Palavra do leitor
- 02 de dezembro de 2009
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Desconfie
Viver numa sociedade não emancipada é um sacrifício pra qualquer ser humano que possui um pequeno indício de racionalidade. A autonomia roubada rouba-nos o direito de prescindir do pensamento do outro e seguir mediante o pensamento que construímos no percurso da nossa própria existência. Vivemos uma crise no mundo contemporâneo entre a individualidade e a coletividade, esta, insiste em privar o individuo em suas ações e escolhas. A coletividade em suas referências e convenções sociais sempre tem uma forma desumana de inibir a iniciativa individual.
Os mecanismos de inibição produzem o sentimento de culpa e de medo que eternizam ainda mais o status de dependência do sujeito. Na ausência de um mínimo de reflexão critica não resta ao manipulado escolher apenas o que lhe foi proposto ou induzido. Assim, a vida vai sendo esticada nessa estranha dialética entre opressor e oprimido, entre senhores e escravos. A mídia, por exemplo, com seus aparatos sensoriais manipula ao máximo o poder de compra das pessoas, ditando o produto que se deve comprar, sem, na maioria dos casos, a devida necessidade de compra. O que acontece é um processo de sedução do qual o comprador se vê impossibilitado de fazer alguma escolha diferente.
Na religião acontece o mesmo. Existe um fascínio de espiritualidade onde o indivíduo é levado a ser como a maioria. Todos passam pelo mesmo processo. Não dá pra ser diferente do coletivo. Se a pessoa esboçar qualquer tipo de reação não será aceita no grupo. Há uma mesma língua, um só pensamento, uma só prática, não de uma espiritualidade sincera, mas de uma pseudo-espiritualidade que não se estabelece nem pela lógica dos fatos. Por exemplo, dar dízimo em muitos ambientes evangélicos é sinal de obediência a Deus, mas, mais do que isso, é uma forma de se dar bem na vida. Espera-se que Deus retribua inúmeras vezes mais aquele valor ofertado. Assim, não é lógico imaginar que Deus seja comparado ao baú da felicidade ou coisa parecida. Dar dízimo não é jogar na loteria.
Por isso que é difícil viver sem autonomia racional. Sem capacidade de pensar escolhas. Nem o sistema educacional brasileiro nos ensina a pensar. Apenas engolimos idéias antiquadas e vomitamos pensamentos obsoletos. Não progredimos nunca. Não criamos, não inventamos, apenas mantemos com muita precariedade o que está posto. O lema positivista de Auguste Comte na Bandeira do Brasil é balela. Não há progresso no Brasil. Olhe para o Senado, são os mesmos autocratas de sempre. Enfim, faço um apelo para quem lê, desconfie. Desconfie de tudo.
www.ivancordeiro.blogspot.com
Os mecanismos de inibição produzem o sentimento de culpa e de medo que eternizam ainda mais o status de dependência do sujeito. Na ausência de um mínimo de reflexão critica não resta ao manipulado escolher apenas o que lhe foi proposto ou induzido. Assim, a vida vai sendo esticada nessa estranha dialética entre opressor e oprimido, entre senhores e escravos. A mídia, por exemplo, com seus aparatos sensoriais manipula ao máximo o poder de compra das pessoas, ditando o produto que se deve comprar, sem, na maioria dos casos, a devida necessidade de compra. O que acontece é um processo de sedução do qual o comprador se vê impossibilitado de fazer alguma escolha diferente.
Na religião acontece o mesmo. Existe um fascínio de espiritualidade onde o indivíduo é levado a ser como a maioria. Todos passam pelo mesmo processo. Não dá pra ser diferente do coletivo. Se a pessoa esboçar qualquer tipo de reação não será aceita no grupo. Há uma mesma língua, um só pensamento, uma só prática, não de uma espiritualidade sincera, mas de uma pseudo-espiritualidade que não se estabelece nem pela lógica dos fatos. Por exemplo, dar dízimo em muitos ambientes evangélicos é sinal de obediência a Deus, mas, mais do que isso, é uma forma de se dar bem na vida. Espera-se que Deus retribua inúmeras vezes mais aquele valor ofertado. Assim, não é lógico imaginar que Deus seja comparado ao baú da felicidade ou coisa parecida. Dar dízimo não é jogar na loteria.
Por isso que é difícil viver sem autonomia racional. Sem capacidade de pensar escolhas. Nem o sistema educacional brasileiro nos ensina a pensar. Apenas engolimos idéias antiquadas e vomitamos pensamentos obsoletos. Não progredimos nunca. Não criamos, não inventamos, apenas mantemos com muita precariedade o que está posto. O lema positivista de Auguste Comte na Bandeira do Brasil é balela. Não há progresso no Brasil. Olhe para o Senado, são os mesmos autocratas de sempre. Enfim, faço um apelo para quem lê, desconfie. Desconfie de tudo.
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