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Palavra do leitor

Artigo publicado em resposta a Livrei-me de beijos machos magros

“Dom” Hélder me expulsou?!

O “cardeal-arcebispo” famoso estava nervoso, ou ficou nervoso com minha pergunta, e, recusou-se a responder-me. Lembro-me de 3 outras entrevistas-pesquisas, e só do teor de uma delas...

1- Situando:

Nas minhas primeiras férias pastorais, em janeiro de 1981, eu saí de Mutum, Leste Mineiro. Fui para Vitória/ES. Daí, para Salvador/BA, de onde peguei um ônibus para Aracaju/SE, e, daí, para o Recife/PE. Do Recife, fui para Campina Grande/PB, para, com isso, chegar a Juazeiro do Norte/CE, aproveitando-me da vizinha Crato/CE, onde um contemporâneo do Seminário Presbiteriano, no Recife, morara, não fazia tanto tempo. De Juazeiro, fui para Teresina/PI, São Luiz/MA, Santa Maria do Belém do Grã-Pará/PA, Brasília/DF, Goiânia/GO e Belo Horizonte/MG.

E, nessas viagens, pelo menos a partir do "buzão" que saíra do solo soteropolitano, comecei a fazer u´a pesquisa – sobre cola na escola –, através de entrevistas (estas seriam minha bibliografia). Procurei pesquisar as mais diversas pessoas, em termos de idade, cultura, e algo mais que eu me lembrasse no momento. Obtive resultados positivos, mas, por ter anotado em folhas soltas, perdi o resultado dessas pesquisas.

Lembro-me pelo menos de 4 entrevistas-pesquisas, sendo 3 delas no Recife. Antes, no ônibus que não queria ser jipe (“jeep”), mas, chegar ao Sergipe queria, conversei com uma jovem ou jovem-senhora advogada, e anotei. No Recife, ouvi o prussiano (já à época, alemão), que fora meu professor de Hebraico Bíblico. Não me lembro de nada que conversei com eles. Mas, apenas, das duas infracitadas.

2- Mediando:

Lembro do resultado da pesquisa-entrevista com minha ex-professora de Hebraico contemporâneo, u´a judia, que nascera na Europa Oriental, sendo criada em campos de concentração (senão de extermínio), sem direito de chorar(!), mas que chegara à Israel e lá casara com um aviador, que morreu em ação de aviação numa das guerras, vindo depois com u´a filha para o Recife, onde se tornara professora da escola israelita; o tio dela, que na velhice viera morar com ela – e quem eu conheci! –, trabalhou com Moshe Dayan (*20/5/1915-16/10/1981). Essa professora me dissera, peremptoriamente, que, no Brasil, os alunos colavam porque o professor brasileiro era mal pago, e, por isso, na hora da prova, ele aproveitava para ler o jornal, já que, para trabalhar para compensar, não tinha tempo de ler o periódico, enquanto lecionava muito... E essa judia aproveitou para dizer que, em Israel, o professor ganhava antes, durante e após as aulas, ou seja, respectivamente, para preparar a aula, para ela, e para corrigir as provas.

3- Consumando:

Entendi a resposta que o cearense da capital, Hélder Pessoa Câmara (* 7/2/1909 + 27/8/1999), dera-me, mas não compreendi sua atitude de não querer responder para minha pesquisa; não compreendi, momentânea e imediatamente. Mas, mediatamente, ou melhor, bem depois, compreendi, pois, como pode um homem tão ocupado, certamente cansado, com 72 anos (numa época que tal era ser mais velho que hoje!), certamente com muita cousa para ler, tem de parar e responder algo aparente sem sentido. Claro que para mim tinha sentido, mas, não para ele. Tenho que compreender que eu, no lugar dele, em termos de ocupações, poderia eu fazer o mesmo. Não é o que fazemos com vendedores, pedintes de cestas nos gabinetes pastorais, e os do telemarketing?

É claro que o que Helder Câmara fez não deve ser copiado nos gabinetes de ministros evangélicos. Mesmo para aqueles que vêm jogar conversa fora. Nem para os piores estaremos lançando pérolas aos porcos! Poderemos, sem o saber, estar é hospedando anjos!!!


(Tripas/tri-Paz - 359).
Governador Valadares - MG
Textos publicados: 126 [ver]

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