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Palavra do leitor

Dia 31 de outubro, o dia da Reforma Protestante: mas o que comemorar?

"A reforma protestante não pode ser lida, atrás dos vitrais das catedrais, mas sim no encontro com o ser humano, em suas tensões, em suas contradições, em suas alternâncias, em suas inquietações e em suas imperfeições’’.

Textos de 2 Timóteo 3:16-17 (somente a palavra), Romanos 1:16-17 (somente a fé), Efésios 2: 8-9 (somente a graça), 1 Timóteo 2: 5-6 (somente Cristo) e Salmos 115:1 (somente a glória a Deus)

A Reforma Protestante teve o seu despontar no Século 16, com o ato de Martinho Lutero ao elencar todo um conjunto de afirmações ou as 95 (novena e cinco) teses, afixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, expressamente, opostas as diretrizes firmadas e estabelecidas pela Igreja Católica Apostólica Romana. Sem sombra de dúvida, de maneira objetiva, clara e específica, os efeitos advindos desse movimento não se restringiu a abertura para a liberdade de consciência religiosa, porque desencadeou as condições propícias para o aflorescer de alterações na própria concepção de o indíviduo conceber a realidade, com impactos em todas as esferas sociais. A partir da reforma, observamos o expandir da economia, sem a mancha de interpretar o capital como um deletério ou malefício, além de proporcionar alterações na educação, na cultura e na ciência. De observar, percebe-se o espertar da autonomia, da indenpendência e da individualidade, embora outros movimentos proporcionaram mais ebulições na vida dos homens. Agora, com toda transparência, prestes a mais um ciclo da Reforma Protestante, a ser datado em 31 de Outubro de 2022, há algo a ser ou o que a ser comemorado, quando nos debruçamos na janela aberta da realidade e encaramos um cenário marcado pelo distanciar-se, cada vez mais galopante, das verdades objetivas, de princípios basilares da própria vida e de conhecimentos definidos? O denominado pós-modernismo ou a construção de dimensões submersas ao relativismo, ao adaptacionismo (inclusive nem a Bíblia escapa e deve se adaptar as agendas e as pautas de um feminismo tresloucado, de um caudilho ditatorial do politicamente correto, representado pelos movimentos LGBTQ+, como da busca pelo poder destinado a determinados nichos raciais, etnicos e religiosos), na prevalência das impressões subjetivas, na deificação do próprio eu, em uma egolatria aterradora, acrescido de uma ênfase a até crer em Deus, segundo um emaranhado de superstições, de crendices, de interpretações confusas e desonestas do autêntico Cristianismo centrado em Jesus, o Cristo, sem considerar a coerência e a integridade da palavra. Quão triste observar os mosaicos de um evangelho para todos os gostos e tendências, entretanto, absolutamente indiferente a redenção pessoal, a não ser uma referência de transformação e impacto, a prescindir de toda a codificação de valores formados por prolíferos, profundos e comprometidos expoentes, como João Calvino, Martinho Lutero, Dietrich Bonhoefer, Billy Gram, enfim, homens e mulheres que nos ofertam um legado sólido e salutar de fé cristã e que não reduziram a mensagem da Cruz do Ressurrecto a conchavos e ligações sórdidas e levianas entre a igreja e o estado, por exemplo. Sinceramente, enquanto a sociedade desnorteada se curva ao dia da bruxas, deveríamos nos municiar de meios criativos e arrojados para não deixarmos de lado a importância da Reforma Protestante, como um movimento a qual deve se mover continuamente, em nosso ser, porque, caso assim não o for, limitar-nos-emos a meros cultos, não de celebração, e, sim e sim, impelidos pelas conveniencias de que devemos comemorar, com a ressalva de que devíamos reiterar a pergunta:

- Afinal de contas: há algo ou o que a ser comemorado?
São Paulo - SP
Textos publicados: 204 [ver]

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