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Palavra do leitor

Evangelismo e cultura

Evangelizar é uma necessidade imposta pelo próprio Cristo, em Mateus 28 ele ordenou: “Ide e fazei com que todos os povos da terra se tornem discípulos”, também orientou que o evangelismo deve partir de uma realidade local para uma geral. A negligência com o local, ou com o distante, é um pecado em que as igrejas têm cometido durante a história do cristianismo.

Os primeiros cristãos entenderam bem a ordem de Cristo. Começaram evangelizando Jerusalém, logo após a descida do Espírito Santo no dia de pentecostes, e a todos os povos que puderam alcançar. Em poucos anos, todo o império Romano foi evangelizado, a ponto de o Estado não poder resistir a presença do cristianismo e aliar-se a ele.

O apóstolo que se destacou nessa empreitada, Paulo, se empenhou a ponto de considerar a evangelização dos povos mais importante que a própria vida (1 Co. 9). Paulo argumentou que a pregação do evangelho deve ser contextualizada, adequada à cultura de cada povo. “Tornei me judeu para os judeus... Para os que estão sem lei, tornei-me como se sem lei vivesse, a fim de ganhar os que não têm a lei. Para os fracos, tornei-me semelhantemente fraco, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com a finalidade de conseguir, de qualquer maneira possível, salvar alguns” (1 Co. 20-22).

A contextualização do evangelho de Cristo a uma determinada cultura inicia-se com o conhecimento dessa cultura. Entender uma cultura deve partir da definição que se tem sobre cultura. Segundo Käser[1] , é quase impossível definir cultura, de forma inteligível. Mas que cultura se contradiz com natureza, a cultura modifica a natureza, tira a naturalidade do ambiente, seja físico, social ou espiritual.

Tanto Jesus quanto Paulo foram intensos na pregação do evangelho, Jesus no contexto judaico e Paulo aos não judeus. Os gentios, como eram chamados os povos estrangeiros ao judaísmo, foram alcançados por Paulo porque ele foi capaz de contextualizar o evangelho às culturas dos gentios, não sem o rigor do evangelho. Contextualizar não é banalizar a mensagem do evangelho, não é extrair da mensagem sua essência e criar uma nova mensagem. Contextualizar a mensagem do evangelho é entender o ser humano como universal.

Em cada cultura existem elementos que tornam as pessoas participantes de uma comunidade global. Todos somos iguais perante Deus. Valores culturais podem dividir a humanidade, mas o evangelho quebra essas barreiras sem criar novas. Entender o ser humano como pessoa, integrante da humanidade e amado por Deus, independente de sua cultura, deve ser o item principal de uma missão de evangelização, quer seja de um bairro, uma cidade ou uma nação. Sem esse entendimento, corremos o risco de usar o evangelho para impor uma cultura sobre outra.

A pregação do evangelho deve partir da cultura local, entendendo seus valores e seus costumes, seus mitos e ritos, para então inserir a mensagem do evangelho que liberta das prisões existentes em cada cultura. O evangelho é de liberdade (Jo 8.32); substituir prisões de uma cultura por amarras de outra não é o evangelho de Cristo. A liberdade se dá pelo conhecimento e pela valorização daquilo que cada pessoa tem de mais humano em sua cultura. O processo de aculturamento (desvalorização da cultura local e imposição da cultura do evangelizador); além de diminuir a pessoa e de alijá-la de sua história; torna-a escrava de uma história que não é sua, acorrenta-a a uma forma de viver sem sentido, aprisiona-a a uma cultura que lhe nega a existência.

Cada cultura escolhe e define valores peculiares a ela, o que é bom em uma cultura pode ser mau em outra, o comportamento que é incentivado como virtude em uma, em outra cultura é depreciativo, desmotivado e até proibido. O evangelho, quando contextualizado a uma cultura, não diminui, mas eleva as pessoas, torna-as melhores e de mais valor. Existe uma linha moral que une as culturas, e é nessa dimensão que o evangelho age. Primeiro o evangelho iguala a todos: “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça” (Rm. 3.23,24); segundo o evangelho respeita as diferenças culturais: “Pois todos fomos batizados por um só Espírito, a fim de sermos um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres; e a todos nós foi dado beber de um único Espírito” (1 Co. 12.13).

Assim, não existe cultura superior. A mensagem do evangelho é para todos os povos. Evangelizar é diferente de cristianizar as pessoas. O cristianismo difere do evangelho porque formata as culturas, impõe a sua cultura. Não somos chamados para cristianizar, mas para evangelizar, tornar Deus acessível a todos os povos.

[1] KÄSER, Lothar. Diferentes Culturais: uma introdução a etinologia. Londrina: Descoberta, 2004.
Palmas - TO
Textos publicados: 5 [ver]
Site: http://www.silaslima.net
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