Palavra do leitor
- 26 de maio de 2008
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Deus sem complicações
Andamos em um andar superior, com nossas intuições espirituais que nos dizem que Deus vai além do nosso entendimento e compreensão, pondo por água abaixo nossa ação simples de andar com Ele em lugares e situações inusitadas. Acreditamos que no nosso muito pensar evocamos a Deus e, assim, novamente nossa intuição nos diz que estamos certos, e que Ele se fará conhecido por isso. Vivemos em meio aos que pensam muito, demasiadamente, para encontrar o Deus da sabedoria e excelência. Andamos ao lado daqueles que, por outro lado, acham que Deus caminha nas situações mais vulgares, tornando-o um ser simples demais para ser Deus.
Perseguimos e cremos em um Deus lógico, ao mesmo tempo em que nos enganamos ser Ele quem irá corresponder às nossas teorias teológicas, que são até bem feitas, bem elaboradas, ou por outro lado, sensações que nos conduzem à “intimidade” com o divino, que são até admiráveis, arrepiantes, mas que não são verdadeiramente o que precisamos.
Recordemos dos dois discípulos no caminho de Emaús – andaram pensando no herói derrotado na cruz, no poderoso Filho de Deus vencido pela força militar, no sábio que se aquietou diante de uma autoridade romana [E de muitos modos o interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia.] (Lc 23.9), bem como do religioso que se deixou acusar pela religião; mas os discípulos no caminho não perceberam a presença do Senhor no caminho, em uma simples estrada de terra, onde caminhar seria o acontecimento mais comum e óbvio (Lc 24.13-35).
Mediante tal fato, o real é crer no Deus conosco. De forma simples e sensata, o real é crer no Deus descomplicado. Crer respeitando seus mistérios, seus segredos, mas também crer nas suas evidências comuns. Programamos muito, pensamos demais, investimos recursos humanos exorbitantes, dinheiro demasiado. No entanto, no final da viagem com os dois discípulos para Emaús, a máxima era sentar à mesa com eles e partir o pão.
Da estrada para o pão. O que há de eclesiasticamente estratégico em uma estrada e um pão? O que há de transcendente, espiritual, em uma estrada e um pão? Há muita coisa! A presença do Cristo é o suficiente. Pés no chão e mãos sobre a mesa. Seus pés pisando no mesmo chão que é nosso, que conhecemos bem, e suas mãos postas na mesma mesa, no mesmo nível que as nossas, tornando o pão o que Ele já dizia que é nosso.
Irmãos e amigos, chega de sobre-inteligência, num desfilar sem fim de vaidades e fingimentos a respeito daquilo que se afirma conhecer, mas não se faz a menor idéia – Deus em sua natureza é incompreensível e desmedido, oferecendo-nos apenas um anseio em conhecê-lo melhor, um dia. Basta de mágicas e palavras que prometem e iludem algo que não possuem a menor importância, que inflam nosso ego e nos faz sentir prazeres que logo nos esquecemos, anulando sua importância e relevância. Sejamos os que tornam a estrada, a terra, e a poeira, o cenário da presença de Deus. Sejamos os mesmos que entendem a mesa com o pão, o lugar e o momento de toda a fartura, porque é assim que Deus está conosco – sem complicações, misturando-se a nós, e na maioria das vezes, nos confundindo, fazendo-nos pensar que Emaús seria o último lugar onde o encontraríamos.
Perseguimos e cremos em um Deus lógico, ao mesmo tempo em que nos enganamos ser Ele quem irá corresponder às nossas teorias teológicas, que são até bem feitas, bem elaboradas, ou por outro lado, sensações que nos conduzem à “intimidade” com o divino, que são até admiráveis, arrepiantes, mas que não são verdadeiramente o que precisamos.
Recordemos dos dois discípulos no caminho de Emaús – andaram pensando no herói derrotado na cruz, no poderoso Filho de Deus vencido pela força militar, no sábio que se aquietou diante de uma autoridade romana [E de muitos modos o interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia.] (Lc 23.9), bem como do religioso que se deixou acusar pela religião; mas os discípulos no caminho não perceberam a presença do Senhor no caminho, em uma simples estrada de terra, onde caminhar seria o acontecimento mais comum e óbvio (Lc 24.13-35).
Mediante tal fato, o real é crer no Deus conosco. De forma simples e sensata, o real é crer no Deus descomplicado. Crer respeitando seus mistérios, seus segredos, mas também crer nas suas evidências comuns. Programamos muito, pensamos demais, investimos recursos humanos exorbitantes, dinheiro demasiado. No entanto, no final da viagem com os dois discípulos para Emaús, a máxima era sentar à mesa com eles e partir o pão.
Da estrada para o pão. O que há de eclesiasticamente estratégico em uma estrada e um pão? O que há de transcendente, espiritual, em uma estrada e um pão? Há muita coisa! A presença do Cristo é o suficiente. Pés no chão e mãos sobre a mesa. Seus pés pisando no mesmo chão que é nosso, que conhecemos bem, e suas mãos postas na mesma mesa, no mesmo nível que as nossas, tornando o pão o que Ele já dizia que é nosso.
Irmãos e amigos, chega de sobre-inteligência, num desfilar sem fim de vaidades e fingimentos a respeito daquilo que se afirma conhecer, mas não se faz a menor idéia – Deus em sua natureza é incompreensível e desmedido, oferecendo-nos apenas um anseio em conhecê-lo melhor, um dia. Basta de mágicas e palavras que prometem e iludem algo que não possuem a menor importância, que inflam nosso ego e nos faz sentir prazeres que logo nos esquecemos, anulando sua importância e relevância. Sejamos os que tornam a estrada, a terra, e a poeira, o cenário da presença de Deus. Sejamos os mesmos que entendem a mesa com o pão, o lugar e o momento de toda a fartura, porque é assim que Deus está conosco – sem complicações, misturando-se a nós, e na maioria das vezes, nos confundindo, fazendo-nos pensar que Emaús seria o último lugar onde o encontraríamos.
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