Palavra do leitor
- 20 de dezembro de 2011
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É natal! Feliz natal! Feliz natal! 'Ho! Ho! Ho!'
Pensei em colocar a carta que escrevi ao Papai Noel na árvore. Foi minha primeira escrita na vida. Vão aí bem mais de meio século. Fui detalhista no pedido. O presente, informei ao Papai Noel, encontrava-se na Loja Chaves, na vitrine do lado direito. Mencionei cor e modelo. Assinei e coloquei no “correio”.
Não acredito em Papai Noel há muito tempo. Alguns dos meus netos acreditam e outros desconfiam e ainda outro sabe que ele é uma figura... metafórica! Ele adora o pai e sabe que de lá sai a grana. Esperto o garoto.
Evidentemente que Papai Noel, árvore de Natal e todo o aparato que acompanha o Natal tem sua época e importância na formação e no imaginário de uma criança. E assim deve permanecer.
Não tenho o menor respeito e nutro completa antipatia por todos aqueles que são os desmancha prazeres nessa época de colorido e de imaginário fértil. Moralismo tem seu lugar, menos no Natal.
Muito do ritual e da tradição do Natal que conhecemos inclusive a figura do Papai Noel, tem apenas dois séculos e devemos muito disso à influência Europeia, especialmente a Inglaterra que fez passar a maior parte de tudo aquilo para os Estados Unidos e de lá para cá. Charles Dickens ajudou nisso através de seus contos. Amém!
Reis magos, manjedoura, nascimento virginal, pastores no campo, tudo isso são narrativas milenares e os evangelhos nos ajudam a pensar o Natal. Mas árvore de Natal, etc., veio no bojo de outras contribuições com os séculos de tradição e riqueza cultural. E são bem vindas!
Todavia, muito do que agregamos ao Natal não vem da rica tradição Cristã, e nem por isso precisamos jogar os acréscimos na lata de lixo por amor a um relato bíblico num processo depuratório travesso. Faz parte da nossa cultura Cristã. Faz parte da Cristandade.
Quem já andou pelo hemisfério norte sabe que essa época do ano é muito fria com abundância de neve. A Europa continental com certeza adequou a festa da Saturnália dos Romanos que adequou a dos Gregos, e os pinheiros enormes entraram de brinde também via religião pagã. Mas nem por isso deve-se jogar coquetel molotov evangélico na tradição.
E por conta do frio à época da festa, as bebidas mais fortes e as comidas mais saborosas, tudo isso a tradição Cristã absorveu. Estou pensando em coisa dos séculos IV ao VI. Não, ainda não aparece aí a figura do Papai Noel.
Entre os séculos XVII a XVIII por aí, depois da pesada influência puritana (os chatos da época) na Inglaterra que via o Natal como uma festa tipicamente pagã semelhante ao papado e a realeza, e por temerem o divertimento excessivo da festividade, não se falou muito em Natal. Depois, porém...
Foi a partir do início do século XIX, influenciado por um grupo de comerciantes Ingleses, que o Natal começou a tomar corpo e vulto. A primeira ‘invenção’ típica do Natal foram os cartões!
Por essa época, Charles Dickens escreveu um belo conto de Natal e o pinheiro foi popularizado com enfeites. Reviveu-se na ocasião o interesse Cristão pelos valores da família, da classe média, era época em que se sentia e vivia-se uma certa harmonia social com os gestos de amor típicos do Natal.
Mas foi ao final do século XIX, com a profusão de cânticos de Natal, a troca de presentes e a importação da ideia da Turquia do Papai Noel, o famoso São Nicolau, que a festa se espalhou pelo Ocidente. Influenciado, claro pelo mundo do comércio. Que bom. As opções de presente abundam!
Assim foi que aquele mundo do Papai Noel, das árvores, do colorido, da musicalidade, da multidão de luzes, anjos, fadas, bolas de Natal, pingentes tomou conta. Não há festividade maior do que o Natal. Antes do Natal a festa mais comemorada pelos Cristãos era a Páscoa. Não mais.
Enquanto escrevo esse artigo, o final do dia vai terminando, a noite será a dona da festa. Logo vou ligar as luzes da árvore de Natal, vou colocar umas belas músicas, reforçar a lista de compras daquilo que falta para a grande festa. Imagino a alegria de meus netos!
Milhões farão a mesma coisa. Milhões de crianças pouco dormirão e outras tantas acordaram no meio da noite. Para muitas o tempo ainda não guarda aquela relação precisa de 24 horas que massacra os adultos.
Não resisto e parafraseio Charles Dickens que pensou o Natal como a época das ilusões infantis, as recordações que aparecem no avô, e as alegrias da juventude como um viajante transportado pela chaminé a seu doce lar!
Vou dar mais uma lida na carta que escrevi ao Papai Noel quando tinha 7 anos. De lá para cá há um elo histórico. Charles Dickens me ajudará aqui, novamente:
“Eu sempre pensei em Natal como um tempo bom; tempo de bem, perdão, generosidade, época agradável; uma época em que os homens e mulheres parecem abrir seus corações espontaneamente. E assim digo, Deus abençoe o Natal!”.
_________
PS. Jesus Cristo? Ele adoraria isso tudo. Era alegre, vivaz e feliz. Gostava de vinho e da companhia social de muitos. Se gostou de casamento, teria adorado o Natal. “Feliz meu dia”, diria, “Ho! Ho! Ho!”.
Não acredito em Papai Noel há muito tempo. Alguns dos meus netos acreditam e outros desconfiam e ainda outro sabe que ele é uma figura... metafórica! Ele adora o pai e sabe que de lá sai a grana. Esperto o garoto.
Evidentemente que Papai Noel, árvore de Natal e todo o aparato que acompanha o Natal tem sua época e importância na formação e no imaginário de uma criança. E assim deve permanecer.
Não tenho o menor respeito e nutro completa antipatia por todos aqueles que são os desmancha prazeres nessa época de colorido e de imaginário fértil. Moralismo tem seu lugar, menos no Natal.
Muito do ritual e da tradição do Natal que conhecemos inclusive a figura do Papai Noel, tem apenas dois séculos e devemos muito disso à influência Europeia, especialmente a Inglaterra que fez passar a maior parte de tudo aquilo para os Estados Unidos e de lá para cá. Charles Dickens ajudou nisso através de seus contos. Amém!
Reis magos, manjedoura, nascimento virginal, pastores no campo, tudo isso são narrativas milenares e os evangelhos nos ajudam a pensar o Natal. Mas árvore de Natal, etc., veio no bojo de outras contribuições com os séculos de tradição e riqueza cultural. E são bem vindas!
Todavia, muito do que agregamos ao Natal não vem da rica tradição Cristã, e nem por isso precisamos jogar os acréscimos na lata de lixo por amor a um relato bíblico num processo depuratório travesso. Faz parte da nossa cultura Cristã. Faz parte da Cristandade.
Quem já andou pelo hemisfério norte sabe que essa época do ano é muito fria com abundância de neve. A Europa continental com certeza adequou a festa da Saturnália dos Romanos que adequou a dos Gregos, e os pinheiros enormes entraram de brinde também via religião pagã. Mas nem por isso deve-se jogar coquetel molotov evangélico na tradição.
E por conta do frio à época da festa, as bebidas mais fortes e as comidas mais saborosas, tudo isso a tradição Cristã absorveu. Estou pensando em coisa dos séculos IV ao VI. Não, ainda não aparece aí a figura do Papai Noel.
Entre os séculos XVII a XVIII por aí, depois da pesada influência puritana (os chatos da época) na Inglaterra que via o Natal como uma festa tipicamente pagã semelhante ao papado e a realeza, e por temerem o divertimento excessivo da festividade, não se falou muito em Natal. Depois, porém...
Foi a partir do início do século XIX, influenciado por um grupo de comerciantes Ingleses, que o Natal começou a tomar corpo e vulto. A primeira ‘invenção’ típica do Natal foram os cartões!
Por essa época, Charles Dickens escreveu um belo conto de Natal e o pinheiro foi popularizado com enfeites. Reviveu-se na ocasião o interesse Cristão pelos valores da família, da classe média, era época em que se sentia e vivia-se uma certa harmonia social com os gestos de amor típicos do Natal.
Mas foi ao final do século XIX, com a profusão de cânticos de Natal, a troca de presentes e a importação da ideia da Turquia do Papai Noel, o famoso São Nicolau, que a festa se espalhou pelo Ocidente. Influenciado, claro pelo mundo do comércio. Que bom. As opções de presente abundam!
Assim foi que aquele mundo do Papai Noel, das árvores, do colorido, da musicalidade, da multidão de luzes, anjos, fadas, bolas de Natal, pingentes tomou conta. Não há festividade maior do que o Natal. Antes do Natal a festa mais comemorada pelos Cristãos era a Páscoa. Não mais.
Enquanto escrevo esse artigo, o final do dia vai terminando, a noite será a dona da festa. Logo vou ligar as luzes da árvore de Natal, vou colocar umas belas músicas, reforçar a lista de compras daquilo que falta para a grande festa. Imagino a alegria de meus netos!
Milhões farão a mesma coisa. Milhões de crianças pouco dormirão e outras tantas acordaram no meio da noite. Para muitas o tempo ainda não guarda aquela relação precisa de 24 horas que massacra os adultos.
Não resisto e parafraseio Charles Dickens que pensou o Natal como a época das ilusões infantis, as recordações que aparecem no avô, e as alegrias da juventude como um viajante transportado pela chaminé a seu doce lar!
Vou dar mais uma lida na carta que escrevi ao Papai Noel quando tinha 7 anos. De lá para cá há um elo histórico. Charles Dickens me ajudará aqui, novamente:
“Eu sempre pensei em Natal como um tempo bom; tempo de bem, perdão, generosidade, época agradável; uma época em que os homens e mulheres parecem abrir seus corações espontaneamente. E assim digo, Deus abençoe o Natal!”.
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PS. Jesus Cristo? Ele adoraria isso tudo. Era alegre, vivaz e feliz. Gostava de vinho e da companhia social de muitos. Se gostou de casamento, teria adorado o Natal. “Feliz meu dia”, diria, “Ho! Ho! Ho!”.
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