Palavra do leitor
- 30 de dezembro de 2008
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Está na hora de interromper as peregrinações ao Oriente Médio
Aliás, por que deveríamos ir a assim chamada "terra santa"?
Não acreditamos em graças advindas automaticamente de atitudes. Diferentemente do islamismo, onde o fiel obrigatoriamente deve ir a Meca ao menos uma vez na vida, nem remotamente no cristianismo há mandamento semelhante. Também não acreditamos em espaços sagrados, enquanto tabu.
Mas somos históricos. Nossa interpretação bíblica leva em conta a gramática e a história. Somos Igreja porque descendemos, espiritualmente, dos apóstolos que nos legaram a fé. Somos evangélicos porque nascemos do movimento histórico da Reforma no século XVI.
Faz parte da psicologia humana a busca pela origem, o fascínio pelo começo. Nos documentos que nos identificam as origens estão lá, expostas a todos: pais, cidade, nação. A posse destas informações é um dos fatores que nos constituem como indivíduos, que nos torna, cada um isoladamente, ser único, sem igual no universo.
Os locais históricos, sejam pessoais ou coletivos, são evidências não subjetivas que nos falam de nós mesmos, quem somos, a quem pertencemos. Atrevo-me a dizer que esta é uma razão para as visitas ao Oriente Médio. Ver onde tudo se desenrolou, há centenas ou milhares de anos. Consolidar a fé através de evidências externas (que, com tal objetivo, são bastante frágeis).
Pois está na hora de interrompermos as peregrinações a Israel. Por que, devido às razões acima, vamos injetar dinheiro em um país comprometido com a lógica da guerra? Não vou discutir aqui as razões históricas, políticas, sociológicas (ou o que seja) - mesmo porque me falta a competência necessária. Mas vou questionar as razões para continuarmos a suportar Israel com o dinheiro do turismo religioso quando ele não dá outra resposta à questão palestina que o uso da força bruta. Confortável minha posição, criticando um país que não é o meu, sentado na tranquilidade e segurança do meu lar. Mas meu conforto é perturbado pelas cenas de morte e destruição dos últimos ataques israelenses à faixa de Gaza. Minha capacidade de pensar não pode ser paralisada pela minha tranquilidade.
O que podemos fazer além de orar? Protestar em frente aos consulados e embaixada israelenses, à representação palestina; escrever cartas aos respectivos governantes e àqueles que suportam a carnificina de ambos os lados... e parar de visitar nossos locais histórico-sagrados em solo israelense até que haja paz. Nossa presença em tempos como este provavelmente funciona subliminarmente como apoio à política de estado atualmente em curso, mesmo que seja o contrário. Nossa ausência, ao menos uma razão para se questionarem o por quê; um protesto, não necessariamente silencioso, com viés econômico. A efetividade? Não sei... Mas a quem servem nosso silêncio e nossas visitas solenes e devotas?
Não acreditamos em graças advindas automaticamente de atitudes. Diferentemente do islamismo, onde o fiel obrigatoriamente deve ir a Meca ao menos uma vez na vida, nem remotamente no cristianismo há mandamento semelhante. Também não acreditamos em espaços sagrados, enquanto tabu.
Mas somos históricos. Nossa interpretação bíblica leva em conta a gramática e a história. Somos Igreja porque descendemos, espiritualmente, dos apóstolos que nos legaram a fé. Somos evangélicos porque nascemos do movimento histórico da Reforma no século XVI.
Faz parte da psicologia humana a busca pela origem, o fascínio pelo começo. Nos documentos que nos identificam as origens estão lá, expostas a todos: pais, cidade, nação. A posse destas informações é um dos fatores que nos constituem como indivíduos, que nos torna, cada um isoladamente, ser único, sem igual no universo.
Os locais históricos, sejam pessoais ou coletivos, são evidências não subjetivas que nos falam de nós mesmos, quem somos, a quem pertencemos. Atrevo-me a dizer que esta é uma razão para as visitas ao Oriente Médio. Ver onde tudo se desenrolou, há centenas ou milhares de anos. Consolidar a fé através de evidências externas (que, com tal objetivo, são bastante frágeis).
Pois está na hora de interrompermos as peregrinações a Israel. Por que, devido às razões acima, vamos injetar dinheiro em um país comprometido com a lógica da guerra? Não vou discutir aqui as razões históricas, políticas, sociológicas (ou o que seja) - mesmo porque me falta a competência necessária. Mas vou questionar as razões para continuarmos a suportar Israel com o dinheiro do turismo religioso quando ele não dá outra resposta à questão palestina que o uso da força bruta. Confortável minha posição, criticando um país que não é o meu, sentado na tranquilidade e segurança do meu lar. Mas meu conforto é perturbado pelas cenas de morte e destruição dos últimos ataques israelenses à faixa de Gaza. Minha capacidade de pensar não pode ser paralisada pela minha tranquilidade.
O que podemos fazer além de orar? Protestar em frente aos consulados e embaixada israelenses, à representação palestina; escrever cartas aos respectivos governantes e àqueles que suportam a carnificina de ambos os lados... e parar de visitar nossos locais histórico-sagrados em solo israelense até que haja paz. Nossa presença em tempos como este provavelmente funciona subliminarmente como apoio à política de estado atualmente em curso, mesmo que seja o contrário. Nossa ausência, ao menos uma razão para se questionarem o por quê; um protesto, não necessariamente silencioso, com viés econômico. A efetividade? Não sei... Mas a quem servem nosso silêncio e nossas visitas solenes e devotas?
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