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Palavra do leitor

E eu com isso?

Estamos chegando do 12º Congresso Internacional sobre a Palavra Profética, sendo a nossa 10ª participação anual. Lá ouvimos uma história de dois homens que caminhavam sob a neve, quando se depararam com outro homem, sem sentidos, semimorto, no chão.

Um deles propôs que socorressem aquele moribundo, tirando-o dali, e o levassem consigo para um local onde pudesse ser assistido e medicado.

O segundo cidadão ["E eu com isso?"] não assentiu com a proposta de prestar ajuda, pois teria que caminhar mais lentamente, face ao peso do pretenso socorrido, o que poderia redundar em que ele, também, pudesse ser congelado, perder os sentidos e a vida, tendo prosseguido sozinho.

O outro, todavia, abaixou-se, colocou o homem nas costas e foi caminhando com ele, devagar, com cuidado, à procura de um abrigo seguro e assistência médica. Com o caminhar, com aquele peso extra nas costas, seu corpo se aqueceu, transferindo calor para o corpo que ele carregava. Assim, o adoentado recobrou os sentidos, e pode caminhar o restante do trajeto em companhia daquele que o socorrera.

Logo adiante, depararam com aquele homem que recusara socorrer o próximo, caído na neve e já sem vida: uma crise hipotérmica!

Essa história ilustrou uma mensagem sobre o amor. A ausência de amor levou um à morte, e o exercício do amor salvou a vida de quem o praticara.

Isso lembrou-nos de uma parábola bíblica, Lucas 10. 25-37, em que um cidadão, assaltado, caíra na estrada, quase morto.

Vinha pelo mesmo caminho um sacerdote, que passou de largo, ou seja, não socorreu a vítima; por certo teria que ouvir o Conselho de sacerdotes sobre o caso.

Em seguida, veio um levita e, vendo o ferido, também passou de largo; talvez para ir consultar seus pares.

Vinha, então, um samaritano, e deparou-se com aquele triste quadro. Provavelmente consultou a Deus, em seu coração, abaixando-se, em seguida, e prestou os primeiros socorros àquele judeu moribundo. Os judeus, àquela época, não se davam com os samaritanos, mas foi o Samaritano quem demonstrou amor para com o próximo, inobservando quaisquer regras, regulamentos, e preconceitos.

Levou, em seguida, o assaltado para uma hospedaria, pagou-lhe a estada [estadia], deixando algum numerário a mais para que o hospedeiro pudesse cuidar dele, dizendo: na volta, pagar-lhe-ei o que mais for gasto.

Jesus contou essa parábola para explicar a um intérprete da lei quem é o próximo a quem devemos amar.

O samaritano, ao deixar aquele judeu na hospedaria, poderia ter ido embora sem se imiscuir com o que pudesse vir a acontecer dali para frente, dizendo “eu já ajudei”, ou “isso não é problema meu, mas dos conterrâneos dele”.

Mas não, o samaritano não consultou ninguém, a não ser a Deus, em seu coração, e praticou, e viveu, e exerceu o Amor (agape), o Amor de Deus, que Jesus recomendou que praticássemos, até mesmo com os nossos inimigos.

Quantas vezes o amor é deixado de ser praticado, pois nos atemos a regulamentos, nos prendemos a normas, nos enredamos no emaranhado de preconceitos a serem observados: não é dos nossos, já ajudamos antes, e tantos outros embaraços à prática do Amor!

O mesmo se dá com o evangelismo, com a pregação da Palavra de Deus; O Senhor nos incentiva, através de Paulo, a pregar, a exortar, a instar, a tempo e fora de tempo, quer seja oportuno, quer não (II Timóteo 4. 2).

Recebemos essa missão [grande comissão] de Jesus, que determina que preguemos a toda a criatura (Marcos 16. 15); e devemos fazê-lo não só por obediência, mas, sobretudo, por amor ao próximo. Seria egoísmo guardarmos, só para nós, tamanha salvação. Se amamos ao próximo, quer seja amigo, quer seja inimigo, temos que compartilhar com ele essa graça de Deus, graça que salva, graça que nos afasta da ira vindoura.

Se não o fazemos, por amor, estamos sujeitos a sermos cobrados, por Deus, pelo sangue dos que perecem no pecado, conforme já abordamos em artigo anterior, citando o texto em que Deus diz isso pela boca do profeta Ezequiel: (Ez. 33. 7-9).

Devemos fazer ouvidos moucos às investidas da New Age, movimento precursor do anticristo, que não quer a pregação, chamando-a de proselitismo, e que orienta a que cada um seja “deixado na sua”. Isso é bom para satanás, que levará para si aqueles que não foram conduzidos, pelo cristianismo, ao único Caminho que conduz a Deus: Jesus (João 14. 6); que não foram conduzidos à salvação do pecado e do dia da ira que se aproxima para todos os que não forem arrebatados para o encontro com Jesus nos ares, entre nuvens (I Ts. 4. 16-17).

Ambas as histórias conduzem a um único final: o Amor salva [Deus é Amor]; a recíproca é verdadeira: o desamor condena à separação eterna de Deus.
São Paulo - SP
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