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Palavra do leitor

Entenda sua liberdade – até para escolher entre o bem e o mal

"Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade." 2 Coríntios 3.17

Muito do que assistimos hoje nos noticiários: eleições, democracias, ditaduras, populismos, guerras, economias etc. - acontecimentos relevantes para a humanidade e para nossa nação ou comunidade - perpassam pelo entendimento do que é liberdade.

A sabedoria popular diz que "a liberdade de um termina quando começa a do outro". Esse provérbio carrega em si a ideia de que não existe uma liberdade absoluta. O bom senso, a experiência e a prática nos mostram que não fizemos as escolhas que "talvez" seriam as mais importantes para nossa vida: ninguém escolhe nascer ou não, morrer ou não, seu sexo, a família, cidade, país de origem, classe social e por aí vai. Parece que não escolhemos quem somos. Até mesmo depois de nascermos não conseguimos mudar muita coisa. Então caímos naquilo que se chama de determinismo. Mas... O bom senso, a experiência e a prática nos mostram que dado um certo ponto de partida, você começa a ter autonomia para fazer suas próprias escolhas, afinal você é um cidadão adulto e livre! E vemos que até mesmo conseguimos mudar algo, ou até muita coisa, que não estamos de acordo. Será mesmo? E quando Deus entra no pedaço?

Só Deus possui liberdade absoluta – vale a pena lembrar. E ele criou seres humanos à sua imagem e semelhança – portanto também livres. C. S. Lewis nos lembra que "Porque o livre-arbítrio, embora possibilite o mal, também é a única coisa que torna possível todo o amor, toda a bondade ou toda a alegria".

Quando se trata de salvação, gostamos de lembrar (um pouco fora do contexto) que Jesus bate à porta, Ele não a arromba. Dizem alguns que essa porta tem uma maçaneta só pelo lado de dentro. Há de fato um momento específico, na maioria (eu diria) de nós cristãos, que somos convencidos do pecado. (Eu digo, maioria, pois alguns não conseguem dizer com precisão quando foi esse momento). E nos arrependemos. E cremos em Jesus, como diz as escrituras e o confessamos como Senhor. E somos justificados e salvos. Nossos pecados são perdoados. Nossa fé nos é imputada como justiça. É o entrar no Reino, o novo nascimento.

Crer na ressurreição de Jesus é sem dúvida um ato de fé. É um dom de Deus e não é uma escolha que se faz – como se houvesse "uns escolhem crer e outros não". O fato é: uns têm fé e outros não. Existem até aqueles que quereriam crer, mas não conseguem.

Gosto de pensar que esse ato de escolha (de abrir a porta para Jesus) só se deu após você crer (com bastante certeza), que é Ele quem está batendo e não outro, e que Ele é confiável e digno de fé. Essa fé, que é um dom divino, vem pelo ouvir do Evangelho. E só Deus sabe todos os aspectos que estão implicados nesse convencimento (arrependimento). É algo muito íntimo entre a pessoa de Deus Pai, Filho e Espírito Santo e a pessoa do novo convertido. Certamente está envolvido nesse processo o clamor pela própria liberdade. A pessoa se vê escravizada, e clama por libertação.

Então "do seu interior fluirão..." Uma vez tendo crido todo poder do Espírito Santo passa a transformar, de dentro para fora. Além do envolvimento da igreja, orações, pregações, testemunhos etc. podemos assim afirmar que a escolha pelo Cristo envolve a razão (o entendimento), os sentimentos (o coração com suas emoções), e a vontade (as escolhas propriamente ditas e ações que deliberadamente fazemos). O escolhemos para logo depois descobrir, que foi Ele quem nos escolheu.

Alguns gostam de frisar que essa graça de Jesus, que bate à porta do coração do pecador é irresistível para eles. Os quais já estavam eleitos para a salvação. E é isso mesmo o que a Bíblia diz! Outros parecem ficar insensíveis, ou não escutam as batidas, ou não tem certeza que é o Salvador do outro lado, ou simplesmente se até sabem que é Ele, não lhe dão confiança. Eles usam sua liberdade para se distanciarem eternamente de Deus e sua salvação. E não existe uma causa ou razão para isso, a não ser o próprio pecado elevado à décima potência: orgulho, obstinação, dureza, incredulidade. "Amaram" mais as trevas do que luz... Por quê? Porque suas obras eram más. Por quê? Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.

Então as pessoas podem escolher entre o bem e o mal? Claro! Fazemos isso o tempo todo. Isso é o que se chama de ética, bons e maus costumes.

Do outro lado da moeda da liberdade está a responsabilidade. Deus responsabiliza tanto aqueles que praticam o mal, tanto quanto aqueles que praticam o bem. Deus é soberano para fazer isso. Do outro lado da moeda do seu amor gracioso que dá liberdade ao ser humano está a soberania de Deus que julga a humanidade.

Para finalizar temos que levar em conta que Deus dá liberdade e responsabiliza indivíduos, mas a salvação nem sempre é algo tão individual assim como pensamos. Ele também trata com a coletividade, famílias, igrejas, cidades e nações. E finalmente todo o mundo, toda a humanidade. Glória a Ele eternamente!
Fürth - EX
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Site: http://teologia-livre.blogspot.de/

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