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Palavra do leitor

Falamos muito, mas não do fundamental

‘’Em meio a tantas posições sobre a vida cristã, devemos, efetivamente, olhar para a Igreja da Cruz.’’

Nunca se falou tanto e com tanta eloqüência sobre ser ou não ser igreja. De certo, evito, no presente momento, efetuar discussões acaloradas, incorrer em elucubrações, diga-se de passagem, por demais fluentes e confluentes, não apenas no espaço do leitor.

Vou além, estende – se em outros meios e informação cristã e até secular. Sem sombra de dúvida, ao extrair o teor de toda essa pletora de posições, tanto a favor quanto como contra, com relação a igreja, tem ocorrido um banimento do fundamento da unidade, da revelação, da redenção, da nova vida e do viver integral, do ser livre, de atentar para a relevância do próximo, em nossa história.

Em resumidas palavras, o texto de Gálatas 02.20 nos remete a Cristo e a Cruz. Nada mais e nada menos!

Afinal de contas, diante de imensas vozes de como alcançar ou compreender as boas novas, chego a conclusão de muitos estarem num estado de ruptura de sua existência, de sua espiritualidade e de sua humanidade.

Basta efetuar uma simples e superficial pesquisa, ao qual veremos miríades de messias, para todos os idealismos e interesses. Sinceramente, ouço com intensidade e abundância sobre maldições, sobre quebra de pactos, sobre avivamentos, sobre isso e aquilo e acolá, porém nada se menciona sobre a Cruz de Cristo que quer nos atrair para uma realidade apta a enfrentar as vicissitudes, as tensões e as turbulências de nossa caminhada.

Aliás, longe de ser um arauto, fala-se muito de revoluções promovidas por um Cristo adaptado aos anseios e volições de uma sociedade impregnada e submetida ao caudilho ditatorial de uma cultura consumista, de interpretar o semelhante, dentro de um sistema de inclusão e descartamento, de uma fé autárquica (eu e Deus, nenhum ser a mais).

Sinceramente, lá no fundo, falta-nos a simplicidade de abrir a Bíblia e aceitar as mãos amparadoras do discipulado, de submergir na via da oração que nos coloca em relação com o Criador, de perceber que o evangelho representa as boas – novas que, talvez, não nos levará as ufanias teocráticas, de um paraíso secular (com uma roupagem triunfalista), de não viver uma tricotomia (do corpo, da alma e do espírito).

De notar, falta-nos uma maior serenidade de pararmos de atacar, de execrar e de denegrir o evangelho, como se fosse o responsável por nossas decisões e, noutro lado da moeda, não conceber o mundo como uma senzala que o Criador deixou no universo para um mórbido prazer.

Nesse discorrer de palavras, deveríamos aceitar o siga-me e os farei pescadores de vidas, com a intenção de apregoar boas noticias, uma esperança voltada a nos fazer pelejar pela vida e deixar de olhar para o nosso próprio umbigo. Deveras, em certos momentos, sinto - me encontrar numa poluição de messias desvencilhados da CRUZ e mais resultado de fantasias e delírios.

Por fim, sou desafiado a olhar para a Cruz de Cristo e discernir o quanto representa o resgate da vida e como essa máxima deveria começar conosco, aqueles que se consideram cristãos.
São Paulo - SP
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