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Palavra do leitor

Dos Deuses da Mitologia ao Único Deus Criador, Inclusive da Natureza.

INTRODUÇÃO

Nenhuma cultura existiu sem sua história de criação, mas nenhuma pôde conceber uma criação ex nihilo, a partir do nada. Por isso as quatro palavras mais impactantes são: “No princípio, criou Deus ”. Nem nos antigos mitos de Enuma Elish, Marduque aparece como criador de verdade, apenas como artífice que constrói um instrumento para seu próprio uso, porque o cosmo em Enuma Elish já existia antes dos deuses, e eles são apenas seu produto.

DEUSES vs DEUS

Ainda outros mitos existiram como os da Mesopotâmia, onde os deuses já vivam em uma sociedade organizada entre os deuses administradores e os deuses menores que faziam os trabalho pesado, onde os quais se rebelaram, e como uma providência para solução dessa revolta, a deusa Mami é designada para criar seres humanos. Isso tudo faz parte da visão geral da cultura atual, embora tenha surgido depois dos escritos de Enuma Elish e Atrahasis que foram contemporâneos do registro de Gênesis.
No final, há uma guerra civil, e um deus, Zeus, emerge vitorioso, matando ou banindo os inimigos e recompensando os aliados. Diferente das outras mitologias, a mitologia grega não tenta se responsabilizar pela raça humana, ele é tida como preexistente. Mas a maldade humana, segundo essas mitologias surge por conta de um conflito de Zeus contra o Titã prometeu e a raça humana, gerando a deusa Pandora que despeja no universo todo tipo de maldade.
Apesar de suas diferenças, a explanação babilônica mesopotâmica e grega da criação e do lugar da humanidade dentro dela tem muito em comum, mas diferenças cruciais em relação ao registro de Gênesis. Enquanto os mitos apresentam os homens desprezados pelos deuses, o Gênesis diz que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. Dizem também que o mundo e a criação é um acidente, o Gênesis afirma que Deus considera a criação muito boa e os abençoa.
Na revelação radical, diz-se que Deus é transcendente, e que ele não é da mesma natureza de sua criação, e não acrescenta ou subtrai algo de si próprio para criá-la e que Ele é o único Deus eterno e preexistente. Portanto, o próprio universo é uma criação, não se trata de uma ilusão, sua substância material não é uma imperfeição, mas a própria essência dela. Por esta razão Deus, como criador, não é apenas força inicial, mas é muito, muito mais.

O VERDADEIRO CRIADOR

E o governo da terra não é para deuses subordinados, como nas histórias pagãs sobre criação, mas aos humanos. Na mitologia os humanos são feitos de ossos e sangue de um deus, no gênesis o ser humano não é divino, e longe de seres divinos os humanos trouxeram o mal a uma criação boa. A história de gênesis é a história da criação e do criador, mas a bíblia não conhece nenhum criador que não seja também sustentador e provedor (Gn 2:8-9). Mas a provisão de Deus não é uma provisão impessoal, mas uma provisão direta, pessoal e zelosa para todas as criaturas.
Deus não é apenas alguém que cria e então sustenta mas também é alguém que irá um dia redimir e aperfeiçoar. A morte de Cristo não mudará apenas a mim e a você, mas todo o cosmos em que vivemos. O que mais se destaca na visão hebraica da natureza é a habilidade de ver uma coisa criada e alegrar-se sem vergonha ou constrangimento sobre sua beleza e mistério. A alegria se apodera de nós quando verdadeiramente conseguimos enxergar o cosmos como a criação de Deus.
A mente hebraica compreendeu que o grande poder de Deus é exibido em suas obras, e na beleza, no contentamento e compreensão acerca delas. A adoração moderna deve retornar a uma ênfase sobre o regozijo das obras e maravilhas de Deus a fim de que a alegria possa novamente torna-se uma experiência em vez de um conceito. Nossa esperança de alcançar isso não pode vir da adoração somente, mas do nosso pensamento, ensinamento e prática da ciência. Há elementos na ciência que um cristão pode praticar com alegria e honra, Deus é racional, de forma que o universo pode ser compreendido pela razão e inspiração.

CONCLUSÃO

Portanto, dito isto, devemos refletir que devido o ensino universitário ser fragmentado e desconexo, cria indivíduos que são também fragmentados. Por isso, a universidade cristã deve começar a ensinar não uma ciência melhor que imita e compete com as outras, mas uma ciência diferente, que ensine os estudantes a celebrarem a criação e não meramente a mensurarem. A igreja de cristo precisa conhecer a Deus como Criador e se tornar uma comunidade de mordomos. Os hebreus chamavam o mundo ao seu redor de criação, porque acreditavam na natureza e a si mesmo como criaturas feitas para finalidades e prazeres de Deus. Pensando dessa forma, conclui-se também no fim de tudo, que o ser humano não é separado da natureza mas faz parte dela.

Por Joel Sarmento Barros
Manaus - AM
Textos publicados: 46 [ver]
Site: http://registrocientifico.blogspot.com/
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