Apoie com um cafezinho
Olá visitante!
Cadastre-se

Esqueci minha senha

  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras

    Sua sacola de compras está vazia.

Palavra do leitor

Emojiar [escrever com figurinhas]!

Lembro-me como se fosse hoje, agosto de 1953, frequentava eu a primeira série do Curso Ginasial – Colégio Bicalho, em Juiz de Fora; no primeiro semestre tive péssimas notas nas provas mensais de Português – o professor resolveu que essa primeira prova mensal, do segundo semestre, seria oral.

Era eu um adolescente acanhado, introvertido; diante da turma, vacilei já na primeira pergunta do Mestre Waldemar Lucas Rego de Carvalho, de saudosa memória; venceu a timidez – zerei na nota mensal – por certo, seria reprovado naquele ano.

Setembro, outubro, novembro desdobrei-me no estudo da gramática, concordância verbal, concordância pronominal [próclise, mesóclise, ênclise], acentuação, pontuação, conjugação de verbos, prioritariamente os irregulares, análise sintática etc.

Nem é necessário dizer o motivo, mas apaixonei-me pela "Língua Pátria", a nossa amada Língua Portuguesa – presto a ela, sempre que posso, a minha homenagem, principalmente procurando "obedecê-la" em suas normas tão lindas, tão importantes, embora eu, ainda, cometa falhas, principalmente, em pontuação.

Ao receber a nota de novembro, rapidamente, fiz os cálculos abrangendo todas as avaliações mensais dos dois semestres; milagre (!!) alcançara eu a média anual necessária para aprovação sem exame final, que SERIA ORAL – fim do pesadelo!

Já em 1959, Instituto Metodista Granbery, segunda série do Curso de Contabilidade, entrou em classe o eminente Professor de Português, não menos saudoso, Augusto Gotardelo, com as provas nas mãos – como nos meses e anos anteriores, gelei! - possível "trauma" da adolescência, já comentado – passou ele a chamar, um a um, os alunos para entregar-nos as provas, nunca chegava a minha vez!

A última era a minha, tinha que ser; então o excelente Mestre disse: "este é o segundo ‘dez’ da minha carreira - Edmar Torres Alves - o primeiro foi para Deia Freez Torres" – recebi dele a minha prova com um abraço cordial; disse-lhe eu:

• "obrigado Mestre!"

• "ela, Dra. Deia, hoje Médica Pediatra, é minha prima".

Muito triste, venho acompanhando, queixosamente, o "tratamento" que a nossa Língua Pátria recebe nas comunicações diárias, quer escritas, quer orais; não consigo entender, ou melhor, não consigo aceitar as abreviações fartamente usadas pela grande maioria, de todos os níveis culturais, como, por exemplo: vc – pq – ñ – nd - tbm – rs - bjs - abs etc. – com os mais próximos, tenho comentado que se trata de um "atentado" à Língua Pátria.

Surgiram, agora, os "emojis", figurinhas que não entendo, não sei interpretar os seus significados, mas que representam, por exemplo, "sorriso", "choro", "raiva", "amor" "espanto" etc. – em homenagem ao vernáculo prefiro as palavras, reitero.

Tenho procurado comentar com os meus contatos mais íntimos incentivando-os a priorizar o uso delas, as palavras, até para preservar, no tempo, para as gerações futuras, a mais bonita linguagem, a nossa amada Língua Portuguesa.

Emoji – transcrevo de um dos dicionaristas: "Os emojis e emoticons são representações gráficas usadas para transmitir uma ideia, uma emoção ou um sentimento. Esses símbolos são muito populares em comunicações on-line, como redes sociais, SMS e aplicativos de comunicação instantânea, como o WhatsApp" (sic).

Continuo preferindo e recomendando o uso das palavras que, no meu entendimento, expressam muito melhor os sentimentos além de preservar, para as gerações futuras, um idioma sadio, belo e expressivo; a continuar assim o que esperar das próximas gerações em matéria de cultura?

Referindo-me à Reforma do Ensino – Lei 5692, de 1971, em 1973 grifei várias coisas na primeira página de um jornal de circulação nacional e enviei para o Ministro da Educação; aleguei eu que se ele [Governo] não tomasse providências o futuro não seria bom para a nossa comunicação, quer escrita, quer oral.

Pois bem, no início da década de 90, salvo engano meu [em relação à data], os jornais de grande circulação nacional publicaram, na mesma semana, reportagens criticando o baixo nível da Educação brasileira; novamente, anexei aquelas páginas dos jornais à uma nova carta minha ao referido e ilustre cidadão, já não mais ministro; lembrei a ele as sugestões que lhe fizera, em outubro de 1973; não me respondeu essa missiva, a exemplo do que fizera com a primeira.

Desejo, tão somente, que a nossa comunicação pátria seja de um bom nível, quer seja na linguagem culta, bem como na conversação popular e, até, na prosa vulgar.

Tenho visto Universidades exigirem, para matrícula de um estudante, que "não haja ‘zerado’ na redação" (sic) – aplaudo feliz!

Pense nisto!

Notas:
1. Não existe o verbo "Emojiar", mais uma "contribuição" minha aos dicionaristas brasileiros [risos e não rs].

2. Emoji é uma junção de duas palavras japonesas.
Emoji (絵文字, lit. pictograma) é uma palavra derivada da junção dos seguintes termos em japonês: e (絵, "imagem") + moji (文字, "letra").
São Paulo - SP
Textos publicados: 829 [ver]

Os artigos e comentários publicados na seção Palavra do Leitor são de única e exclusiva responsabilidade
dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.

QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.

Ultimato quer falar com você.

A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Opinião do leitor

Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.