Palavra do leitor
- 09 de junho de 2008
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Desejos - Relacionamentos
Os homens e as mulheres se apaixonam devido à maneira como se sentem a respeito de si mesmos quando estão um com o outro. Talvez a razão para tantos envolvimentos e separações entre casais esteja no modo do olhar para o outro, além da influência social que norteiam os princípios éticos. Hoje, queremos resolver problemas difíceis com soluções fáceis; estamos vivendo no tempo dos descartáveis. Se o relacionamento vai mal, facilmente arranja-se outra pessoa que "entenda" e "ame"; se o filho dá trabalho, preenche-se o tempo dele com aulas, cursos de inglês, esportes... Toma-se medicação para a mínima dor, para dormir, para emagrecer, para se alegrar... Queremos uma fórmula mágica para tudo, mas explicação, compreensão e reflexão para nada. Não queremos olhar para dentro da nossa relação e enfrentarmos um processo de restauração ou de crescimento. Sobre isso, faremos algumas considerações.
Primeira: a convivência vai aprofundando o conhecimento do outro e de nós mesmos. Ao fazer parte do mundo de alguém, inicia-se um contínuo desvendar do coração que estimula a atração. Uma rotina desinteressada diminui o desejo que é peculiar na conquista.
Segunda: quando a adaptação ao outro traz comodismo e, às vezes, indiferença, procura-se a solução culpável de cobrar do outro mudanças. No entanto, não há referenciais de mudanças para quem é vítima do desprezo; pois apenas aqueles que são amados se deixam influenciar, inconscientemente ou não. A pressão à mudança traz o sentimento de rejeição e de hostilidade. Muitas vezes, o desvalor provém de uma baixa auto-estima. Quando me vejo no outro tenho a sensação do que eu desperto em mim mesmo.
O homem pensa na mulher com o sentimento de aceitação, de que ela nunca mude, permaneça sempre carinhosa, amante, alegre, cheia de vida, que o valorize acima de tudo e de todos... Ele deseja essa cumplicidade, que o excita. Em contrapartida, a mulher idealiza o homem numa perspectiva de mudanças: "quando casar ele muda!" Essa mensagem comunica o fato condicional de que "se você quiser ser amado, precisa mudar" – destruindo naturalmente o prazer, o desejo que vem de uma aceitação e admiração incondicionais, semelhantes ao amor de mãe que foi o seu referencial. Quando se precisa sacrificar a própria identidade para ser querido, surge um sentimento de vazio, de inadequação. Não mais como de herói, desejado, suficiente. No homem, isso oprime a sua masculinidade, deixando-o apático; na mulher, deixa feridas na sua auto-estima, tornando-a fria, cheia de "tpms".
Terceira: sair da rotina deve fazer parte da rotina. Muitas vezes tememos experimentar coisas novas e sadias na relação; no entanto, a mesmice exclui a criatividade e a sedução esconde-se por trás do previsível. Quando o fim não é parte do processo, mas todo o processo, não há mais desejo, apenas a satisfação de uma necessidade.
Quarta: sentir-se especial e valorizado/valorizada pelo que é e faz estimula o desejo. Nada seduz mais o ser humano do que o sentimento de que ele é totalmente admirado e bem-vindo. Mas quando há uma mensagem de rejeição, as emoções interagem com a razão, dissimulando todo o prazer, inconscientizando o erotismo. Esse sentimento muitas vezes desloca-se para o trabalho, surgindo as preocupações, o stress, o ativismo, a traição... O envolvimento emocional quase sempre inicia com uma convivência – uma admiração – que atrai, que deseja – há um silêncio que transmite ao outro uma aceitação, uma festa. Quando somado a um quadro de carência, facilmente ocorre um deslocamento para a sexualidade, preenchendo necessidades de aceitação, realização, poder e prazer. Esse quadro rompe qualquer relação inerte, assim como fragiliza a espiritualidade. O emocional atrai a sexualidade para dar-lhe prazer e o mesmo ocorre com a sexualidade. A força da sexualidade está no desejo. Freud afirmou que o "homem vive em busca do prazer"... Até mesmo quando isso lhe custar seus ideais, pois há vida no prazer e sem prazer a vida torna-se insuportável.
Os relacionamentos são complexos, sabemos disso; porém podemos sempre melhorá-los e sentirmos grande prazer em permanecer com o outro "até que a morte nos separe".
Primeira: a convivência vai aprofundando o conhecimento do outro e de nós mesmos. Ao fazer parte do mundo de alguém, inicia-se um contínuo desvendar do coração que estimula a atração. Uma rotina desinteressada diminui o desejo que é peculiar na conquista.
Segunda: quando a adaptação ao outro traz comodismo e, às vezes, indiferença, procura-se a solução culpável de cobrar do outro mudanças. No entanto, não há referenciais de mudanças para quem é vítima do desprezo; pois apenas aqueles que são amados se deixam influenciar, inconscientemente ou não. A pressão à mudança traz o sentimento de rejeição e de hostilidade. Muitas vezes, o desvalor provém de uma baixa auto-estima. Quando me vejo no outro tenho a sensação do que eu desperto em mim mesmo.
O homem pensa na mulher com o sentimento de aceitação, de que ela nunca mude, permaneça sempre carinhosa, amante, alegre, cheia de vida, que o valorize acima de tudo e de todos... Ele deseja essa cumplicidade, que o excita. Em contrapartida, a mulher idealiza o homem numa perspectiva de mudanças: "quando casar ele muda!" Essa mensagem comunica o fato condicional de que "se você quiser ser amado, precisa mudar" – destruindo naturalmente o prazer, o desejo que vem de uma aceitação e admiração incondicionais, semelhantes ao amor de mãe que foi o seu referencial. Quando se precisa sacrificar a própria identidade para ser querido, surge um sentimento de vazio, de inadequação. Não mais como de herói, desejado, suficiente. No homem, isso oprime a sua masculinidade, deixando-o apático; na mulher, deixa feridas na sua auto-estima, tornando-a fria, cheia de "tpms".
Terceira: sair da rotina deve fazer parte da rotina. Muitas vezes tememos experimentar coisas novas e sadias na relação; no entanto, a mesmice exclui a criatividade e a sedução esconde-se por trás do previsível. Quando o fim não é parte do processo, mas todo o processo, não há mais desejo, apenas a satisfação de uma necessidade.
Quarta: sentir-se especial e valorizado/valorizada pelo que é e faz estimula o desejo. Nada seduz mais o ser humano do que o sentimento de que ele é totalmente admirado e bem-vindo. Mas quando há uma mensagem de rejeição, as emoções interagem com a razão, dissimulando todo o prazer, inconscientizando o erotismo. Esse sentimento muitas vezes desloca-se para o trabalho, surgindo as preocupações, o stress, o ativismo, a traição... O envolvimento emocional quase sempre inicia com uma convivência – uma admiração – que atrai, que deseja – há um silêncio que transmite ao outro uma aceitação, uma festa. Quando somado a um quadro de carência, facilmente ocorre um deslocamento para a sexualidade, preenchendo necessidades de aceitação, realização, poder e prazer. Esse quadro rompe qualquer relação inerte, assim como fragiliza a espiritualidade. O emocional atrai a sexualidade para dar-lhe prazer e o mesmo ocorre com a sexualidade. A força da sexualidade está no desejo. Freud afirmou que o "homem vive em busca do prazer"... Até mesmo quando isso lhe custar seus ideais, pois há vida no prazer e sem prazer a vida torna-se insuportável.
Os relacionamentos são complexos, sabemos disso; porém podemos sempre melhorá-los e sentirmos grande prazer em permanecer com o outro "até que a morte nos separe".
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