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Palavra do leitor

Evangelho placebo

Placebo (do latim placere, significando "agradarei"). Também o "nome dado a qualquer medicamento administrado mais para agradar do que beneficiar o paciente".

Estaríamos vivendo essa corrente de procedimento de um receituário espiritual onde os fins justificam os meios (mesmo que o meio apenas beneficie o fármaco da fé e o fim leve o crédulo ao inferno, em e após vida?

Como resposta ao engodo a mentira tem continuidade alimentada pela temporária e ilusória arritmia emocional. Uma espécie de êxtase provisório, viciador, pelo menos até a próxima dose, que se diga a verdade, será novamente cobrada. "Crentes" carnais, amantes das picadas de adrenalina no ego, preguiçosos em pensar, satisfeitos por comida mastigada, mesmo que contaminada.

"Para que orar, se alguém ora por mim?" "Por que jejuar, se alguém jejua por mim, sobe no monte por mim, lê a Bíblia por mim, vai a Jerusalém, a Meca, a Roma, por mim?".

E, enquanto a religiosidade conseguir mascarar as misérias da alma e o tilintar das moedas qual sinfonia não cessarem, em nome de Deus alguns satisfazem a alma de prazer enquanto milhares mínguam no espírito como caminhantes a câmara de gás com propaganda de chuveiro.

O efeito placebo é aplicado na maioria dos cultos! Comandos desprovidos da essência da verdade, aparentemente inócuos, recebidos emocionalmente pelos “crentes cobaias”, sem a mínima consciência do efeito “sugestão”, onde cada amém altera o dígito.

Se não é a misericórdia de Deus operante no momento da fé (mesmo que o condutor do processo seja um embaixador do inferno), o que seria dos “crentes” que levam na marmita semanal uma comida com cara de arroz, feijão, bife e macarrão, mas, com as propriedades contidas no chuchu, ou seja, fibra, água e nada, nada, nada mais.

O Placebo resiste cirurgias espirituais, resiste a idolatria das imagens e dos santos, os lencinhos e canetas ungidas, vale do sal, corredor da vitória, novenas, setentas semanas e demais merchandising nascidos no inferno mesmo que o cadavérico crédulo, anoréxico racional se sinta em perfeito estado físico, mental e espiritual.

Cedo ou tarde todo embuste desmorona e, então, lá vai o “crente desavisado” procurar por outras pastagens. Se encontrar um aprisco/gabinete que preza pela verdade, bem será; de outra forma, de engano em engano, de ferida em ferida chegará aos pedaços no antigo serviço vagado pelo filho pródigo, salivando por bolotas até que clame pelo Sumo Pastor e se deixe ser socorrido. É possível ser salvo mesmo estando na pocilga; basta “cair em si” e dizer: “levantar-me-ei e irei ter com meu Pai" e, "chega de ser enganado” (o apócrifo é meu).

Deus, livra-nos do evangelho placebo, do espírito de engano, do anti-Cristo, dos lobos!

E quanto a você, companheiro de ministério, cuida de Ti mesmo e da sã doutrina.
Itatiba - SP
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