Palavra do leitor
- 31 de janeiro de 2008
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Curta o carnaval
Eu sei, isso não é coisa de crente...
"Diante do carnaval" Carlos Drummond de Andrade aponta três opções, cair na folia, ir para um retiro (montes e praias), ou ficar sozinho: no centro do acontecimento sem participar dele.
Eu sei, já estou dez anos fora do Brasil e já esqueci como são as coisas por lá (aí)... Minhas memórias me remetem a uma época anterior à minha conversão. O carnaval das crianças que o padre organizava no salão paroquial. Que era uma maneira sábia de manter os pequeninos dentro do limite saudável da festa brasileira. Mas será que pesamos como o poeta? "Velhos carnavais afloram a tua memória. Por tê-los brincado, conquistaste o direito de eximir-te aos novos".
Eu sei, o ajuntamento festivo para comer, beber e dançar não combina com a "ética protestante" e nem com o espírito capitalista. É uma coisa tropical, sul-americana, brasileira... Afinal, quantas desgraças acontecem no carnaval: mortes nas estradas, meninas grávidas, brigas... Para dizer só algumas. O país pára. Quantos não vivem nessa alienação trocando 360 dias de amargura por cinco de ilusão e fantasia. Mas também no Natal acontecem várias tragédias e nem por isso deixamos de festejá-lo.
Meu coração ainda assim teimosamente diz àqueles que ainda podem: curtam!
Eu sei, o retiro vai ser uma bênção só, todos voltarão renovados, contando de experiências que despertarão em você a santa inveja de não ter ido. Aqueles que, como Drummond, encontram na arte de estar só o consolo de uma boa leitura ou do jardim, farão você se sentir como alguém que trocou as riquezas da subjetividade pelo valor efêmero da exterioridade. Mas mesmo assim ouso dizer ouse! Nem os mais liberais irão nos entender. Não importa, não estamos aqui para ser entendidos pelas pessoas. Saia de casa, veja o povo. Se misture com eles, se alegre com eles!
Se este meu apelo conseguiu encontrar eco no seu coração só te peço dois favores: não se deixe impressionar com a alegria artificial daqueles que não têm Cristo, isso poderá te deprimir e estragar a sua própria alegria. Afinal, como você poderia dizer se eles têm ou não Cristo? Segundo, ao se alegrar na festa mais típica brasileira, faça o que você deve fazer com tudo nesse mundo: para seu próprio bem, não abuse.
"Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Afasta, pois, a ira do teu coração, e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade. Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento" (Ec 11:9-12:1).
"Diante do carnaval" Carlos Drummond de Andrade aponta três opções, cair na folia, ir para um retiro (montes e praias), ou ficar sozinho: no centro do acontecimento sem participar dele.
Eu sei, já estou dez anos fora do Brasil e já esqueci como são as coisas por lá (aí)... Minhas memórias me remetem a uma época anterior à minha conversão. O carnaval das crianças que o padre organizava no salão paroquial. Que era uma maneira sábia de manter os pequeninos dentro do limite saudável da festa brasileira. Mas será que pesamos como o poeta? "Velhos carnavais afloram a tua memória. Por tê-los brincado, conquistaste o direito de eximir-te aos novos".
Eu sei, o ajuntamento festivo para comer, beber e dançar não combina com a "ética protestante" e nem com o espírito capitalista. É uma coisa tropical, sul-americana, brasileira... Afinal, quantas desgraças acontecem no carnaval: mortes nas estradas, meninas grávidas, brigas... Para dizer só algumas. O país pára. Quantos não vivem nessa alienação trocando 360 dias de amargura por cinco de ilusão e fantasia. Mas também no Natal acontecem várias tragédias e nem por isso deixamos de festejá-lo.
Meu coração ainda assim teimosamente diz àqueles que ainda podem: curtam!
Eu sei, o retiro vai ser uma bênção só, todos voltarão renovados, contando de experiências que despertarão em você a santa inveja de não ter ido. Aqueles que, como Drummond, encontram na arte de estar só o consolo de uma boa leitura ou do jardim, farão você se sentir como alguém que trocou as riquezas da subjetividade pelo valor efêmero da exterioridade. Mas mesmo assim ouso dizer ouse! Nem os mais liberais irão nos entender. Não importa, não estamos aqui para ser entendidos pelas pessoas. Saia de casa, veja o povo. Se misture com eles, se alegre com eles!
Se este meu apelo conseguiu encontrar eco no seu coração só te peço dois favores: não se deixe impressionar com a alegria artificial daqueles que não têm Cristo, isso poderá te deprimir e estragar a sua própria alegria. Afinal, como você poderia dizer se eles têm ou não Cristo? Segundo, ao se alegrar na festa mais típica brasileira, faça o que você deve fazer com tudo nesse mundo: para seu próprio bem, não abuse.
"Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo. Afasta, pois, a ira do teu coração, e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade. Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento" (Ec 11:9-12:1).
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