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Palavra do leitor

Evangelização da Europa (uma impossibilidade)

O bodoque cristão contra o aparato jurídico do secularismo

Evangelização é proclamação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador que liberta (culpa e pecado) e integra tudo sob a soberania de Cristo; é difusão por todo e qualquer meio das boas novas de Jesus (Stott); é tarefa de compartilhar Cristo a toda e qualquer pessoa; é convite para aceitar o senhorio de Cristo em decisão pessoal. Leia mais
Diante dos olhos da fé, descortina-se um continente.

Dados da União Europeia, é essa parte da Europa da união econômica e política de 27 nações com mercado e moeda comum onde as pessoas circulam livremente.

Lá os princípios no Estado de Direito (herança Cristã), e as decisões da UE assentam-se em tratados aprovados por todos os países membros.

Um dos objetivos centrais da EU é a promoção dos direitos humanos (herança Cristã) e a democracia (idem). Há um Parlamento, o qual define quais as políticas a serem implementadas.

São 10.498.000 km² e a Europa é a mais rica e desenvolvida do mundo com uma população como colcha de retalhos cultural de 800 milhões de habitantes.

O nome Europa é o de uma mulher linda (mitologia Grega) que despertou o interesse de Zeus. Mas foram os Cristãos que a cristianizaram.

O Cristianismo (Catolicismo Romano, Catolicismo Ortodoxo, Protestantismo) está em declínio; Islamismo (Xiita e Sunita) em alta. Hinduísmo, Budismo e Judaísmo os demais. A maior ‘religião’ é o Secularismo.

As razões para a impossibilidade da Evangelização da Europa, segundo o conceito e textura daquilo que é conhecido como Evangelização são:

[1]. Quando a Europa foi cristianizada, o continente não era tábula rasa de ideias, influências, culturas as mais diversas, e assim permanece. O Cristianismo contribuiu com o que se pode chamar de ‘forte colorido institucional’ e sobretudo cultural, de modo que muitas das instituições Europeias têm intenso matiz Cristão. Isso, porém, pertence ao passado. A roda da história não retroage, e não há como usar o termo ‘Evangelização’ com toda a sua riqueza no artigo de ULTIMATO para alterar o rumo das coisas;

[2]. Uma leitura cuidadosa dos testemunhos dos entrevistados por ULTIMATO com onze pessoas --- quase todas brasileiras --- residentes na Europa, exceto uma em Viçosa, indica “... é [Europa] um continente pós-cristão” (René e Sarah Breuel). Não adianta arroubo ufanista do tipo Waldemar Sardaczuk, “O mundo inteiro é um campo missionário!”. O ‘mundo’ aí é caixa de ressonância de a ‘paróquia’ em John Wesley (1703-1791);

[3]. De “Cristianismo Europeu: uma história de luzes e sombras” a “O séquito do homem secularizado” (artigos) gravitam dois pontos: ora foca o passado (que não volta); ora arrisca um imaginário futuro (ufanista);

[4]. O Secularismo não ataca pessoas, igrejas ou denominações, exceto em casos pontuais: não é proibido anunciar o Evangelho na Europa. O ataque letal está sendo feito contra a institucionalização da religião Cristã e cultura Cristã como marcos civilizatórios. Evangelização é bodoque contra isso;

[5]. Pode-se orar? Pode e deve. Mas é no âmbito jurídico que o ataque acontece. Judeus e Muçulmanos experimentam intolerância e discriminação com a denúncia e eliminação de seus símbolos. Idem ao acesso aos meios de comunicação? Sim. Mas o Cristianismo, em especial, está sendo chamado aos tribunais para responder a assuntos relacionados à fé. Contra a maioria Cristã decadente o Secularismo é mais sutil;

[6]. Exemplo de sutileza? Recentemente o Parlamento Europeu aprovou por esmagadora maioria a resolução 2012/2657 (luta contra a homofobia na Europa). O assunto foi cuidadosamente preparado pelo grupo LGBT. O texto foi aprovado em reunião plenária, votações rápidas, pressupondo-se que a necessária discussão já tivesse ocorrido anteriormente. Não ocorreu. O ataque, portanto, é pela via do ‘aparato jurídico institucional’;

[7]. Uma abordagem mais filosófica seria assim: “O que resta do Ocidente cristão quando ele já não é cristão?”, pergunta que não quer calar onde o ‘bodoque da Evangelização’ pensa em abater em pleno voo o ataque jurídico --- e de alcance continental --- do Secularismo Europeu;

[8]. Ou no popular mesmo: a impossibilidade da Evangelização se dá por que não se leva em consideração a cultura e comportamentos díspares na Europa e no mundo. A Evangelização simplesmente toma um conjunto de ideias (bíblicas), junta-se a ela todos os meios (Stott) de proclamação e esquece-se que milhões estão muito mais interessados em cuidar de seus afazeres diários (que Evangélicos chamam de ‘Secularismo’); entre outras, educação, shopping, teatro, filosofia, etc., sem estes olharem muito para o passado (fé que perderam, eles e seus pais), e sem se assustarem com o futuro (juízo final);

Qual país na história da humanidade que depois de ter sido cristianizado e perdendo o colorido da fé ao longo dos séculos, resolveu redescobrir-se e reinventar-se com a mesma fé, fora o Judaísmo (Israel)?
P - RN
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