Deus fora do tamanho

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Existem, hoje, no Brasil, duas plataformas únicas para aqueles que se propõem a falar de Deus; duas frentes discursivas de fortes argumentos tendo seus “calcanhares de Aquiles” bem expostos.

A primeira delas se caracteriza pela honra dos títulos. Nesse sentido, essa plataforma é seletiva, exigindo do porta voz de Deus credenciais longe de serem conseguidas aqui no contexto brasileiro habilitando o discurso sobre Deus em alto nível.

É compreensiva essa necessidade de especialização para esses diálogos, pois visa atender às necessidades das relações inter-religiosa e inter disciplinar, mas o que dificulta a mensagem é o rompimento instalado por conta da monopolização do discurso pelas vias da honra dos títulos, que em muitas vezes, na maioria das vezes sucumbi, provando pelo resultado apresentado em formas de efeitos negativos em nossa sociedade que os títulos tem as honras, mas que nem sempre tem a graça.

Justificando a “corrida do ouro teológico” pela honra dos títulos europeus:

Afinal (permita-me uma consideração), fomos o penúltimo lugar num ranking global de educação que comparou 40 países. Esse resultado é paradoxal não? Como que um país que tem um dos maiores índices em arrecadação de impostos, ser a pior educação do mundo, e ainda querendo despontar como seleiro evangélico missionário para as nações? Aqui fica revelado mais dois contrastes do Brasil, entre tantos, nos âmbitos secular e religioso

A teologia há algum tempo vem se ajustando para caber uma cadeira de status nesse diálogo interdisciplinar, é o famoso leito de Procusto, mas quando percebemos os reflexos que mostram pontos inegociáveis da fé cristã sendo atropelados por essa cultura secularizante e o aparecimento de novas teologias que abarcam essa tendência, fazendo calar a voz da ortodoxia bíblica, penso que o Deus apresentado nesta plataforma tem sido um Deus fora do tamanho.

O Ateísmo Moderno, que lidera o movimento de rejeição a Deus, apresenta hoje novos vetores: não se ignora mais a necessidade da divindade muito menos da religião; todo esforço se centraliza na rejeição do Deus bíblico, e é aqui que se enreda o perigo. A resposta da igreja, em respeito à fidelidade dos cristãos em todas as épocas, deveria manter o mesmo teor em qualquer plataforma.

Uma mensagem que preste um serviço a Deus deverá destemidamente apresentar Deus sem diminuí-lo; trará sempre um ultimato de arrependimento e advertência de juízo para este mundo distante; terá sempre um retorno negativo considerando o desconforto que carrega em seu discurso, posto que tenha confrontado o ideal narcísico, marca registrada do humano perfeito, existindo neste mundo antropocêntrico.

A fraqueza do discurso em qualquer nível é constatada quando a custo de sua elegância, nega o tema do evangelho diminuindo-o, cedendo ao relativismo social conseguindo um lugarzinho para ele no panteão da babilônia moderna.

Acredito que, assim como Paulo foi convidado a falar de seu Deus; assim também os cristãos que atingiram os mais elevados níveis da erudição cristã estão sendo chamados agora a falar de seu Deus nesses Areópagos ultramodernos que se abrem.

Analisando panoramicamente o que teríamos? uma plataforma onde estão os letrados compondo, digamos a parte pensante. Quem poderíamos citar para exemplificar aqui? bom, vamos deixar por conta da reflexão. A outra plataforma seria a grande massa evangélica, componentes das igrejas pentecostais e sua práxis, que da mesma forma apresenta um Deus fora do tamanho e que também tem seu calcanhar de Aquiles.

Pelo menos aqui, as duas plataformas deveriam estar em unidade: os da primeira plataforma falando aos letrados; e os da segunda, como os tupiniquins, os Zé das couves; da “Teologia de rua” do Sena; demonstrando num mesmo tema: O Deus do tamanho que a bíblia revela.

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Opinião do leitor