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Palavra do leitor

Deus está no controle

"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11. 28).

Assistimos nos dias 6 a 8.11.08 uma programação de TV apresentando para todo o Brasil uma mensagem evangelística com o pastor, quase centenário, Billy Graham e seu filho Franklin.

O filme calou fundo no coração pois trouxe lembranças de um passado não muito distante, aliado a um passado que dista de nós uns 2.000 anos. A ambos devo o que sou.

O passado mais recente me transporta aos últimos anos de mamãe, que faleceu em 1997 com a doença de Alzheimer, um quadro triste, pois a pessoa se esquece de acontecimentos recentes, lembrando-se quase que apenas das coisas antigas, com alguns momentos atuais sendo lembrados.

Foram dias, anos em que ela, às vezes, se recordava das coisas, das pessoas, dos próprios filhos e netos, mas outras vezes já não reconhecia ninguém. Tivemos a felicidade de nosso irmão, Eduardo, acolhê-la, cuidar dela, não deixar que nada, principalmente carinho, atenção e amor lhe faltassem.

Vez em quando eu ia de SP ao Rio, para vê-la; outras vezes era chamado, às pressas, pois ela havia sofrido alguma situação especial e estaria nos seus últimos momentos; mas ela resistia, recuperava-se, continuava a viver [se é que isso é viver] presa em uma cama, pois, após uma cirurgia de fêmur, não voltara a andar, dependendo de tudo e de todos para se locomover, se alimentar, fazer a sua higiene.

Os médicos ficavam pasmos com a recuperação não esperada, e tinham que admitir um milagre de Deus.

Voltando ao filme, uma estória escrita por Billy, uma senhora é acometida de Alzheimer e passa momentos de lucidez alternados com momentos de esquecimento, e toda a situação em que se envolvem os familiares, principalmente o marido, chega a um final menos desagregador [para o qual caminhava], tendo como fator preponderante a vida cristã, o aconselhamento e a assistência de um amigo cristão, que já fora um braço forte, quando o filho do casal, ainda criança, teve o apêndice supurado .

Isso traz a memória acontecimentos tristes, bem como alegres. O triste foi ver mamãe naquele estado tanto tempo, sofrendo. Às vezes as lágrimas corriam-lhe pela face, sem que ela pudesse dizer nada. Algumas lágrimas eram comuns quando um enfermeiro [não uma enfermeira] lhe fazia a higiene pessoal, e que deveria ser coisa íntima como sempre o foi para ela.

Não sabíamos o que mais lhe doía, se o físico ou se o emocional e assim ela faleceu sem que pudesse trocar palavras com os filhos, os parentes, os amigos.

O que nos confortava, a todos os familiares, é que ela sempre tinha nas mãos a sua Bíblia e um exemplar do devocionário "No Cenáculo”. Era como se ela estivesse transmitindo a sua vontade, através do seu exemplo, de que não deveríamos viver longe de Deus.

Quanto ao acontecimento de quase 2.000 anos, ao qual me referi, foi a morte de Jesus numa cruz para nos salvar do pecado, do inferno e da ira vindoura [a grande tribulação] de que Ele trata em Mateus 24.

O lado triste da história foi sua vida ceifada, no lugar de cada um de nós, ainda muito jovem, numa cruz. Mas o lado feliz é saber que Ele deu a sua vida por nós ["ninguém a tira de mim, eu mesmo a dou", foi o que Ele disse]. E tendo morrido, conforme profetizado séculos antes, Ele também cumpriu a profecia ao ressuscitar ao 3º dia.

Foi esse grande acontecimento da história que mudou os rumos da humanidade. Dele dependemos para definir a nossa eternidade: com Ele, ou distante dEle [com seu único inimigo]. Quem nEle crer tem a vida eterna, quem o receber no coração entra para a família de Deus; quem lhe obedecer, lhe seguir, não entra em juízo, mas tem a vida eterna como Ele mesmo diz.

As duas histórias têm ligação, tendo em vista que o filme de Billy Graham mostra a situação de uma pessoa com Alzheimer, e mamãe a teve. Em segundo lugar, o filme aponta para a morte sacrificial de Jesus.

Não fosse isso, não fosse a convicção de mamãe a respeito, e ela não teria deixado a mim e a meus irmãos um testemunho tão forte de vida cristã.

Finalmente o filme mostra o que a Palavra de Deus nos ensina a entregar os problemas nas mãos de Deus, pois Ele está no controle. Mas não é entregar e continuar segurando numa das pontas. Tem que ser uma entrega total, completa e irrevogável, conforme lemos no Salmo 37. 5: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará".

Mamãe também nos ensinou isso [Deus está no controle], bem como vários outros conceitos, procedimentos, dentre os quais destaco o amor e a fidelidade à verdade: "nunca mentir".

Prezado leitor, medite sobre os dois textos abaixo:

"Ele [Jesus] veio para o que era seu, mas os seus não o receberam, mas a todos quanto o receberam [no coração] deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber os que crêem no seu nome" (João 1. 11-12).

O "crer", o "receber" implica em obedecê-Lo, em segui-Lo, pois crer tão somente, "até os demônios creem e tremem" (Tiago 2. 19).
São Paulo - SP
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