Palavra do leitor
- 20 de maio de 2016
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Esperar, em meio ao conformismo, vale a pena?
Esperar, em meio ao conformismo, vale a pena?
O sonho eldorado do progresso, como o antídoto para as aflições e dissabores do homem, parece uma expectativa, cada vez mais, irreal. Sem qualquer postura fatalista e não voltado a execrar as conquistas erguidas e soerguidas, nos últimos cinquenta anos, por exemplo, através da tecnologia, fechar os olhos para velhos e recorrentes problemas. A aspiração de um espaço democrático, de um efetivo acesso aos denominados direitos social, políticos, coletivos e comunitários, para muitos povos, ressoa como algo inacessível.
Neste itinerário, as distâncias entre ricos e pobres apresenta índices aterradores. Em meio as conquistas desencadeadas pelo denominado Séc. XXI, ainda caminhados timidamente, diante de um contundente e concreto diálogo de tolerância, de solidariedade, de abertura de discussões para enfrentar cenários de povos estigmatizados pela fome, pela perseguição das mais variadas formas, por uma atmosfera de incerteza das e desesperanças.
Aliás, somos a geração receosa de parar, de ouvir, de ponderar, de cadenciar, de debulhar e estamos subjugados ao tempo de ter, de conquistar, de avançar, de fugir do silêncio, da transcendência encontrada no contato com o próximo, com a vida e com o subjetivo. Nada de ir além de um automatismo cotidiano, de permanecer conectados, plugados, ligados, durante vinte e quatro horas. Basta observar para o estado de desespero e indignação de muitos, quando o watshap permaneceu inacessível. Os protestos saltaram, por todos os lados, como pipocas no óleo quente.
Não por menos, particularmente, aqui, no Brasil, as convulsões e colisões vistas na política, com o recente afastamento da Presidente Dilma Rousseff e seus desdobramentos estabelecem uma olhadela, diante de uma fatídica pergunta, ou seja, ancorada a ainda creditar na esperança, mormente o conformismo de um aparente sistema e subsistemas de cartas marcadas são tidos como figuras intactas?
O interessante de tudo isso nos lança a perceber o quanto os evangelhos descrevem a realidade vivenciada por Jesus, com as manifestações multiformes de um povo subjugado pelo caudilho ditatorial de Roma, por um entranhado despotismo teocrático (encabeçado pelos fariseus), por um espargir de pequenas insurreições messiânicas, por um movimento imbuído de um ímpeto ilusório de derrubar o vigente (como os zelotes), proporciona chegar a conclusão de como as boas notícias se inclina para a realidade concreta.
Agora, embora tenhamos uma consideração pelos evangelhos, não o tratamos como um mero paliativo, com sublimações, espiritualizações, refinações hermenêuticas teológicas para acomodar, sem mexer na gênese de nossas mazelas, ou seja, a nossa vontade egoicanarcisica?
Vou adiante, como esperar, sem uma visão de passividade, de se esconder em algum reduto místico, de acalentar o fim dos tempos, com um discurso de conformidade? Vale dizer, a conformidade de que não há futuro, mais um presente imediato, de que pouco se pode fazer (com os acontecimentos de violência, de exclusão social, de desemprego, de degradação da vida)?
Acredito, piamente, o evangelho nos chama para uma leitura singular, um encontro com o Deus que se humanizou em Cristo, o receptor de nossa redenção e reconciliação, o coração – útero de todas as promessas e a lei, o elo de justificação e salvação de todo nosso vazio espiritual, existencial e humano.
Então, esperar, em Cristo, nos move ao inconformismo de um fajuto evangelho utilitarista, de limitar as boas novas a discursos compromissados a promover uma fé do eu sem o contraponto do semelhante. Observa – se o quanto estamos enredados pelos engodos de um messianismo superficial, empobrecido, barateado, de bagatelas, de dualismos (como se necessitasse das falanges demoníacas, de satanás, do diabo e sei lá mais o que para ser o Alfa e o Ômega) e, como desfecho, temos observado multidões estupidificadas, bestificadas, alienadas e reduzidas aos anseios de lideranças personalistas.
Afinal de contas, os profetas do velho testamento bradaram pelo Deus da justiça, da misericórdia, de olhar para os estrangeiros, para os órfãos e as viúvas, os menos assistidos, os menos favorecidos, os mais vulneráveis e fragilizados, por causa das contingências e circunstâncias da vida.
Deveras, o evangelho enfrenta o conformismo, talvez não vá extirpa – lo (por que há o aceno para uma re – criação e re – construção, em Cristo Jesus) e, enquanto isso, quer abraçar, quer alentar, quer aliviar, quer julgar, quer condenar, quer medir, quer classificar menos quem pode ou não pode estar e vir a mesa, partilhar da esperança, da salvação que nos faz ir e avançar, da salvação que acolhe e não arruína pessoas. Nota – se, o evangelho simples, escrito por um Deus que se decidiu por gente, por eu e você, para, por qual motivo, sermos mais esperança, abertos, sensíveis e vivacidades.
O sonho eldorado do progresso, como o antídoto para as aflições e dissabores do homem, parece uma expectativa, cada vez mais, irreal. Sem qualquer postura fatalista e não voltado a execrar as conquistas erguidas e soerguidas, nos últimos cinquenta anos, por exemplo, através da tecnologia, fechar os olhos para velhos e recorrentes problemas. A aspiração de um espaço democrático, de um efetivo acesso aos denominados direitos social, políticos, coletivos e comunitários, para muitos povos, ressoa como algo inacessível.
Neste itinerário, as distâncias entre ricos e pobres apresenta índices aterradores. Em meio as conquistas desencadeadas pelo denominado Séc. XXI, ainda caminhados timidamente, diante de um contundente e concreto diálogo de tolerância, de solidariedade, de abertura de discussões para enfrentar cenários de povos estigmatizados pela fome, pela perseguição das mais variadas formas, por uma atmosfera de incerteza das e desesperanças.
Aliás, somos a geração receosa de parar, de ouvir, de ponderar, de cadenciar, de debulhar e estamos subjugados ao tempo de ter, de conquistar, de avançar, de fugir do silêncio, da transcendência encontrada no contato com o próximo, com a vida e com o subjetivo. Nada de ir além de um automatismo cotidiano, de permanecer conectados, plugados, ligados, durante vinte e quatro horas. Basta observar para o estado de desespero e indignação de muitos, quando o watshap permaneceu inacessível. Os protestos saltaram, por todos os lados, como pipocas no óleo quente.
Não por menos, particularmente, aqui, no Brasil, as convulsões e colisões vistas na política, com o recente afastamento da Presidente Dilma Rousseff e seus desdobramentos estabelecem uma olhadela, diante de uma fatídica pergunta, ou seja, ancorada a ainda creditar na esperança, mormente o conformismo de um aparente sistema e subsistemas de cartas marcadas são tidos como figuras intactas?
O interessante de tudo isso nos lança a perceber o quanto os evangelhos descrevem a realidade vivenciada por Jesus, com as manifestações multiformes de um povo subjugado pelo caudilho ditatorial de Roma, por um entranhado despotismo teocrático (encabeçado pelos fariseus), por um espargir de pequenas insurreições messiânicas, por um movimento imbuído de um ímpeto ilusório de derrubar o vigente (como os zelotes), proporciona chegar a conclusão de como as boas notícias se inclina para a realidade concreta.
Agora, embora tenhamos uma consideração pelos evangelhos, não o tratamos como um mero paliativo, com sublimações, espiritualizações, refinações hermenêuticas teológicas para acomodar, sem mexer na gênese de nossas mazelas, ou seja, a nossa vontade egoicanarcisica?
Vou adiante, como esperar, sem uma visão de passividade, de se esconder em algum reduto místico, de acalentar o fim dos tempos, com um discurso de conformidade? Vale dizer, a conformidade de que não há futuro, mais um presente imediato, de que pouco se pode fazer (com os acontecimentos de violência, de exclusão social, de desemprego, de degradação da vida)?
Acredito, piamente, o evangelho nos chama para uma leitura singular, um encontro com o Deus que se humanizou em Cristo, o receptor de nossa redenção e reconciliação, o coração – útero de todas as promessas e a lei, o elo de justificação e salvação de todo nosso vazio espiritual, existencial e humano.
Então, esperar, em Cristo, nos move ao inconformismo de um fajuto evangelho utilitarista, de limitar as boas novas a discursos compromissados a promover uma fé do eu sem o contraponto do semelhante. Observa – se o quanto estamos enredados pelos engodos de um messianismo superficial, empobrecido, barateado, de bagatelas, de dualismos (como se necessitasse das falanges demoníacas, de satanás, do diabo e sei lá mais o que para ser o Alfa e o Ômega) e, como desfecho, temos observado multidões estupidificadas, bestificadas, alienadas e reduzidas aos anseios de lideranças personalistas.
Afinal de contas, os profetas do velho testamento bradaram pelo Deus da justiça, da misericórdia, de olhar para os estrangeiros, para os órfãos e as viúvas, os menos assistidos, os menos favorecidos, os mais vulneráveis e fragilizados, por causa das contingências e circunstâncias da vida.
Deveras, o evangelho enfrenta o conformismo, talvez não vá extirpa – lo (por que há o aceno para uma re – criação e re – construção, em Cristo Jesus) e, enquanto isso, quer abraçar, quer alentar, quer aliviar, quer julgar, quer condenar, quer medir, quer classificar menos quem pode ou não pode estar e vir a mesa, partilhar da esperança, da salvação que nos faz ir e avançar, da salvação que acolhe e não arruína pessoas. Nota – se, o evangelho simples, escrito por um Deus que se decidiu por gente, por eu e você, para, por qual motivo, sermos mais esperança, abertos, sensíveis e vivacidades.
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