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Palavra do leitor

Exemplo de perdão: a garotinha Kim Phúc

Lembram-se da foto da garotinha vietnamita Kim Phúc? Na época com nove anos, em julho de 1972 seu vilarejo foi bombardeado e com as explosões ela foi atingida tendo seu corpo coberto com napalm, um líquido inflamável à base de gasolina gelificada, um soldado tentou ajudá-la jogando água, mas só aumentou sua dor, pois o napalm queima debaixo da pele profundamente e a água só estimulou mais o processo inflamável fazendo com que desmaiasse.

Certamente impactou muitas pessoas, não tem como não sentirmos angústia em ver esta cena de desespero, quando eu a vi na foto pela primeira vez fiquei chocada, eu era criança, não entendia muito que via, pensava que a garotinha vietnamita não havia resistido.

A foto é de Huynh Cong Nick Ut, que após tê-la fotografado a levou para o hospital com 55% do corpo queimado, a menina ficou 14 meses no hospital, passou por 17 cirurgias. Em entrevista a revista Veja em outubro de 2012, ela disse que ao ver a foto pela primeira vez não gostou nem um pouco por estar exposta sua nudez, seu sofrimento, e com o passar do tempo, Kim Phúc afirmou que: “sentia ódio, raiva, amargura, e isso era muito duro para mim. Em 1982, me tornei cristã no Vietnã e aprendi a lidar melhor com esses sentimentos. Aprendi a perdoar, amar meus inimigos, como a Bíblia diz. Quanto mais rezo pelos meus inimigos, melhor eu me sinto. Eu ameaçava essas pessoas à morte. Queria que sofressem também. A dor física permanece, mas agora eu me sinto livre. Agora tenho liberdade, aprendi a perdoar, a seguir em frente, a usar minha experiência para ajudar outros que passam pela mesma dor, física ou emocional. Estou muito feliz por achar um propósito para a minha vida, mas demorou um tempo para que eu aprendesse isso”.

Tudo o que ela sentiu é compreensível, imaginem-se no lugar dela, dor física e psicológica dilacerando sua infância, deve ter ficado amedrontada sem saber o que estava acontecendo, não ter seus pais por perto na hora em que foi atingida.
E podemos dizer que aquela garotinha tinha todos os motivos pra desistir da vida, se entregar a depressão, criar no peito muito ódio, sentimentos obscuros alimentando dia após dia o desejo de vingança cada vez que olhasse aquela foto perturbadora. E de fato ela sentiu muito ódio, disse que preferiria ter morrido.

Mas ela sobreviveu, os anos seguintes foram cruéis, conforme seu depoimento a revista Veja (2012), ela não acreditava que poderia ser feliz, se casar e ter filhos. Adiou o sonho de estudar medicina em Saigon, pois a repercussão da imagem foi tão grande que o governo do Vietnã a proibiu de estudar, já que a consideravam importante para o país e precisava se dedicar a atender a imprensa.

Tentando me colocar no lugar dela, me sentiria sufocada, sem identidade, sem o direito de fazer escolhas, intimidada e até usada. O relato de Kim Phúc leva-me a pensar o quanto foi explorado seu sofrimento, ela deve ter se sentido solitária, e com conflitos gigantescos dentro de si.

Como lhe tiraram o direito de estudar, Kim Phúc passava um tempo na biblioteca para buscar respostas aos seus questionamentos, foi quando começou a ter contato com a Bíblia, e segundo ela: “Esse foi o ponto de virada. Antes, eu não tinha nenhuma esperança, liberdade. Só sentia ódio. Hoje, eu tenho tudo. Aos poucos obtive as respostas para minhas angústias,”.

Atualmente Kim Phúc mora em Toronto no Canadá com o esposo e os dois filhos, é embaixadora da boa vontade das Nações Unidas, criou a Fundação Kim que fornece assistência médica e psicológica para experiências traumáticas, a instituição atua em seis países.

Ela esteve no Brasil em 2012 para palestrar no 8º Congresso Brasileiro de Queimaduras em Florianópolis e relatou ao repórter Roberto Kovalick que há 18 anos, reencontrou o capitão americano que comandou o ataque daquele dia sombrio. “No começo foi muito difícil perdoar, porque sou um ser humano. Eu comecei a rezar pelos meus inimigos e meu coração se tornou mais leve. É por isso que estou sempre sorrindo e sou sempre positiva”.

Ao ler seu relato sobre interceder por seus inimigos me vem a mente o conselho de Jesus em Mateus 5.44 “[...] Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem;” em Lucas 6.27-36 ele vai mais adiante dizendo que se nos ferirem numa face, ofereçamos a outra, e se amarmos nosso inimigo não esperando nada em troca então será grande nossa recompensa e seremos filhos do Altíssimo.

Não ficou só nas palavras de Jesus, mas ele provou que é possível amar incondicionalmente, na crucificação sentindo dores inimagináveis, mesmo sendo torturado, desacreditado, humilhado e zombado ele suplicou a seu Pai, tirou forças de onde não tinha e sussurrou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (LUCAS 23.34).

Que tal deixarmos de lado os conselhos desvairados sobre ódio, e nos lançarmos no amor do Mestre? Vamos?

*Consultei sites: Veja,NotíciasTerra,Fantástico
Londrina - PR
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