Palavra do leitor
- 11 de agosto de 2010
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Deus! Muda o meu coração!
Tenho repetido esta oração desde os tempos nos quais sequer compreendia as razões do arbítrio e o fato bíblico de Deus permitir-nos escolher o próprio caminho, e suas implicações.
Suplicava sofridamente que as minhas atitudes, ou melhor, as minhas reações frente às injustiças, às afrontas e ao desprezo fossem maduras, equilibradas; mas qual nada!
Diante da primeira dificuldade relacional eu explodia, descobria que Deus não fizera a parte d’Ele; não mudara o meu coração.
Eu orara e isso era fato. Então qual o motivo da minha intempestiva conduta? Minha desmedida ira? Cadê o sobrenatural em mim? O operar inexplicável no meu duro coração que diligentemente suplicara por uma intervenção divina, uma ampla transformação no meu relacionar?
Eu precisava urgentemente que Jeová interferisse em mim, (tipo quando fez aquelas coisas com o Faraó nos dias que antecederam o Êxodo).
Na primeira epístola de São Pedro há uma expressão abrangente, nos primeiros versos Deus traz através do apóstolo uma série de afirmativas concernentes a quem somos nós, quem Ele é, o que fazemos aqui e, o motivo da inexplicável exultação da nossa alma, a saber, Jesus, crucificado, ressurreto, ascendido, glorificado.
Então vem a tal expressão abrangente: “Porquanto, estais realizando o alvo da vossa fé: a salvação de todo o vosso ser.” l Pe 1: 9 KJA
O Espírito Santo não disseca nem subtrai o humano, antes, associa-o a si mesmo, integral; a maioria das versões limita a salvação da “alma”, parte do ser; aqui se amplia o sentido: “... todo o vosso ser.”
Deus na Bíblia muitas vezes operou de forma unilateral, mas Deus na Bíblia jamais mentiu acerca de Si mesmo e não me lembro de ler nalguma sobre Ele violar um humano; o Pai, amoroso como Ele só, não se constrange com a nossa demora em compreender a Sua vontade, sendo o Eterno, “tem todo o tempo do mundo!”.
A conversa aqui é sobre o que Deus não fará por mim e por meus particulares desacertos.
Hoje pela manhã as minhas orações duraram pouquíssimo tempo (minhas orações são sempre rápidas, atropeladas; hoje foram muito rápidas e muito atropeladas), pois ao pedir a intervenção divina numa área de controle humano, violei o princípio do arbítrio. Entendi isso me lembrando exatamente do Faraó.
Jeová afirmou coisas a respeito daquele moço, utilizou-se dos elementos, das pessoas e das circunstâncias e crendices pra chegar ao coração dele e através dele triunfar sobre o mal institucionalizado ali no Egito; mas não violou o coração daquele moço.
Quando eu oro: “Deus! Muda o meu coração!” Necessito entender: fatores externos serão acionados e o Pai, mesmo sendo amoroso como Ele só, vai esperar a minha reação, e “torcer” para que os tais fatores externos ao me atingirem e alterarem o meu mundinho, também me ensinem, e o meu coração mude o seu curso, ou a sua prece.
Não há lugar em nosso relacionamento com o Senhor pra intervenções grosseiras; Deus permite-me perceber ao meu redor a sua ação. Da minha sensibilidade depende a minha compreensão.
Elias descobriu que Ele não estava nem no vento, terremoto ou fogo, o texto do livro dos reis 19: 12b, diz: “um cicio tranquilo e suave.”
O Senhor “espera” que nos aquietemos e compreendamos a Sua ação em favor de nós, Ele sempre faz isso mesmo quando não merecemos; e nunca merecemos.
Um coração humano age como tal, até ser redimido e santificado segundo os padrões do Padrão, que é Jesus; sem isso, nada feito.
Deus não vai mudar o meu coração; ainda que desde criança, antes de conhecer e submeter-me a Jesus, eu conheça o texto de Ezequiel sobre o coração de pedra e o coração de carne, é tão somente retórico! Deus não vai proceder a uma cirurgia em mim, até pode, mas não vai, não age assim por definição.
“Deus! Muda o meu coração!” Essa minha oração repica na minha cabeça o tempo todo, espero e não consigo ver mudanças, ah, Deus!
Até quando começo a me perguntar o que de fato Deus fez a respeito de tudo isso, pra aí me calar; contemplo o caminho percorrido e não sem esforço identifico a constante ação de Deus durante o dia difícil, através do sermão cansativo e ruim de pregar e, por conseguinte, de ouvir; pela oração demorada demais ou curta demais ou descomprometida demais.
Percebo o cuidado com o meu coração até no hino fora dos trilhos e nos avisos e nas conversas enfadonhas e reuniões intermináveis de trabalho, e até no trabalho repetitivo de fazer a mesma coisa todos os dias do arrebol ao ocaso.
Deus, lindamente espera que me acalme e me desocupe; desafogue-me, me desenlace e me desobrigue pra então falar, sem o alvoroço do vento, do terremoto ou do fogo.
Tranquilo e amoroso Ele aguarda a minha atenção, espera até que eu desvie o meu olhar das coisas e das pessoas; não vai fazer alarde, vai falar mansa, doce e suavemente e a Sua Palavra será de fácil entendimento e o meu coração, quieto, atento e ouvinte, mudará. Certamente.
(Ex-interno do Centro de Recuperação de Mendigos – Missão Vida)
Missão vida. Ajudar faz bem!
sola Scriptura! 2 anos de leitura bíblica.
Suplicava sofridamente que as minhas atitudes, ou melhor, as minhas reações frente às injustiças, às afrontas e ao desprezo fossem maduras, equilibradas; mas qual nada!
Diante da primeira dificuldade relacional eu explodia, descobria que Deus não fizera a parte d’Ele; não mudara o meu coração.
Eu orara e isso era fato. Então qual o motivo da minha intempestiva conduta? Minha desmedida ira? Cadê o sobrenatural em mim? O operar inexplicável no meu duro coração que diligentemente suplicara por uma intervenção divina, uma ampla transformação no meu relacionar?
Eu precisava urgentemente que Jeová interferisse em mim, (tipo quando fez aquelas coisas com o Faraó nos dias que antecederam o Êxodo).
Na primeira epístola de São Pedro há uma expressão abrangente, nos primeiros versos Deus traz através do apóstolo uma série de afirmativas concernentes a quem somos nós, quem Ele é, o que fazemos aqui e, o motivo da inexplicável exultação da nossa alma, a saber, Jesus, crucificado, ressurreto, ascendido, glorificado.
Então vem a tal expressão abrangente: “Porquanto, estais realizando o alvo da vossa fé: a salvação de todo o vosso ser.” l Pe 1: 9 KJA
O Espírito Santo não disseca nem subtrai o humano, antes, associa-o a si mesmo, integral; a maioria das versões limita a salvação da “alma”, parte do ser; aqui se amplia o sentido: “... todo o vosso ser.”
Deus na Bíblia muitas vezes operou de forma unilateral, mas Deus na Bíblia jamais mentiu acerca de Si mesmo e não me lembro de ler nalguma sobre Ele violar um humano; o Pai, amoroso como Ele só, não se constrange com a nossa demora em compreender a Sua vontade, sendo o Eterno, “tem todo o tempo do mundo!”.
A conversa aqui é sobre o que Deus não fará por mim e por meus particulares desacertos.
Hoje pela manhã as minhas orações duraram pouquíssimo tempo (minhas orações são sempre rápidas, atropeladas; hoje foram muito rápidas e muito atropeladas), pois ao pedir a intervenção divina numa área de controle humano, violei o princípio do arbítrio. Entendi isso me lembrando exatamente do Faraó.
Jeová afirmou coisas a respeito daquele moço, utilizou-se dos elementos, das pessoas e das circunstâncias e crendices pra chegar ao coração dele e através dele triunfar sobre o mal institucionalizado ali no Egito; mas não violou o coração daquele moço.
Quando eu oro: “Deus! Muda o meu coração!” Necessito entender: fatores externos serão acionados e o Pai, mesmo sendo amoroso como Ele só, vai esperar a minha reação, e “torcer” para que os tais fatores externos ao me atingirem e alterarem o meu mundinho, também me ensinem, e o meu coração mude o seu curso, ou a sua prece.
Não há lugar em nosso relacionamento com o Senhor pra intervenções grosseiras; Deus permite-me perceber ao meu redor a sua ação. Da minha sensibilidade depende a minha compreensão.
Elias descobriu que Ele não estava nem no vento, terremoto ou fogo, o texto do livro dos reis 19: 12b, diz: “um cicio tranquilo e suave.”
O Senhor “espera” que nos aquietemos e compreendamos a Sua ação em favor de nós, Ele sempre faz isso mesmo quando não merecemos; e nunca merecemos.
Um coração humano age como tal, até ser redimido e santificado segundo os padrões do Padrão, que é Jesus; sem isso, nada feito.
Deus não vai mudar o meu coração; ainda que desde criança, antes de conhecer e submeter-me a Jesus, eu conheça o texto de Ezequiel sobre o coração de pedra e o coração de carne, é tão somente retórico! Deus não vai proceder a uma cirurgia em mim, até pode, mas não vai, não age assim por definição.
“Deus! Muda o meu coração!” Essa minha oração repica na minha cabeça o tempo todo, espero e não consigo ver mudanças, ah, Deus!
Até quando começo a me perguntar o que de fato Deus fez a respeito de tudo isso, pra aí me calar; contemplo o caminho percorrido e não sem esforço identifico a constante ação de Deus durante o dia difícil, através do sermão cansativo e ruim de pregar e, por conseguinte, de ouvir; pela oração demorada demais ou curta demais ou descomprometida demais.
Percebo o cuidado com o meu coração até no hino fora dos trilhos e nos avisos e nas conversas enfadonhas e reuniões intermináveis de trabalho, e até no trabalho repetitivo de fazer a mesma coisa todos os dias do arrebol ao ocaso.
Deus, lindamente espera que me acalme e me desocupe; desafogue-me, me desenlace e me desobrigue pra então falar, sem o alvoroço do vento, do terremoto ou do fogo.
Tranquilo e amoroso Ele aguarda a minha atenção, espera até que eu desvie o meu olhar das coisas e das pessoas; não vai fazer alarde, vai falar mansa, doce e suavemente e a Sua Palavra será de fácil entendimento e o meu coração, quieto, atento e ouvinte, mudará. Certamente.
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