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Palavra do leitor

Encontros e desencontros dentro da vida

Durante a minha viagem mais recente, enquanto voltava, dentro de um ônibus que sacolejava e parava praticamente a cada dez minutos ou entrava em cidades perdidas no interior de Minas, eu pensava nos desencontros da vida e nos meus poucos encontros que tenho tido ultimamente.

Pensei no operário que se desencontra ao receber o seu salário e o vê insuficiente para pagar as suas contas no fim do mês. É um encontro, mas com cara de desencontro, pois não resolve os seus problemas básicos, ou o faz parcialmente. Pensei nas exigências do dia a dia, nas obrigações e na pauta escrita pela mulher e assinada pelas crianças sempre carentes de algo mais. São os desencontros normais dentro de uma convivência normal e comum.

Pensei no meu encontro com a tristeza, e nas lágrimas geradas pelo desencontro com pessoas que me encontram, mas não me satisfazem com as suas palavras e gestos. A falta de um carinho que eu queria encontrar, mas não recebo e talvez nem saiba mais retribuir. São facetas dentro de uma vida que nos empurram e depois nos deixam tateando sem saber o que fazer nem o que escolher. Depois, o sonho vem, mas a realidade também chega e nos mostra que estamos quase sempre nos desencontrando.

São momentos contraditórios dentro de um contexto que nos acena e depois recolhe a mão discretamente. Pensei na necessidade de ser melhor para melhor conviver com pessoas que me são caras e extremamente queridas. Mas eu não posso entender esta necessidade, pois isto não depende só de mim. Tem que haver um entendimento mútuo, uma sinergia, um prazer além do simples prazer, falar com a boca, com os olhos e com as mãos para tranmitir sentimentos.

Pensei nos encontros que emergem pela vida a fora. Aquela pessoa com quem me deparei na rua com a qual falei e até confidenciei algo, mas sequer perguntei o seu nome e ela também não me perguntou nada. Mas a nossa conversa foi tão boa! Ela entrou num supermercado e eu fiquei do lado de fora, ela se demorou e eu fui embora. Ou será que ela foi embora antes e eu não vi? Enfim, nos desencontramos logo após o nosso encontro. E eu fiquei parado e pensando... mas depois saí, talvez à procura de um novo encontro casual.
E assim a vida se esvai, e o carinho brota de uma palavra, de uma frase solta, de um sorriso aberto ou discreto, mas sempre lindo. Enquanto tudo se produz e se reproduz, o sentimento paira e os olhos muitas vezes se umedecem diante da realidade... A gente nunca sabe o que vai acontecer no decorrer do dia. Se teremos um encontro com a poesia ou se o drama vai aparecer bem à nossa frente. O certo, porém, é que a vida é cheia de encontros e desencontros e temos que conviver com o inesperado.

Não podemos reclamar do momento, não podemos antever o momento seguinte nem imaginar seu gesto e suas cores. Há muita vida dentro da vida, há muito sonho e desejos, mas, sobretudo, há muita ilusão e muitas ofertas a nos atrair. Penso como está o mundo agora, quais as notícias mais importantes, as manchetes mais eletrisantes neste momento de tanta violência, miséria e incompreensão. O ônibus, depois de sacolejar, parar, sair e balançar chegou ao seu destino, mas a viagem continua. Haverão outros encontros seguidos de desencontros, partidas e chegadas, despedidas, abraços e mãos entrelaçadas. Vou pensar sempre e vou tentar descobrir e entender por que eu sou assim e por que o mundo é assim. Espero sempre encontrar alguém na minha chegada, com um abraço, mas a vida ultimamente tem me dado mais desencontros do que encontros, mais pesadelos do que sonhos. Isso tudo faz parte do meu aprendizado. Deus sabe e conhece todas as coisas.
Mogi Guaçu - SP
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