Palavra do leitor
- 27 de dezembro de 2010
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Eu não acredito em milagres!
Certamente você já assistiu esses cultos de curas e milagres. Engodo por excelência. Atenção, não se apresse em confundir nesse primeiro momento com a homeopatia, especialidade médica reconhecida e até financiada pelo SUS.
As curas que ocorrem em muitos casos, e suspeito que em todos esses cultos, o próprio corpo processa. E a simples percepção pelo provável curado de que no ambiente em que Deus está presente, a fala do pastor, a música, o ambiente, as atrações visuais, a arrojo imperial dos pregadores, bem pode levar a pessoa a uma resposta fisiológica ao perfil físico daquele que procura a ‘mão santa’ do milagre. Vendo, eu penso comigo mesmo, eis aí o exemplo clássico do ‘efeito placebo’.
Funciona assim: dois grupos de testes são usados. O primeiro toma uma pílula com o chamado ‘princípio ativo’ do medicamento. O outro toma tudo igualzinho, exceto que o tal ‘princípio’ nada mais é do que açúcar ou farinha. Importante: nenhum dos dois grupos sabe o que está tomando. Nem mesmo a equipe médica que administra sabe qual grupo é qual, de modo a distinguir o falso do verdadeiro.
Resultado? Estatisticamente, o grupo que tomou a pílula com farinha fica tão bem quanto o outro que tomou a pílula de verdade! Não se trata de efeito sobrenatural, intervenção da divindade ou o que o valha. O cérebro simplesmente induziu à cura.
Aplicado o efeito placebo nas igrejas, o resultado é fantástico. Válido mesmo é a grana que a pastorada leva no maior barato com boleto bancário e tudo mais em cima da manada! Que o efeito placebo existe, não resta a menor dúvida. O próprio organismo reage e orquestrado com o cérebro, produz resultados fantásticos. Daí que os pastores podem dizer que coxo anda, que mudo fala, que surdo ouve e por aí vai; para não dizer das chamadas ‘dores menores’, aquela do sovaco, dores nas costas, da cabeça, no abdômen. Tudo que o crente aí precisa fazer é ter fé, acreditar mesmo que Deus vai estar presente, que vai curar. E se não funcionar, a culpa é do pedinte que não orou com fé. Haja fé.
A universidade de Harvard publicou, recentemente, um interessante estudo sobre o ‘efeito placebo’. A pesquisa chega ao ponto de (veja aqui) afirmar que mesmo sabendo que a pílula contém farinha, o paciente ainda acredita que vai dar certo!
O crente, em geral, especialmente os abobalhados que chegaram por último a entender a fé pensando ser o Cristianismo uma Disney divinizada, procuraram o socorro divino na convicção absoluta de que seriam curados. E foram.
É como se você olhasse para um porco e achasse que o esterco do suíno é resultado da comida que ele devorou e não da natureza do porco. O culpado é o porco, e não a alimentação ingerida. O indivíduo que busca a cura crê piamente que vai obter o que procura. O porco é ele. Crê ser da natureza da fé a cura, mas não é. Basta mexer com os pauzinhos ou que o condutor do culto de curas o faça. Assim como é da natureza do porco, assim é da natureza de quem vai em busca da cura. Enxerga uma coisa, mas vê outra. Define o que ingere, pensando que a ingestão trará o resultado desejado. Mas é da natureza do crente a procura da cura achar que não é ele o emporcalhado, mas o ingerido via pregação. Toma o placebo como dado da fé.
Em outras palavras, o Cristianismo tem certos fundamentos (gostando ou não deles) que não podem ser disponibilizados como mercadoria de troca entre a criatura e o criador, entre a divindade e a criação. Não se pode negociar, mercadejar; o Cristianismo não admite escambo. Quando isso acontece é esterco puro criado pela porcada de auditório e pelos chefes das varas. Não, o porco é o responsável e a manada gosta!
Gostam mesmo de ser ludibriados e com razão, posto que são curados! Como diz a pesquisa, mesmo sabendo do efeito placebo, o grupo que toma a pílula de farinha (aqueles que vão ‘bombar’ nessas academias da ‘fé’) acredita piamente que vai dar certo. E dá!
São permanentemente enganados e quanto mais lhes roubam na fé, mais se mostram generosos na contribuição. Político recebe propina, crente paga. Nem me pergunte se eu creio em milagres! O conteúdo de minha carteira tem destino outro para o que está lá dentro!
As curas que ocorrem em muitos casos, e suspeito que em todos esses cultos, o próprio corpo processa. E a simples percepção pelo provável curado de que no ambiente em que Deus está presente, a fala do pastor, a música, o ambiente, as atrações visuais, a arrojo imperial dos pregadores, bem pode levar a pessoa a uma resposta fisiológica ao perfil físico daquele que procura a ‘mão santa’ do milagre. Vendo, eu penso comigo mesmo, eis aí o exemplo clássico do ‘efeito placebo’.
Funciona assim: dois grupos de testes são usados. O primeiro toma uma pílula com o chamado ‘princípio ativo’ do medicamento. O outro toma tudo igualzinho, exceto que o tal ‘princípio’ nada mais é do que açúcar ou farinha. Importante: nenhum dos dois grupos sabe o que está tomando. Nem mesmo a equipe médica que administra sabe qual grupo é qual, de modo a distinguir o falso do verdadeiro.
Resultado? Estatisticamente, o grupo que tomou a pílula com farinha fica tão bem quanto o outro que tomou a pílula de verdade! Não se trata de efeito sobrenatural, intervenção da divindade ou o que o valha. O cérebro simplesmente induziu à cura.
Aplicado o efeito placebo nas igrejas, o resultado é fantástico. Válido mesmo é a grana que a pastorada leva no maior barato com boleto bancário e tudo mais em cima da manada! Que o efeito placebo existe, não resta a menor dúvida. O próprio organismo reage e orquestrado com o cérebro, produz resultados fantásticos. Daí que os pastores podem dizer que coxo anda, que mudo fala, que surdo ouve e por aí vai; para não dizer das chamadas ‘dores menores’, aquela do sovaco, dores nas costas, da cabeça, no abdômen. Tudo que o crente aí precisa fazer é ter fé, acreditar mesmo que Deus vai estar presente, que vai curar. E se não funcionar, a culpa é do pedinte que não orou com fé. Haja fé.
A universidade de Harvard publicou, recentemente, um interessante estudo sobre o ‘efeito placebo’. A pesquisa chega ao ponto de (veja aqui) afirmar que mesmo sabendo que a pílula contém farinha, o paciente ainda acredita que vai dar certo!
O crente, em geral, especialmente os abobalhados que chegaram por último a entender a fé pensando ser o Cristianismo uma Disney divinizada, procuraram o socorro divino na convicção absoluta de que seriam curados. E foram.
É como se você olhasse para um porco e achasse que o esterco do suíno é resultado da comida que ele devorou e não da natureza do porco. O culpado é o porco, e não a alimentação ingerida. O indivíduo que busca a cura crê piamente que vai obter o que procura. O porco é ele. Crê ser da natureza da fé a cura, mas não é. Basta mexer com os pauzinhos ou que o condutor do culto de curas o faça. Assim como é da natureza do porco, assim é da natureza de quem vai em busca da cura. Enxerga uma coisa, mas vê outra. Define o que ingere, pensando que a ingestão trará o resultado desejado. Mas é da natureza do crente a procura da cura achar que não é ele o emporcalhado, mas o ingerido via pregação. Toma o placebo como dado da fé.
Em outras palavras, o Cristianismo tem certos fundamentos (gostando ou não deles) que não podem ser disponibilizados como mercadoria de troca entre a criatura e o criador, entre a divindade e a criação. Não se pode negociar, mercadejar; o Cristianismo não admite escambo. Quando isso acontece é esterco puro criado pela porcada de auditório e pelos chefes das varas. Não, o porco é o responsável e a manada gosta!
Gostam mesmo de ser ludibriados e com razão, posto que são curados! Como diz a pesquisa, mesmo sabendo do efeito placebo, o grupo que toma a pílula de farinha (aqueles que vão ‘bombar’ nessas academias da ‘fé’) acredita piamente que vai dar certo. E dá!
São permanentemente enganados e quanto mais lhes roubam na fé, mais se mostram generosos na contribuição. Político recebe propina, crente paga. Nem me pergunte se eu creio em milagres! O conteúdo de minha carteira tem destino outro para o que está lá dentro!
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