Palavra do leitor
- 08 de novembro de 2008
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Esses nossos irmãos...
Nosso irmão querido, o liberal-democrata Barack R. Obama, com a graça de quem sabe tanto mobilizar as massas populares como dobrar os impérios econômicos, com a consciência de quem foi eleito para fazer bem ao mundo, com a solidariedade humana que lhe é característica, e com a sensibilidade global que demonstra, vai arrumar o que um outro irmão nada querido, o conservador-republicano, metodista "de carteirinha" George W. Bush, des-arrumou no mundo.
O irmão Bush adentrou a presidência dizendo que era "homem de guerra". Suas escolas foram os interesses de conglomerados petrolíferos e financeiros. Com trejeitos de típico vaqueiro texano, atrelado a um conjunto de idéias pluri-fundamentalistas, conseguiu começar (sem terminar) uma guerra baseada em premissas faltosas, abriu uma "vala" por onde também correu o sangue de milhares de pessoas inocentes, orientado pela mais pura lógica do "olho por olho e dente por dente". Gastou múltiplos trilhões de dólares, que poderiam ter sido investidos em desenvolvimento humano ao redor do mundo, e praticou uma política que acabou por defenestrar a economia mundial e espalhar inseguranças e incertezas em nível planetário.
O irmão Obama foi eleito por uma variedade de segmentos, até por aqueles que os "irmãos" não consideram serem irmãos, e tomará posse dizendo que quer a paz e que não pensa somente nos Estados Unidos da América. Suas escolas foram as múltiplas orfandades (paterna, materna e social) e a cidadania mundial que corre em suas veias e embeleza sua história. Antes, durante e depois de seus estudos na Harvard University, soube transformar, para si mesmo, em sala de aula, as ruas e calçadas de Chicago, aprendendo a sentir o que o povo sente, saber o que o povo sabe para, então, mobilizá-los por mudanças necessárias.
O irmão Bush desenhou sua própria história com lápis coloridos pelos conservadorismos evangélicos do "cinturão bíblico" americano – eivado de conceitos e preconceitos pouco cristãos –, e a caricaturou de tal forma que acabará sendo contado como o pior presidente que os EUA jamais teve. A história do mundo hoje lamenta sua ascensão à presidência e desde já agradece e sua partida do poder.
O irmão Obama já fez história, e até aqui ele a escreveu com tinta que tem a cor da dignidade de ser quem é, de vir de onde veio e de representar o que representa. Além de ser o primeiro afro-americano a ser eleito para o ofício da presidência dos EUA, ele incorpora o perfil do líder que, com jeito calmo e dialético, porém firme, inteligente e nada impulsivo, exerce seu poder em favor do seu país e do mundo. O que a história fará dele vai depender de sua própria honra, abertura e determinação, e daquilo que o seu povo venha a permitir, com todas as implicações envolvidas, que se transforme aqui na América e no mundo.
Estes nossos dois irmãos, embora compartilhem da mesma fé cristã, abraçam epistemologias e cosmovisões muito diferentes. O irmão Bush estribou-se no maniqueísmo dos irmãos para os quais a percepção da irmandade humana é fosca, distorcida, cheia de ruídos e interferências de um protestantismo opinionated, e sujeita a flagrantes incapacidades de perceber "o outro" mais além dos arraiais e currais religiosos. Por outro lado, o irmão Obama concebe que, neste mundo já marcado pela desigualdade, não basta ser apenas irmão dos que tem a mesma fé e fazem as mesmas escolhas: é preciso se estender muito além de si mesmo e das pobres agendas religiosas e partidárias, amar a justiça, solidarizar-se com os que sequer sabem mesmo o que significa ter um irmão, e ser agente de mudança em favor de todos, indistintamente.
www.luiswesley.blogspot.com
O irmão Bush adentrou a presidência dizendo que era "homem de guerra". Suas escolas foram os interesses de conglomerados petrolíferos e financeiros. Com trejeitos de típico vaqueiro texano, atrelado a um conjunto de idéias pluri-fundamentalistas, conseguiu começar (sem terminar) uma guerra baseada em premissas faltosas, abriu uma "vala" por onde também correu o sangue de milhares de pessoas inocentes, orientado pela mais pura lógica do "olho por olho e dente por dente". Gastou múltiplos trilhões de dólares, que poderiam ter sido investidos em desenvolvimento humano ao redor do mundo, e praticou uma política que acabou por defenestrar a economia mundial e espalhar inseguranças e incertezas em nível planetário.
O irmão Obama foi eleito por uma variedade de segmentos, até por aqueles que os "irmãos" não consideram serem irmãos, e tomará posse dizendo que quer a paz e que não pensa somente nos Estados Unidos da América. Suas escolas foram as múltiplas orfandades (paterna, materna e social) e a cidadania mundial que corre em suas veias e embeleza sua história. Antes, durante e depois de seus estudos na Harvard University, soube transformar, para si mesmo, em sala de aula, as ruas e calçadas de Chicago, aprendendo a sentir o que o povo sente, saber o que o povo sabe para, então, mobilizá-los por mudanças necessárias.
O irmão Bush desenhou sua própria história com lápis coloridos pelos conservadorismos evangélicos do "cinturão bíblico" americano – eivado de conceitos e preconceitos pouco cristãos –, e a caricaturou de tal forma que acabará sendo contado como o pior presidente que os EUA jamais teve. A história do mundo hoje lamenta sua ascensão à presidência e desde já agradece e sua partida do poder.
O irmão Obama já fez história, e até aqui ele a escreveu com tinta que tem a cor da dignidade de ser quem é, de vir de onde veio e de representar o que representa. Além de ser o primeiro afro-americano a ser eleito para o ofício da presidência dos EUA, ele incorpora o perfil do líder que, com jeito calmo e dialético, porém firme, inteligente e nada impulsivo, exerce seu poder em favor do seu país e do mundo. O que a história fará dele vai depender de sua própria honra, abertura e determinação, e daquilo que o seu povo venha a permitir, com todas as implicações envolvidas, que se transforme aqui na América e no mundo.
Estes nossos dois irmãos, embora compartilhem da mesma fé cristã, abraçam epistemologias e cosmovisões muito diferentes. O irmão Bush estribou-se no maniqueísmo dos irmãos para os quais a percepção da irmandade humana é fosca, distorcida, cheia de ruídos e interferências de um protestantismo opinionated, e sujeita a flagrantes incapacidades de perceber "o outro" mais além dos arraiais e currais religiosos. Por outro lado, o irmão Obama concebe que, neste mundo já marcado pela desigualdade, não basta ser apenas irmão dos que tem a mesma fé e fazem as mesmas escolhas: é preciso se estender muito além de si mesmo e das pobres agendas religiosas e partidárias, amar a justiça, solidarizar-se com os que sequer sabem mesmo o que significa ter um irmão, e ser agente de mudança em favor de todos, indistintamente.
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