Palavra do leitor
- 30 de novembro de 2009
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Dialética divina
Não sei se o título é sugestivo, mas entendo a complexidade que cerca e permeia a titulação desse texto, visto que a Dialética Divina é inexprimível e indizível diante da capacidade de raciocínio da humanidade, o gênero humano conhece em parte, e todo conhecimento produzido pela humanidade não potencializa e/ou "prevê" a causalidade das próprias ideias.
A dialética de Deus nos fornece palavras que permanecem pela eternidade, têm o significado do oráculo de ligação entre a matéria e o EU SOU. A história da humanidade se transforma de tempos em tempos, como já diziam, nem tudo se cria, nem tudo se perde, enfim, tudo se transforma. Destarte, a mudança se tornou amiga do ser humano e é sem dúvida alguma, difícil de encarar essa realidade, esse status quo. Em se tratando de mudança e transformação, têm um fragmento de uma música cantada, principalmente, na década de 80 (Século XX), de autoria, se não me falhe a memória, de Raul Seixas, "(…) eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo", e esta frase diz alguma coisa, não tudo ou a totalidade, sobre o comportamento humano, pois apresenta a inconstância dos atos humanos, os atos falhos, a dinâmica do "que eu quero fazer, porém não faço e o que eu não quero fazer, esse faço", entretanto, a frase da música somente possibilita olhar pelo viés do caos total, da constante mobilidade e não nos dá nuances de reflexão e quietude das próprias atitudes.
Toda a premissa de movimento ,sem parar para pensar, intriga me nesse oceano da vida, porque o homem não é só feito de movimento, de inconstância, de metamorfose constante, de contradições, todavia, olhar para o homem e sua caminhada na busca de Deus nos proporciona entender e compreender que Deus age na dinâmica, na materialidade, na concretude da vida humana, mesmo que o gênero humano seja inconstante em suas ações. Se empreendermos um olhar um pouco mais aguçado, podemos ver que A DIALÉTICA DIVINA se faz presente no movimento da história, e apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos incita que, “não se deve conformar com este mundo1, este século, este sistema organizacional de valores negativos (grifo do autor), mas transformar pela renovação da mente humana, para experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Dialética lembra desconstrução e mais a teleologia, a finalidade de construir. Conforme, o poeta e músico maranhense Zeca Baleiro, “O homem inventou a roda e Deus o freio”, se esmiuçarmos e detalharmos sobre tal frase musicada, observamos que há uma inversão de autoridade criativa, pois Deus é a existência motora da realidade, do prazer da vida, do respirar, do fôlego de vida e é ilógico expressar que Deus freia os movimentos humanos, como diz C. S. Lewis, “o homem foi criado por Deus, não para ser marionete do Supremo Criador, mas para ter livre arbítrio em suas decisões, para fazer suas escolhas “, e complementa com o seguinte raciocínio:
Tudo o que Deus criou é dotado de livre-arbítrio. Isso significa que a criação pode agir bem ou mal. Algumas pessoas se acham capazes de imaginar alguém que fosse livre, mas sem qualquer possibilidade de se tornar mau; eu não consigo. Se uma pessoa é livre para ser boa, tem de ser igualmente livre para ser má. Se o livre-arbítrio possibilitou o mal, por que então Deus lhes deu essa liberdade? Porque o livre-arbítrio, embora tenha possibilitado o mal, é a única coisa que também possibilitou qualquer amor, bondade ou alegria. Um mundo cheio de autômatos - criaturas que trabalhassem feito máquinas – dificilmente valeria a pena ser criado. A felicidade que Deus designa para as suas criaturas superiores é a alegria de serem unidas a ele e umas às outras, de forma livre e voluntária, num êxtase de amor e prazer. Comparado a isso, o amor mais arrebatador entre um homem e uma mulher é café pequeno. Mas para que isso aconteça, as criaturas têm de ser livres (Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato, p. 65).
Estupefato fico com tanta maravilha diante da grandeza de Deus no tratar com os seus filhos, pois a intervenção Divina, esta através de Jesus, extrapola a concepção superficial de que o homem cogita sobre Deus. Deus na história escreve a poesia, a literatura do saber, como diz Daniel, “Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes”. E Paulo complementa, no capítulo 12 em sua carta enviada aos Romanos, “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!
Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis são os seus caminhos!”
Deus não freia o motor da história, mas possibilita nesse entretempo o processo de anelo, de quietude em meio as mudanças, de momentos inexplicáveis de paz em meio a guerra, a escrita de Deus vai além da pintura artística, pois, como diz José Saramago, “escrever sempre, até ao fim da vida, ao passo que os quadros, fechados em si mesmos, repelem, são eles próprios isolados na sua pele, autoritários, e, também eles, insolentes”.2
A pintura encerra em si mesma, mas as palavras, as promessas de Deus para a humanidade são eternas. Deus é imutável, e se manifesta no movimento de história, a sua palavra ecoa durante os séculos, trazendo vida, vida na morte, a morte da morte, portanto, a vida em abundância, a roda da vida, a verdade no movimento e liberdade na roda do tempo.
Entendo que o homem pode com sua limitada capacidade criar a roda da história, porém quem a faz movimentar, quem dá o toque para o ciclo transformador é a Dialética Divina.
Membro da Igreja Batista do Calvário de Teófilo Otoni/MG
A dialética de Deus nos fornece palavras que permanecem pela eternidade, têm o significado do oráculo de ligação entre a matéria e o EU SOU. A história da humanidade se transforma de tempos em tempos, como já diziam, nem tudo se cria, nem tudo se perde, enfim, tudo se transforma. Destarte, a mudança se tornou amiga do ser humano e é sem dúvida alguma, difícil de encarar essa realidade, esse status quo. Em se tratando de mudança e transformação, têm um fragmento de uma música cantada, principalmente, na década de 80 (Século XX), de autoria, se não me falhe a memória, de Raul Seixas, "(…) eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo", e esta frase diz alguma coisa, não tudo ou a totalidade, sobre o comportamento humano, pois apresenta a inconstância dos atos humanos, os atos falhos, a dinâmica do "que eu quero fazer, porém não faço e o que eu não quero fazer, esse faço", entretanto, a frase da música somente possibilita olhar pelo viés do caos total, da constante mobilidade e não nos dá nuances de reflexão e quietude das próprias atitudes.
Toda a premissa de movimento ,sem parar para pensar, intriga me nesse oceano da vida, porque o homem não é só feito de movimento, de inconstância, de metamorfose constante, de contradições, todavia, olhar para o homem e sua caminhada na busca de Deus nos proporciona entender e compreender que Deus age na dinâmica, na materialidade, na concretude da vida humana, mesmo que o gênero humano seja inconstante em suas ações. Se empreendermos um olhar um pouco mais aguçado, podemos ver que A DIALÉTICA DIVINA se faz presente no movimento da história, e apóstolo Paulo escrevendo aos Romanos incita que, “não se deve conformar com este mundo1, este século, este sistema organizacional de valores negativos (grifo do autor), mas transformar pela renovação da mente humana, para experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Dialética lembra desconstrução e mais a teleologia, a finalidade de construir. Conforme, o poeta e músico maranhense Zeca Baleiro, “O homem inventou a roda e Deus o freio”, se esmiuçarmos e detalharmos sobre tal frase musicada, observamos que há uma inversão de autoridade criativa, pois Deus é a existência motora da realidade, do prazer da vida, do respirar, do fôlego de vida e é ilógico expressar que Deus freia os movimentos humanos, como diz C. S. Lewis, “o homem foi criado por Deus, não para ser marionete do Supremo Criador, mas para ter livre arbítrio em suas decisões, para fazer suas escolhas “, e complementa com o seguinte raciocínio:
Tudo o que Deus criou é dotado de livre-arbítrio. Isso significa que a criação pode agir bem ou mal. Algumas pessoas se acham capazes de imaginar alguém que fosse livre, mas sem qualquer possibilidade de se tornar mau; eu não consigo. Se uma pessoa é livre para ser boa, tem de ser igualmente livre para ser má. Se o livre-arbítrio possibilitou o mal, por que então Deus lhes deu essa liberdade? Porque o livre-arbítrio, embora tenha possibilitado o mal, é a única coisa que também possibilitou qualquer amor, bondade ou alegria. Um mundo cheio de autômatos - criaturas que trabalhassem feito máquinas – dificilmente valeria a pena ser criado. A felicidade que Deus designa para as suas criaturas superiores é a alegria de serem unidas a ele e umas às outras, de forma livre e voluntária, num êxtase de amor e prazer. Comparado a isso, o amor mais arrebatador entre um homem e uma mulher é café pequeno. Mas para que isso aconteça, as criaturas têm de ser livres (Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato, p. 65).
Estupefato fico com tanta maravilha diante da grandeza de Deus no tratar com os seus filhos, pois a intervenção Divina, esta através de Jesus, extrapola a concepção superficial de que o homem cogita sobre Deus. Deus na história escreve a poesia, a literatura do saber, como diz Daniel, “Seja bendito o nome de Deus, de eternidade a eternidade, porque dele é a sabedoria e o poder; é ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes”. E Paulo complementa, no capítulo 12 em sua carta enviada aos Romanos, “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!
Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis são os seus caminhos!”
Deus não freia o motor da história, mas possibilita nesse entretempo o processo de anelo, de quietude em meio as mudanças, de momentos inexplicáveis de paz em meio a guerra, a escrita de Deus vai além da pintura artística, pois, como diz José Saramago, “escrever sempre, até ao fim da vida, ao passo que os quadros, fechados em si mesmos, repelem, são eles próprios isolados na sua pele, autoritários, e, também eles, insolentes”.2
A pintura encerra em si mesma, mas as palavras, as promessas de Deus para a humanidade são eternas. Deus é imutável, e se manifesta no movimento de história, a sua palavra ecoa durante os séculos, trazendo vida, vida na morte, a morte da morte, portanto, a vida em abundância, a roda da vida, a verdade no movimento e liberdade na roda do tempo.
Entendo que o homem pode com sua limitada capacidade criar a roda da história, porém quem a faz movimentar, quem dá o toque para o ciclo transformador é a Dialética Divina.
Membro da Igreja Batista do Calvário de Teófilo Otoni/MG
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