Palavra do leitor
- 20 de novembro de 2015
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Eu não quero ser a Igreja:
Eu não quero ser a Igreja:
‘’O chamado de Cristo não nos oferece respostas para tudo, mas nos chama para ir a direção de ações e atos voltados ao servir e serviço e isto, sem sombra de dúvida, opõem – se a um cenário egoísta e individualista. ’’
A palavra igreja acarreta as mais calorosas defesas, como também as mais inexoráveis repulsas. De certo, para muitos, associa – se a um sistema de deformação, de alienação e de inquestionável negação da existência autêntica humana.
É bem verdade, ao folhear a história, inquisições, perseguições a judeus, dizimações de povos indígenas, a aceitação da coisificação do negro, a conveniência com poderes de exploração (caso da situação do proletariado, na Europa, durante a Revolução Industrial, por onde as autoridades eclesiásticas não se atentaram para o clamor das massas), o distanciamento dos desesperançados, a redução da mulher ao valor de procriação e outras práticas sem nenhum condão de identidade com o evangelho de Cristo.
Em contrapartida, filio – me e quero continuar a crer na Igreja cheia de inspiração e criatividade, envolvida pelo Espírito Santo para ser sal na terra e luz no mundo, para erguer uma voz profética em prol da justiça restauradora e reconciliadora, para semear a vida, a transcendência que me leva ao próximo.
Aliás, a Igreja de gente para gente, de alma para alma, de face, de encontro, de tolerância, de respeito, de serviço e discipulado.
Por isso, eu não quero ser a igreja dos nichos sociais, dos ricos e dos pobres, como se fulano devesse ir para aquela igreja e beltrano para outra (em função de sua realidade social, cultural, econômica, teológica ou sei lá mais o que); eu não quero ser a igreja mutilada, refém de uma dimensão mística obscurantista, pelo qual a palavra se torna secundária, porque há o prevalecer de miríades de revelações e profetadas que, somente, acomodam as pessoas e não fazem enfrentar suas decisões; eu não quero ser a igreja movida por um discurso triunfalista e ufanista do sucesso, a todo e qualquer custo, como prova cabal de Deus; eu não quero ser a igreja dos predestinados e dos expectadores; eu não quero ser a igreja mais parecida com um hipermercado para consumidores de sermões, adeptos de uma fé supérflua e que só resolve o meu lado; eu não quero ser a igreja da santidade em forma de etiqueta, de estereotipo (por causa da roupa que sua, do cabelo e sei lá mais o que para retratar um estado de puridade); eu não quero ser a igreja de lideres intocáveis, acima do bem e do mal, que não descem dos pedestais, que não se veem como seres humanos, que não se ocupam com as gerações futuras; eu não quero ser a igreja que se fecha para os divorciados, para aqueles que optarem pelo celibato, para as mães solteiras (como se não pudessem se relacionar, novamente, porque tem um descendente), para aqueles que querem recomeçar; eu não quero ser a igreja que se dilui em idealismos e ideologias que condenam o secular, o natural e o humano; eu não quero ser a igreja que abomina o prazer, os bem – sucedidos, as conquistas e vice – versa (ou seja, faz pobreza um sinal de encontro com Deus); eu não quero ser a igreja das repartições, por onde as pessoas consomem toda sua vida em ensaios e ensaios, porém não conseguem chorar com que os que choram, ouvir os combalidos, visitar os órfãos, as viúvas, os estrangeiros, ouvir (sem esperar a réplica), que não estende as mãos, que não se alegra e celebra a vida; eu não quero ser a igreja que demoniza a mulher, por causa de seu corte de cabelo, de sua maquiagem, de suas vestes; eu não quero ser a igreja que anula a infância, massacra a adolescência, arruína a jovialidade, sufoca a maturidade e vomita o idoso; eu não quero ser a igreja de discursos a léguas de distância do homem da rua, do dia a dia, do cotidiano; eu não quero ser a igreja de muitos movimentos, simpósios, palestras; eu não quero ser a igreja que foge dos desafios da pós – modernidade; eu não quero ser a igreja de pessoas que ganham o mundo, mas não conseguem despender tempo com sua família, com sua companheira, com seus filhos; eu não quero ser a igreja enredada com a política, mas que tenha a capacidade para influenciar e formar pessoas comprometidas com a promoção do respeito, da dignidade e do amor ao próximo, seja aspirantes a algum cargo legislativo ou não; eu não quero ser a igreja que não vê a espiritualidade nas artes, na poesia, na literatura, na música, no conhecimento.
Em suma, eu quero ser a igreja, conforme descrito pelo Apóstolo Thiago, do perdão como um serviço que nos prestamos mutuamente; da intercessão e da oração, como pré – requisitos para aqueles que sofrem e dever de todos nós, por meio do Espírito Santo; de uma fé chamada Cristo que nos conduz a ações e atos solidários, fraternos e de liberdade; de uma espiritualidade que desnuda as potestades e de um evangelismo que faz com que cada cristão sirva e de uma abertura a multiforme Graça do Senhor, em nosso ser.
‘’O chamado de Cristo não nos oferece respostas para tudo, mas nos chama para ir a direção de ações e atos voltados ao servir e serviço e isto, sem sombra de dúvida, opõem – se a um cenário egoísta e individualista. ’’
A palavra igreja acarreta as mais calorosas defesas, como também as mais inexoráveis repulsas. De certo, para muitos, associa – se a um sistema de deformação, de alienação e de inquestionável negação da existência autêntica humana.
É bem verdade, ao folhear a história, inquisições, perseguições a judeus, dizimações de povos indígenas, a aceitação da coisificação do negro, a conveniência com poderes de exploração (caso da situação do proletariado, na Europa, durante a Revolução Industrial, por onde as autoridades eclesiásticas não se atentaram para o clamor das massas), o distanciamento dos desesperançados, a redução da mulher ao valor de procriação e outras práticas sem nenhum condão de identidade com o evangelho de Cristo.
Em contrapartida, filio – me e quero continuar a crer na Igreja cheia de inspiração e criatividade, envolvida pelo Espírito Santo para ser sal na terra e luz no mundo, para erguer uma voz profética em prol da justiça restauradora e reconciliadora, para semear a vida, a transcendência que me leva ao próximo.
Aliás, a Igreja de gente para gente, de alma para alma, de face, de encontro, de tolerância, de respeito, de serviço e discipulado.
Por isso, eu não quero ser a igreja dos nichos sociais, dos ricos e dos pobres, como se fulano devesse ir para aquela igreja e beltrano para outra (em função de sua realidade social, cultural, econômica, teológica ou sei lá mais o que); eu não quero ser a igreja mutilada, refém de uma dimensão mística obscurantista, pelo qual a palavra se torna secundária, porque há o prevalecer de miríades de revelações e profetadas que, somente, acomodam as pessoas e não fazem enfrentar suas decisões; eu não quero ser a igreja movida por um discurso triunfalista e ufanista do sucesso, a todo e qualquer custo, como prova cabal de Deus; eu não quero ser a igreja dos predestinados e dos expectadores; eu não quero ser a igreja mais parecida com um hipermercado para consumidores de sermões, adeptos de uma fé supérflua e que só resolve o meu lado; eu não quero ser a igreja da santidade em forma de etiqueta, de estereotipo (por causa da roupa que sua, do cabelo e sei lá mais o que para retratar um estado de puridade); eu não quero ser a igreja de lideres intocáveis, acima do bem e do mal, que não descem dos pedestais, que não se veem como seres humanos, que não se ocupam com as gerações futuras; eu não quero ser a igreja que se fecha para os divorciados, para aqueles que optarem pelo celibato, para as mães solteiras (como se não pudessem se relacionar, novamente, porque tem um descendente), para aqueles que querem recomeçar; eu não quero ser a igreja que se dilui em idealismos e ideologias que condenam o secular, o natural e o humano; eu não quero ser a igreja que abomina o prazer, os bem – sucedidos, as conquistas e vice – versa (ou seja, faz pobreza um sinal de encontro com Deus); eu não quero ser a igreja das repartições, por onde as pessoas consomem toda sua vida em ensaios e ensaios, porém não conseguem chorar com que os que choram, ouvir os combalidos, visitar os órfãos, as viúvas, os estrangeiros, ouvir (sem esperar a réplica), que não estende as mãos, que não se alegra e celebra a vida; eu não quero ser a igreja que demoniza a mulher, por causa de seu corte de cabelo, de sua maquiagem, de suas vestes; eu não quero ser a igreja que anula a infância, massacra a adolescência, arruína a jovialidade, sufoca a maturidade e vomita o idoso; eu não quero ser a igreja de discursos a léguas de distância do homem da rua, do dia a dia, do cotidiano; eu não quero ser a igreja de muitos movimentos, simpósios, palestras; eu não quero ser a igreja que foge dos desafios da pós – modernidade; eu não quero ser a igreja de pessoas que ganham o mundo, mas não conseguem despender tempo com sua família, com sua companheira, com seus filhos; eu não quero ser a igreja enredada com a política, mas que tenha a capacidade para influenciar e formar pessoas comprometidas com a promoção do respeito, da dignidade e do amor ao próximo, seja aspirantes a algum cargo legislativo ou não; eu não quero ser a igreja que não vê a espiritualidade nas artes, na poesia, na literatura, na música, no conhecimento.
Em suma, eu quero ser a igreja, conforme descrito pelo Apóstolo Thiago, do perdão como um serviço que nos prestamos mutuamente; da intercessão e da oração, como pré – requisitos para aqueles que sofrem e dever de todos nós, por meio do Espírito Santo; de uma fé chamada Cristo que nos conduz a ações e atos solidários, fraternos e de liberdade; de uma espiritualidade que desnuda as potestades e de um evangelismo que faz com que cada cristão sirva e de uma abertura a multiforme Graça do Senhor, em nosso ser.
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