Palavra do leitor
- 12 de outubro de 2009
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Deus: um bom negócio
Foi-se o tempo em que religião era algo do coração, da caridade, da devoção pessoal. A banalização do sagrado nos dias atuais é aviltante e quem ainda acredita na espiritualidade clássica precisa aprender a separar alhos de bugalhos.
Quando Cristo instruiu seus apóstolos, preveniu-os dos perigos das riquezas dizendo: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" (Mateus 6:24). As riquezas, na mente sábia do Senhor, poderiam se constituir num obstáculo à fé. Na famosa parábola do semeador, Cristo nos adverte: "O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mateus 13:22). Além disso, Jesus ainda advertiu: "Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!" (Marcos 10:24).
Bons alunos
Parece que, na época, seus seguidores entenderam bem a mensagem, pois Pedro, antes de promover a cura física e espiritual de um paralítico disse: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6). O mesmo podemos dizer de Paulo: “Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes (1 Timóteo 6:7,8).
Vendilhões do templo
Se um discípulo dos tempos de Cristo pudesse viajar no tempo aparecendo milagrosamente em pleno século vinte e um, e assistisse a programas religiosos da TV de nossos dias teria um acesso de fúria. Os programas de orientação evangélica, principalmente os neopentecostais (*), são os mais audaciosos. Líderes carismáticos arrebatam multidões com um discurso mirabolante e não possuem o menor pudor para pedirem aos telespectadores altas somas em dinheiro dizendo que, caso façam a tal “oferta”, Deus os fará prosperar. Após suas pregações e orações por cura e exorcismos não tem o menor escrúpulo em pedir quantias altas como R$ 500,00 e até R$ 1.000,00 reais! Alguns mais afoitos e atualizados solicitam jóias e até recebem contribuições em cartões de débito ou crédito!
Onde isso vai parar?
Recentemente, num destes programas cujo tempo de solicitação de donativos financeiros costuma ser bem maior que o tempo empregado no ensino bíblico, um “profeta” vindo do estrangeiro, constrangeu os telespectadores a doarem uma oferta, pasmem (!) de R$ 900,00. Eu disse novecentos reais mesmo. Afirmou que “Deus o estava levando a fazer aquilo” e, na parte baixa do vídeo, aparecia o número da conta bancária. Disse ainda que Deus faria prosperar e enriquecer a todos os que fizessem a tal “oferta”.
Será que Deus tem duas caras, ou duas palavras, ou se contradiria? Na mesma Bíblia que eles costumam citar e carregar consigo lemos: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” (1 Timóteo 6:9).
Deus, um bom negócio?
Será que estamos utilizando nossa capacidade intelectual, que nos foi dada por Deus, para discernir a verdade do erro? Será que estamos mesmo acreditando que prosperar e enriquecer são sinônimos de “vida abençoada”? Seria essa a mensagem do cristianismo para nossa geração? O bem estar material seria o fundamento para o bem estar espiritual? Seriam os tesouros da terra mais valiosos que os tesouros do céu? Deus estaria propondo uma troca entre nossas ofertas financeiras e sua bênção? Os pregadores “de sucesso” na TV são mesmo os “profetas” deste novo milênio? O cristianismo está contraindo núpcias com o materialismo secular? Se isso realmente estiver acontecendo, tenho que acreditar que Deus é um bom negócio.
Só desejam a verdade.
Acredito que nem todos estão dizendo “amém” a essa pouca vergonha que se tornou o tele-evangelismo no Brasil, um filhote mal gerado do tele-evangelismo norte americano. Acredito que ainda haja pessoas que conseguem separar Cristo da mensagem contaminada dos evangelistas eletrônicos e seus projetos megalomaníacos. Acredito que ainda haja pessoas que se dizem cristãs e que buscam, acima de tudo, paz de espírito, relacionamento com Deus por meio da meditação diária e da oração. Acredito que há um grande número de pessoas que só desejam a verdade, nada m ais. Creio que ainda existam pessoas que sabem que dinheiro e prosperidade material é fruto de oração e dependência da misericórdia divina como também do bom senso, juízo, muito trabalho, economias, solidariedade e amor ao próximo. Creio que ainda existam comunidades cristãs sérias, que administram dízimos e ofertas com transparência, honestidade e espírito cristão.
E você...
Pense no que acabou de ler e valorize sua capacidade intelectual dada por Deus. Lembre-se do que Jesus disse aos seus verdadeiros discípulos sobre curar enfermos e expulsar demônios: “de graça recebestes, de graça daí” (Mateus 10:8).
Quando Cristo instruiu seus apóstolos, preveniu-os dos perigos das riquezas dizendo: "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas" (Mateus 6:24). As riquezas, na mente sábia do Senhor, poderiam se constituir num obstáculo à fé. Na famosa parábola do semeador, Cristo nos adverte: "O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mateus 13:22). Além disso, Jesus ainda advertiu: "Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!" (Marcos 10:24).
Bons alunos
Parece que, na época, seus seguidores entenderam bem a mensagem, pois Pedro, antes de promover a cura física e espiritual de um paralítico disse: “Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6). O mesmo podemos dizer de Paulo: “Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes (1 Timóteo 6:7,8).
Vendilhões do templo
Se um discípulo dos tempos de Cristo pudesse viajar no tempo aparecendo milagrosamente em pleno século vinte e um, e assistisse a programas religiosos da TV de nossos dias teria um acesso de fúria. Os programas de orientação evangélica, principalmente os neopentecostais (*), são os mais audaciosos. Líderes carismáticos arrebatam multidões com um discurso mirabolante e não possuem o menor pudor para pedirem aos telespectadores altas somas em dinheiro dizendo que, caso façam a tal “oferta”, Deus os fará prosperar. Após suas pregações e orações por cura e exorcismos não tem o menor escrúpulo em pedir quantias altas como R$ 500,00 e até R$ 1.000,00 reais! Alguns mais afoitos e atualizados solicitam jóias e até recebem contribuições em cartões de débito ou crédito!
Onde isso vai parar?
Recentemente, num destes programas cujo tempo de solicitação de donativos financeiros costuma ser bem maior que o tempo empregado no ensino bíblico, um “profeta” vindo do estrangeiro, constrangeu os telespectadores a doarem uma oferta, pasmem (!) de R$ 900,00. Eu disse novecentos reais mesmo. Afirmou que “Deus o estava levando a fazer aquilo” e, na parte baixa do vídeo, aparecia o número da conta bancária. Disse ainda que Deus faria prosperar e enriquecer a todos os que fizessem a tal “oferta”.
Será que Deus tem duas caras, ou duas palavras, ou se contradiria? Na mesma Bíblia que eles costumam citar e carregar consigo lemos: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” (1 Timóteo 6:9).
Deus, um bom negócio?
Será que estamos utilizando nossa capacidade intelectual, que nos foi dada por Deus, para discernir a verdade do erro? Será que estamos mesmo acreditando que prosperar e enriquecer são sinônimos de “vida abençoada”? Seria essa a mensagem do cristianismo para nossa geração? O bem estar material seria o fundamento para o bem estar espiritual? Seriam os tesouros da terra mais valiosos que os tesouros do céu? Deus estaria propondo uma troca entre nossas ofertas financeiras e sua bênção? Os pregadores “de sucesso” na TV são mesmo os “profetas” deste novo milênio? O cristianismo está contraindo núpcias com o materialismo secular? Se isso realmente estiver acontecendo, tenho que acreditar que Deus é um bom negócio.
Só desejam a verdade.
Acredito que nem todos estão dizendo “amém” a essa pouca vergonha que se tornou o tele-evangelismo no Brasil, um filhote mal gerado do tele-evangelismo norte americano. Acredito que ainda haja pessoas que conseguem separar Cristo da mensagem contaminada dos evangelistas eletrônicos e seus projetos megalomaníacos. Acredito que ainda haja pessoas que se dizem cristãs e que buscam, acima de tudo, paz de espírito, relacionamento com Deus por meio da meditação diária e da oração. Acredito que há um grande número de pessoas que só desejam a verdade, nada m ais. Creio que ainda existam pessoas que sabem que dinheiro e prosperidade material é fruto de oração e dependência da misericórdia divina como também do bom senso, juízo, muito trabalho, economias, solidariedade e amor ao próximo. Creio que ainda existam comunidades cristãs sérias, que administram dízimos e ofertas com transparência, honestidade e espírito cristão.
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