Palavra do leitor
- 24 de março de 2009
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Ensaio sobre a cegueira
Há alguns dias atrás assisti o filme "Ensaio sobre a cegueira", dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles. O filme é baseado na obra homônima do escritor português José Saramago, vencedor do prêmio Nobel de Literatura em 1998, e conta o drama de uma população assolada por uma estranha epidemia de cegueira. Talvez o fato mais curioso disso tudo é que, em vez de enxergarem tudo escuro, os cegos enxergam tudo branco. É uma espécie de "treva branca", como alguém já disse.
Não li o livro de Saramago. Aliás, como todo brasileiro que se preze, resolvi pegar um atalho e pulei direto para o filme. Embora todo filme destoe um pouco do livro em que se baseia, o âmago da estória é o mesmo (pelo menos nesse caso).
O dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa define ensaio como sendo uma “prosa livre que versa sobre tema específico, sem esgotá-lo, reunindo dissertações menores, menos definitivas que as de um tratado formal, feito em profundidade”. Ao contrário de Saramago, Jesus tratou o tema da cegueira humana com muita profundidade, mesmo usando poucas palavras. Os Evangelhos nos dizem que Jesus curou muitos cegos (Mt 15.30; Mc 10.52; Lc 7.21; Jo 10.21). Teve até uma ocasião em que Ele usou lama, feita com terra e cuspe (Jo 9.6,7).
Entretanto, o pior tipo de cego com quem Jesus se deparou foram aqueles que pensavam que enxergavam. Eram os hipócritas religiosos, que guiavam seus seguidores para a mesma ruína a que se dirigiam (Mt 15.14). Ressentidos pelo fato de Jesus ter curado um cego de nascença, fato até então inédito na história da humanidade (Jo 9.32), eles criticaram duramente a Jesus, que lhes respondeu: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos” (Jo 9.39). Inconformados com a afronta do Messias eles perguntaram: “Acaso, também nós somos cegos?” (Jo 9.40). Jesus retrucou: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado” (Jo 9.41).
A humanidade tem uma grande dificuldade em admitir sua cegueira, pior do que aquele tipo de velho ranzinza que resiste em procurar ajuda médica. Por mais que os discursos humanistas de auto-ajuda digam que devemos olhar o mundo a partir de uma ótica otimista, isso não passa de uma tremenda “treva branca” – não importa o degradê que se aplique ao breu. Na sua Segunda Carta aos Coríntios o apóstolo Paulo nos diz que “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo” (2Co 4.4). Isso só confirma ainda mais o primeiro ponto da “TULIP” calvinista: a Total Depravação da humanidade. O ser humano não somente detesta a luz, mas é incapaz de contemplá-la. Cristo é o único “oftalmologista espiritual” que pode dar jeito nessa cegueira.
Soli Deo Gloria!
Não li o livro de Saramago. Aliás, como todo brasileiro que se preze, resolvi pegar um atalho e pulei direto para o filme. Embora todo filme destoe um pouco do livro em que se baseia, o âmago da estória é o mesmo (pelo menos nesse caso).
O dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa define ensaio como sendo uma “prosa livre que versa sobre tema específico, sem esgotá-lo, reunindo dissertações menores, menos definitivas que as de um tratado formal, feito em profundidade”. Ao contrário de Saramago, Jesus tratou o tema da cegueira humana com muita profundidade, mesmo usando poucas palavras. Os Evangelhos nos dizem que Jesus curou muitos cegos (Mt 15.30; Mc 10.52; Lc 7.21; Jo 10.21). Teve até uma ocasião em que Ele usou lama, feita com terra e cuspe (Jo 9.6,7).
Entretanto, o pior tipo de cego com quem Jesus se deparou foram aqueles que pensavam que enxergavam. Eram os hipócritas religiosos, que guiavam seus seguidores para a mesma ruína a que se dirigiam (Mt 15.14). Ressentidos pelo fato de Jesus ter curado um cego de nascença, fato até então inédito na história da humanidade (Jo 9.32), eles criticaram duramente a Jesus, que lhes respondeu: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos” (Jo 9.39). Inconformados com a afronta do Messias eles perguntaram: “Acaso, também nós somos cegos?” (Jo 9.40). Jesus retrucou: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado” (Jo 9.41).
A humanidade tem uma grande dificuldade em admitir sua cegueira, pior do que aquele tipo de velho ranzinza que resiste em procurar ajuda médica. Por mais que os discursos humanistas de auto-ajuda digam que devemos olhar o mundo a partir de uma ótica otimista, isso não passa de uma tremenda “treva branca” – não importa o degradê que se aplique ao breu. Na sua Segunda Carta aos Coríntios o apóstolo Paulo nos diz que “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo” (2Co 4.4). Isso só confirma ainda mais o primeiro ponto da “TULIP” calvinista: a Total Depravação da humanidade. O ser humano não somente detesta a luz, mas é incapaz de contemplá-la. Cristo é o único “oftalmologista espiritual” que pode dar jeito nessa cegueira.
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