Palavra do leitor
- 07 de setembro de 2010
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De mercadejadores da religião a traficantes da palavra
Qual é a pregação genuína da Palavra de Deus? A minha? A sua? A Igreja Católica Apostólica Romana alega possuí-la e tem uma longa história de tradição a ampará-la. As igrejas tradicionais, penso especificamente no Brasil, seguem no mesmo diapasão e chamam a si como herdeiras da Reforma para anunciá-la, distanciando da Romana. As modernosas fazem o mesmo.
Um olhar pelo mundo e tem-se o mesmo trombetear de que "nós" detemos a "Pregação" genuína da "Palavra" e aí a coisa vira apanágio de todas elas, dizem as três monoteístas. Precisam dizer isso à larga. Sustentam-se justamente nesse fundamento.
Mas qual "pregação genuína"? Bem, dirão, "a minha", claro. Vacina, antídoto, prevenção, etc., segue exatamente aí o receituário nesse bojo de pontificar que "a minha (a deles) é" e em contrapartida, "a tua, não". A manada segue atrás...
Não surpreende, portanto, que o próximo passo é apelar para as "Escrituras". Primeiro a afirmação pomposa da "Pregação", em seguida a idéia de vacina (blindagem) e o próximo passo, as "Escrituras". Claro, a lógica é de uma simplicidade (e estupidez) gritante: "eu" (dizem os detentores) definem o que é a "Pregação" porque "eu" (eles) alegam deterem o monopólio das "Escrituras" e a "vacina" elaboram e aplicam. Ditadura da "Palavra" com o monopólio da "Escritura" é a receita.
Corrupção generalizada, pecado crescente, etc., é só isca para atrair os incautos. Descem o sarrafo na pompa e circunstância dos outros e oferecem exatamente a mesma receita, agora institucionalizada na forma de grandes templos salomônicos e uma casta "sacerdotal" imperiosa. Há os mais pobres com toalhinha no ombro, e há os que vociferam na TV e gritam (Silas) com um bordão moral sempre à mão (me engana que eu gosto!).
Não é de estranhar o apelo à "instrução". Mas como não se sabe qual a "Pregação", nem qual "Escrituras", a borbotada precisa de um referencial vez que a "corrupção" é generalizada. Entra aí a "instrução", (a deles), que se julgam detentores tanto da "Pregação" e o monopólio da "Escritura".
Em artigo publicado no portal Mackenzie, chamou-me a atenção um título curioso sobra a centralidade das "Escrituras": SOLA SCRIPTURA: A CENTRALIDADE DA BÍBLIA NA EXPERIÊNCIA PROTESTANTE. Destaco a palavra “experiência”.
Pois bem, como a Fé (cristã) tornou-se um experimento religioso (duvido que os Reformadores pensassem assim – quem tem um mínimo de conhecimento em sociologia, da palavra "experiência" também sabe exatamente do que eu estou falando), fez-se a casadinha entre "SCRIPTURA" com "EXPERIÊNCIA", e os novos "evangélicos" que Caio Fábio chama de "bundões", improvisaram exatamente isso: venham ‘experimentar’ (a "nova" pregação e a nossa interpretação das "Escrituras") a vacina terá o efeito que nós queremos via "Pregação" segundo o nosso entendimento das ‘Escrituras’. Igreja hoje virou experimento religioso e ponto final.
O Hades tinha à sua entrada um cão, Cérbero de três cabeças rodeado de serpentes. Orfeu, segundo a mitologia, o fez adormecer com a sua lira. Deífobe, que conduzia Enéias, também o levou a cair no sono com um pedaço de bolo de mel com sementes de papoula!
Como vocês podem notar, essa conversa de ópio já é antiga desde tempos mitológicos. Mal sabiam os antigos Reformadores, com esse papo de ‘livre exame’, excelente para a época, que se abririam as portas do inferno... e por ela a manada entra! Entra e não sai...
Um olhar pelo mundo e tem-se o mesmo trombetear de que "nós" detemos a "Pregação" genuína da "Palavra" e aí a coisa vira apanágio de todas elas, dizem as três monoteístas. Precisam dizer isso à larga. Sustentam-se justamente nesse fundamento.
Mas qual "pregação genuína"? Bem, dirão, "a minha", claro. Vacina, antídoto, prevenção, etc., segue exatamente aí o receituário nesse bojo de pontificar que "a minha (a deles) é" e em contrapartida, "a tua, não". A manada segue atrás...
Não surpreende, portanto, que o próximo passo é apelar para as "Escrituras". Primeiro a afirmação pomposa da "Pregação", em seguida a idéia de vacina (blindagem) e o próximo passo, as "Escrituras". Claro, a lógica é de uma simplicidade (e estupidez) gritante: "eu" (dizem os detentores) definem o que é a "Pregação" porque "eu" (eles) alegam deterem o monopólio das "Escrituras" e a "vacina" elaboram e aplicam. Ditadura da "Palavra" com o monopólio da "Escritura" é a receita.
Corrupção generalizada, pecado crescente, etc., é só isca para atrair os incautos. Descem o sarrafo na pompa e circunstância dos outros e oferecem exatamente a mesma receita, agora institucionalizada na forma de grandes templos salomônicos e uma casta "sacerdotal" imperiosa. Há os mais pobres com toalhinha no ombro, e há os que vociferam na TV e gritam (Silas) com um bordão moral sempre à mão (me engana que eu gosto!).
Não é de estranhar o apelo à "instrução". Mas como não se sabe qual a "Pregação", nem qual "Escrituras", a borbotada precisa de um referencial vez que a "corrupção" é generalizada. Entra aí a "instrução", (a deles), que se julgam detentores tanto da "Pregação" e o monopólio da "Escritura".
Em artigo publicado no portal Mackenzie, chamou-me a atenção um título curioso sobra a centralidade das "Escrituras": SOLA SCRIPTURA: A CENTRALIDADE DA BÍBLIA NA EXPERIÊNCIA PROTESTANTE. Destaco a palavra “experiência”.
Pois bem, como a Fé (cristã) tornou-se um experimento religioso (duvido que os Reformadores pensassem assim – quem tem um mínimo de conhecimento em sociologia, da palavra "experiência" também sabe exatamente do que eu estou falando), fez-se a casadinha entre "SCRIPTURA" com "EXPERIÊNCIA", e os novos "evangélicos" que Caio Fábio chama de "bundões", improvisaram exatamente isso: venham ‘experimentar’ (a "nova" pregação e a nossa interpretação das "Escrituras") a vacina terá o efeito que nós queremos via "Pregação" segundo o nosso entendimento das ‘Escrituras’. Igreja hoje virou experimento religioso e ponto final.
O Hades tinha à sua entrada um cão, Cérbero de três cabeças rodeado de serpentes. Orfeu, segundo a mitologia, o fez adormecer com a sua lira. Deífobe, que conduzia Enéias, também o levou a cair no sono com um pedaço de bolo de mel com sementes de papoula!
Como vocês podem notar, essa conversa de ópio já é antiga desde tempos mitológicos. Mal sabiam os antigos Reformadores, com esse papo de ‘livre exame’, excelente para a época, que se abririam as portas do inferno... e por ela a manada entra! Entra e não sai...
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