Palavra do leitor
- 21 de janeiro de 2024
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É tempo de orar, sempre!
Questionamentos há sobre o local onde se deve orar e sobre quando se deve falar com nosso Deus e Pai; uns entendem que o local da oração é o templo; outros há que preferem que seja à mesa, no horário das refeições; terceiros preferem ir a um monte, à noite, onde não há barulho, inexiste quem importune, ouve-se, tão somente, o silêncio da paz.
"Nosso Senhor orou em uma montanha; Pedro sobre um telhado; Isaque no campo; Natanael debaixo da figueira; Jonas no ventre do peixe. Qualquer lugar pode se tornar um quarto, um lugar de oração, uma Betel, e ser para nós o lugar da presença de Deus" (J. C. Ryle*).
Essa questão é antiga, uma mulher de Samaria argumentou com o Senhor Jesus: "Nossos pais adoravam neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar!"
Em resposta, o Mestre disse: "Crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4 20-21).
Por certo, os irreverentes diriam: "liberou geral, podemos orar em qualquer lugar"; é exatamente isso, não há lugar pré-determinado para orar a Deus, para adorá-lo.
A Palavra de Deus nos diz, pela pena de Paulo: "Orai sem cessar" (I Tessalonicenses 5 17); todavia, como orar "sem cessar", caso haja [só] um local determinado para fazê-lo?
O Senhor Jesus definiu não "onde" se deve orar, mas "como" se deve falar com o Pai, orientando:
"Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6 6) - Ele havia censurado aquele que "orava em pé na sinagoga", para que todos o vissem.
Vamos refletir sobre isso: "O teu quarto...fechada a porta... em secreto" – creio que essas expressões definem não um ambiente para orar, mas orienta uma atitude, aconselha que a oração deve ser entre Deus e a pessoa, sem holofotes, sem plateia, sem palavras rebuscadas, sem termos repetitivos; deve ser uma oração no recôndito do coração, com humildade, com sinceridade [principalmente] e em qualquer espaço físico, pois ela deve ser "sem cessar", e esta expressão exclui local único, pois nos leva a orar no quarto, na sala, no escritório, no trânsito, na condução, no monte e até em Jerusalém.
O que importa é que, para termos comunhão com Deus, temos que falar com Ele, mas devemos deixar que Ele também nos fale, e isso pode acontecer em qualquer momento, em todos os lugares, pois apenas "em espírito e em verdade" – sendo em espírito e em verdade, a oração releva a intelectualidade, independe da cultura, se distancia da lógica.
No meu pobre entendimento, oração é "coração para coração", e coração é sentimento, é amor, é afinidade [com Deus]; oração é "coisa" íntima, não precisa de plateia, de auditório, de microfone, de autofalante; não precisa bater no peito, desnecessária é a linguagem rebuscada.
O "ambiente" no qual devemos adentrar para orar, para falar com Deus, para ouvir o Senhor, para Ele nos escutar no silêncio, no secreto e nos recompensar, não é ambiente físico: templo, monte, residência, escritório, carro etc. – mas também é tudo isso!
Sim, eu creio que oração é comunhão nossa com Deus, e não há lugar específico ou único, nem hora marcada para acontecer; porque oração é "sem cessar", e como tal é no momento em que se sente a necessidade da comunhão com nosso Deus e Pai, e no local em que estivermos, até mesmo caminhando nas vias públicas como eu fazia, quando vinha do trabalho para casa.
Disse eu, em data anterior: "É nessa oração, secreta, que devemos nos abrir inteiramente diante do nosso Deus e Pai, Ele está sempre disponível para nos ouvir; diferente, todavia, das orações "específicas", que além de adorar e glorificar a Deus, devem tratar "apenas" daquele específico assunto, como é o caso das orações de agradecimento pelo alimento, à mesa.
O nosso Deus e Pai não deseja, de nós, orações com vãs repetições, com longas petições, como se entendessem, aqueles que assim procedem, que serão ouvidos pelo muito falar; prefere o Senhor, nosso Deus e Pai, as orações simples, humildes, espontâneas, sinceras, as quais Ele ouve, embora conheça todas as nossas necessidades antes mesmo que lhe peçamos [Mateus 6.7-8).
Diz o salmista: "Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro" (Salmos 40.1).
O Senhor Jesus foi bem claro e recriminou a oração do fariseu, que se autoproclamava um ser santo, um homem fiel, um indivíduo diferente dos demais, e que desprezava a vida do outro, do próximo, do seu semelhante, do publicano – os publicanos eram aqueles que os judeus fariseus consideravam como os párias, os marginalizados da sociedade [e Deus não faz acepção de pessoas]."
* John Charles Ryle foi um clérigo inglês, e o primeiro bispo da diocese da Igreja da Inglaterra em Liverpool
"Nosso Senhor orou em uma montanha; Pedro sobre um telhado; Isaque no campo; Natanael debaixo da figueira; Jonas no ventre do peixe. Qualquer lugar pode se tornar um quarto, um lugar de oração, uma Betel, e ser para nós o lugar da presença de Deus" (J. C. Ryle*).
Essa questão é antiga, uma mulher de Samaria argumentou com o Senhor Jesus: "Nossos pais adoravam neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar!"
Em resposta, o Mestre disse: "Crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem" (João 4 20-21).
Por certo, os irreverentes diriam: "liberou geral, podemos orar em qualquer lugar"; é exatamente isso, não há lugar pré-determinado para orar a Deus, para adorá-lo.
A Palavra de Deus nos diz, pela pena de Paulo: "Orai sem cessar" (I Tessalonicenses 5 17); todavia, como orar "sem cessar", caso haja [só] um local determinado para fazê-lo?
O Senhor Jesus definiu não "onde" se deve orar, mas "como" se deve falar com o Pai, orientando:
"Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6 6) - Ele havia censurado aquele que "orava em pé na sinagoga", para que todos o vissem.
Vamos refletir sobre isso: "O teu quarto...fechada a porta... em secreto" – creio que essas expressões definem não um ambiente para orar, mas orienta uma atitude, aconselha que a oração deve ser entre Deus e a pessoa, sem holofotes, sem plateia, sem palavras rebuscadas, sem termos repetitivos; deve ser uma oração no recôndito do coração, com humildade, com sinceridade [principalmente] e em qualquer espaço físico, pois ela deve ser "sem cessar", e esta expressão exclui local único, pois nos leva a orar no quarto, na sala, no escritório, no trânsito, na condução, no monte e até em Jerusalém.
O que importa é que, para termos comunhão com Deus, temos que falar com Ele, mas devemos deixar que Ele também nos fale, e isso pode acontecer em qualquer momento, em todos os lugares, pois apenas "em espírito e em verdade" – sendo em espírito e em verdade, a oração releva a intelectualidade, independe da cultura, se distancia da lógica.
No meu pobre entendimento, oração é "coração para coração", e coração é sentimento, é amor, é afinidade [com Deus]; oração é "coisa" íntima, não precisa de plateia, de auditório, de microfone, de autofalante; não precisa bater no peito, desnecessária é a linguagem rebuscada.
O "ambiente" no qual devemos adentrar para orar, para falar com Deus, para ouvir o Senhor, para Ele nos escutar no silêncio, no secreto e nos recompensar, não é ambiente físico: templo, monte, residência, escritório, carro etc. – mas também é tudo isso!
Sim, eu creio que oração é comunhão nossa com Deus, e não há lugar específico ou único, nem hora marcada para acontecer; porque oração é "sem cessar", e como tal é no momento em que se sente a necessidade da comunhão com nosso Deus e Pai, e no local em que estivermos, até mesmo caminhando nas vias públicas como eu fazia, quando vinha do trabalho para casa.
Disse eu, em data anterior: "É nessa oração, secreta, que devemos nos abrir inteiramente diante do nosso Deus e Pai, Ele está sempre disponível para nos ouvir; diferente, todavia, das orações "específicas", que além de adorar e glorificar a Deus, devem tratar "apenas" daquele específico assunto, como é o caso das orações de agradecimento pelo alimento, à mesa.
O nosso Deus e Pai não deseja, de nós, orações com vãs repetições, com longas petições, como se entendessem, aqueles que assim procedem, que serão ouvidos pelo muito falar; prefere o Senhor, nosso Deus e Pai, as orações simples, humildes, espontâneas, sinceras, as quais Ele ouve, embora conheça todas as nossas necessidades antes mesmo que lhe peçamos [Mateus 6.7-8).
Diz o salmista: "Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro" (Salmos 40.1).
O Senhor Jesus foi bem claro e recriminou a oração do fariseu, que se autoproclamava um ser santo, um homem fiel, um indivíduo diferente dos demais, e que desprezava a vida do outro, do próximo, do seu semelhante, do publicano – os publicanos eram aqueles que os judeus fariseus consideravam como os párias, os marginalizados da sociedade [e Deus não faz acepção de pessoas]."
* John Charles Ryle foi um clérigo inglês, e o primeiro bispo da diocese da Igreja da Inglaterra em Liverpool
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