Da fofoca ao assassinato

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Os capítulos 21 e 22 de 1 Sm narram atitudes e fatos inadequados à fé cristã. Por um lado, Davi pediu pão ao sacerdote, dizendo que estava em missão a mando do rei, o que não era verdade (1Sm 21.1-3). Por outro, lá no templo estava Doegue, empregado do rei Saul, inimigo de Davi, e contou ao rei sobre o encontro de Davi com o Sacerdote que o favorecera dando-lhe pães sagrados. Os resultados são drásticos.

Davi vai esconder-se no território inimigo, situação que não é fácil para ninguém. O rei Saul usa de crueldade contra a família sacerdotal, condena à morte oitenta e cinco sacerdotes e manda executá-los. Doegue, de fofoqueiro, passa a ser o carrasco, pois mata os sacerdotes tornando-se assassino a mando do rei. Mas, o que têm a ver essas incoerências com nossa vida? De tudo isso podemos extrair algumas lições.

O servo de Deus não deve mentir. Davi não estava em missão a mando do rei. Ele podia chegar ao sacerdote e pedir o pão e esperar que lhe fosse dado ou negado sem colocar outras pessoas em situação embaraçosa. Doegue, que estava no templo, não precisava ir ao rei Saul, inimigo de Davi, denunciar questões irrisórias. Além disso, a responsabilidade de decidir sobre dar ou não o pão sagrado era do sacerdote, e não do rei.

Assim é a vida. Alguns, às vezes, se satisfazem dando um jeitinho, como Davi fez, e depois lamentam os resultados negativos que lhes sucedem. Outros têm satisfação de disseminar fofocas sem avaliar as consequências futuras. Há também o chefão, cheio de poder, com desejo de dar cabo a todos que lhe pareçam prejudiciais, como fez o rei Saul, mandando matar inocentes em nome de sua própria segurança.

Apocalipse nos traz uma lista de comportamentos e credos que excluem pessoas das benesses eternas e incentiva quem almeja o céu a se esmerar em atitudes sadias para ser vencedor e herdar o direito de ser filho de Deus. Veja o texto: “Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” Ap 21.6-8

Na verdade, estamos em constante conflito. De um lado, a defesa da pele a qualquer custo. De outro, a Palavra de Deus, que recusa jeitinhos e requer santificação.
Da fofoca, jeitinho e autoritarismo para a desgraça é um “pulinho”. Vou deixar a conclusão desta reflexão com o Apóstolo Paulo que incentiva a santificação do crente: “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. Ef 4.25”.

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Opinião do leitor