Palavra do leitor
- 26 de julho de 2012
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Discipulado: estratégia para evangelismo e missões
Referência Bíblica: Mateus 28:18-20 e Apocalipse 5:6-10.
O texto clássico da Grande Comissão é a chave que apresenta o discipulado como a ferramenta utilizada por Jesus Cristo para Evangelismo & Missões. Com seus discípulos, o primeiro núcleo que daria origem à Igreja composta de todos os salvos, Jesus Cristo inicia o seu ministério chamando quem ele quis para fazer parte de um círculo mais íntimo de seu relacionamento (Mc 3.13-14). É assim que o Mestre começa o discipulado com homens simples que se tornariam, anos mais tarde, expoentes na história do cristianismo.
Um olhar mais atento e criterioso sobre as Escrituras, no tocante ao começo do ministério de Jesus Cristo, é capaz de trazer à luz algumas características marcantes que enfatizam o discipulado do Mestre. A primeira delas diz respeito ao chamado: “Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu” (Mc 2.13-14). Temos aqui uma forte ênfase na resposta de Levi, imediatamente após ser chamado. Sob essa ótica, Dietrich Bonhoeffer afirma que discipulado é um chamado à obediência. Como discípulos, a nossa resposta ao chamado de Jesus não é uma confissão oral da nossa fé Nele, mas um ato imediato de obediência. Foi assim com Levi, foi assim com Pedro, no Lago de Genesaré, ao receber o seu primeiro chamado (Mc 1.18) e com Lutero quando consagrou a sua vida, indo para o convento.
A segunda característica do discipulado cristão está no nível do relacionamento. Ao serem chamados para conviverem com Jesus, os discípulos iniciam uma jornada de aprendizado, cujo caráter é de vivência íntima com Cristo. Ser discípulo do Mestre significava juntar-se a ele para aprender todos os seus ensinamentos e pô-los em prática. No contexto cultural da sociedade judaica, seguir o mestre implicava aprender dele com exclusividade e cumplicidade. O aluno deveria estar disposto a investir todos os seus dias para ganhar uma nova vida, tendo como padrão e modelo o estilo de vida de seu mestre. Depois de ter absorvido todos os ensinos, o discípulo ganhava uma missão: fazer novos discípulos, de acordo com o modelo aprendido. Assim, o discipulado que a Bíblia apresenta é de comprometimento exclusivo com a pessoa de Jesus Cristo, como define Dietrich em seu livro Discipulado.
Ao concluir seu ministério na terra, Jesus Cristo ordena aos discípulos que eles façam outros discípulos. Depois de conviverem com o Mestre e terem aprendido Dele, era chegada a hora do cumprimento da missão. Eis um importante aspecto do discipulado que Jesus Cristo nos deixou como exemplo: nele está intrínseco o Evangelismo. “Indo”, eles deveriam aplicar todo o aprendizado, ensinando a outras pessoas, de modo que elas pudessem aprender os ensinamentos de Cristo e passar para outros e mais outros. Assim, discipulado também é cíclico e contínuo, possuindo uma outra ênfase: a multiplicação. O missionário Ronaldo Lidório define Evangelismo como o “ato de proclamar o evanggelion que é as Boas Novas”. Ele afirma, ainda, que evangelismo é o ponto central da missiologia do Novo Testamento. Se evangelismo é a proclamação das Boas Novas (Jesus Cristo), então, Jesus Cristo é o próprio Evangelho a ser pregado! A missão de todo discípulo de Jesus Cristo, portanto, é pregar as boas novas ou a boa notícia que é Cristo.
Fazer discípulos de todas as nações é o clímax da Grande Comissão em resposta ao plano original de Deus que há de ser consumado quando Jesus Cristo retornar para buscar a sua Igreja (Ap 5.6-10). Influenciar homens e mulheres de toda tribo, língua, povo e nação com a mensagem cristocêntrica não é missão que nasce da natureza da igreja, mas de Deus, isto é, da Missio Dei (Missão de Deus). A Igreja de Jesus Cristo serve a esta missão. Fazer discípulos é fazer missões onde você estiver, em qualquer lugar do mundo, seja qual for a sua posição na sociedade em que está inserido. Fazer discípulos é compreender o propósito inicial de Deus de encher a terra de homens e mulheres em perfeita comunhão com Ele para glorificar o Seu nome (Gn 1.27-28; Is 43.7). É ter a certeza de que o dono da Missão estará conosco “todos os dias, até a consumação dos séculos”. O Emanuel, Deus-conosco, nos capacitará e dará os recursos para o cumprimento de Sua ordem (Mt 1.23). Finalmente, fazer discípulos é um imperativo para o cristão por ser uma ordem de Jesus Cristo. Ronaldo Lidório define com muita propriedade o que é Missões, dentro do contexto de discipulado: “É a santidade constrangendo e impulsionando vidas a investirem tudo para cumprir o propósito do coração de Deus: impactar o mundo com o evangelho da transformação, criando um povo novo na Terra para a glória do Senhor”. O ciclo do discipulado se completa quando cristãos aplicam essa ferramenta bíblica na realização do evangelismo e no cumprimento da missão de Deus.
Fonte:
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. 8ª ed. São Leopoldo: Sinodal, 2004.
LIDÓRIO, Ronaldo. Missões: o desafio continua. Editora: Betânia, 2003.
________________. Com a Mão no Arado: Pensando a vida, cumprindo a missão. Editora: Betânia, 2006.
O texto clássico da Grande Comissão é a chave que apresenta o discipulado como a ferramenta utilizada por Jesus Cristo para Evangelismo & Missões. Com seus discípulos, o primeiro núcleo que daria origem à Igreja composta de todos os salvos, Jesus Cristo inicia o seu ministério chamando quem ele quis para fazer parte de um círculo mais íntimo de seu relacionamento (Mc 3.13-14). É assim que o Mestre começa o discipulado com homens simples que se tornariam, anos mais tarde, expoentes na história do cristianismo.
Um olhar mais atento e criterioso sobre as Escrituras, no tocante ao começo do ministério de Jesus Cristo, é capaz de trazer à luz algumas características marcantes que enfatizam o discipulado do Mestre. A primeira delas diz respeito ao chamado: “Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu” (Mc 2.13-14). Temos aqui uma forte ênfase na resposta de Levi, imediatamente após ser chamado. Sob essa ótica, Dietrich Bonhoeffer afirma que discipulado é um chamado à obediência. Como discípulos, a nossa resposta ao chamado de Jesus não é uma confissão oral da nossa fé Nele, mas um ato imediato de obediência. Foi assim com Levi, foi assim com Pedro, no Lago de Genesaré, ao receber o seu primeiro chamado (Mc 1.18) e com Lutero quando consagrou a sua vida, indo para o convento.
A segunda característica do discipulado cristão está no nível do relacionamento. Ao serem chamados para conviverem com Jesus, os discípulos iniciam uma jornada de aprendizado, cujo caráter é de vivência íntima com Cristo. Ser discípulo do Mestre significava juntar-se a ele para aprender todos os seus ensinamentos e pô-los em prática. No contexto cultural da sociedade judaica, seguir o mestre implicava aprender dele com exclusividade e cumplicidade. O aluno deveria estar disposto a investir todos os seus dias para ganhar uma nova vida, tendo como padrão e modelo o estilo de vida de seu mestre. Depois de ter absorvido todos os ensinos, o discípulo ganhava uma missão: fazer novos discípulos, de acordo com o modelo aprendido. Assim, o discipulado que a Bíblia apresenta é de comprometimento exclusivo com a pessoa de Jesus Cristo, como define Dietrich em seu livro Discipulado.
Ao concluir seu ministério na terra, Jesus Cristo ordena aos discípulos que eles façam outros discípulos. Depois de conviverem com o Mestre e terem aprendido Dele, era chegada a hora do cumprimento da missão. Eis um importante aspecto do discipulado que Jesus Cristo nos deixou como exemplo: nele está intrínseco o Evangelismo. “Indo”, eles deveriam aplicar todo o aprendizado, ensinando a outras pessoas, de modo que elas pudessem aprender os ensinamentos de Cristo e passar para outros e mais outros. Assim, discipulado também é cíclico e contínuo, possuindo uma outra ênfase: a multiplicação. O missionário Ronaldo Lidório define Evangelismo como o “ato de proclamar o evanggelion que é as Boas Novas”. Ele afirma, ainda, que evangelismo é o ponto central da missiologia do Novo Testamento. Se evangelismo é a proclamação das Boas Novas (Jesus Cristo), então, Jesus Cristo é o próprio Evangelho a ser pregado! A missão de todo discípulo de Jesus Cristo, portanto, é pregar as boas novas ou a boa notícia que é Cristo.
Fazer discípulos de todas as nações é o clímax da Grande Comissão em resposta ao plano original de Deus que há de ser consumado quando Jesus Cristo retornar para buscar a sua Igreja (Ap 5.6-10). Influenciar homens e mulheres de toda tribo, língua, povo e nação com a mensagem cristocêntrica não é missão que nasce da natureza da igreja, mas de Deus, isto é, da Missio Dei (Missão de Deus). A Igreja de Jesus Cristo serve a esta missão. Fazer discípulos é fazer missões onde você estiver, em qualquer lugar do mundo, seja qual for a sua posição na sociedade em que está inserido. Fazer discípulos é compreender o propósito inicial de Deus de encher a terra de homens e mulheres em perfeita comunhão com Ele para glorificar o Seu nome (Gn 1.27-28; Is 43.7). É ter a certeza de que o dono da Missão estará conosco “todos os dias, até a consumação dos séculos”. O Emanuel, Deus-conosco, nos capacitará e dará os recursos para o cumprimento de Sua ordem (Mt 1.23). Finalmente, fazer discípulos é um imperativo para o cristão por ser uma ordem de Jesus Cristo. Ronaldo Lidório define com muita propriedade o que é Missões, dentro do contexto de discipulado: “É a santidade constrangendo e impulsionando vidas a investirem tudo para cumprir o propósito do coração de Deus: impactar o mundo com o evangelho da transformação, criando um povo novo na Terra para a glória do Senhor”. O ciclo do discipulado se completa quando cristãos aplicam essa ferramenta bíblica na realização do evangelismo e no cumprimento da missão de Deus.
Fonte:
BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. 8ª ed. São Leopoldo: Sinodal, 2004.
LIDÓRIO, Ronaldo. Missões: o desafio continua. Editora: Betânia, 2003.
________________. Com a Mão no Arado: Pensando a vida, cumprindo a missão. Editora: Betânia, 2006.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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