se aproximava do cristianismo da comunidade do 1° século. Inclusive com a sedição e a afronta à autoridade pública e com a formação de comunidades socialistas exclusivistas.
O protestantismo brasileiro apontado como anabatista jamais pratica tal radicalismo, é servo dos poderes estabelecidos e do dinheiro, e considera o socialismo doutrina perniciosa e diabólica.
Seria então uma anabatistização que só tem um aspecto: negação da instituição eclesiástica em prol da organização congregacional, com subseqüente negação do batismo infantil. Despreza, porém os aspectos que deveriam derivar dessa concepção exclusivista de reino de Deus: a ruptura com "este mundo" e seus poderes estabelecidos, onde nossos evangélicos não parecem nada desconfortáveis.
Análises um pouco mais aprofundadas como esta, mostram o quanto é vazio o discurso.
Entretanto, ao dizer que essa é uma característica anabatista, está-se desprezando uma série de características do radicalismo anabatista que não são de maneira nenhuma adotadas pelo novel protestantismo brasileiro.
Por exemplo, a recusa em prestar o serviço militar ou exercer qualquer cargo público, levando às últimas conseqüências a noção de que o reino de Deus não se coaduna com as "coisas deste mundo". Não vejo muita gente no protestantismo brasileiro adotar este tipo de atitude.
Rebatizadores não eram apenas por desprezar uma teologia do pacto, de uma sociedade que era "de Deus" em sua totalidade. Quando rebatizavam um adulto, o faziam como um discurso de ruptura com o mundo, e de inserção numa comunidade radical que em muitos aspectos se aproximava do cristianismo da comunidade do 1° século. Inclusive com a sedição e a afronta à autoridade pública e com a formação de comunidades socialistas exclusivistas.
O protestantismo brasileiro apontado como anabatista jamais pratica tal radicalismo, é servo dos poderes estabelecidos e do dinheiro, e considera o socialismo doutrina perniciosa e diabólica.
Seria então uma anabatistização que só tem um aspecto: negação da instituição eclesiástica em prol da organização congregacional, com subseqüente negação do batismo infantil. Despreza, porém os aspectos que deveriam derivar dessa concepção exclusivista de reino de Deus: a ruptura com "este mundo" e seus poderes estabelecidos, onde nossos evangélicos não parecem nada desconfortáveis.
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