Palavra do leitor
- 17 de abril de 2012
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Crônica da Casa
Num passado distante existiu uma casa diferente das demais.
Seu telhado foi decorado como se fosse o lodo avesso de um piso, seu piso feito em cima de uma laje com acabamento de telhado, e o peitoril de suas janelas ergue-se sobre o acabamento superior. Ao entrar por suas portas, tem-se a impressão de estar entrando em uma casa arrancada de suas bases por um furacão de escala cinco.
Tudo ao redor contrasta com sua arquitetura diferenciada: As árvores, os arbustos, o céu, a terra. Indiferente à harmonia da paisagem ao redor a casa ergue-se sobre a terra dura, que mesmo sem lhe compreender, permite ceder terra-firme ao seu bem acabado telhado.
Sem poder esconder mais o seu descontentamento em conviver com tão “desconcertante” arquitetura, as árvores do bosque resolveram reclamar esbravejando:
- Senhores vizinhos, temos uma reclamação a fazer: – desde que esta estranha casa resolveu estabelecer morada entre nós, temos nos sentido incomodados com seu jeito de lidar com a paisagem. - Há anos cuidamos da beleza e harmonia desse nosso lugar. Trabalhamos duro para fazer desse lugar um ambiente bonito, onde todos podem contemplar nossa magnífica capacidade de embelezar a vida. Mas agora, vem essa casa e coloca tudo em risco! – ela não sabe que zelamos pela aparência de nosso agradável vilarejo? Disse a principal entre as arvores.
O descontentamento vindo do bosque desencadeou um mal-estar na vizinhança. Os arbustos - que toleravam e não toleravam ao mesmo tempo a presença da casa - cochichavam entre si, tentando resolver se era mais conveniente se juntar às arvores ou se esperavam para ver se mais algum vizinho se juntaria ao protesto, e assim, se aliar ao que mais lhes fossem conveniente.
Notando o embaraço da situação, certa árvore, conhecida pelos bons conselhos que dera nas reuniões semanais do conselho deliberativo das árvores soberanas, disse com voz ponderada: talvez seja prudente investigar o motivo pelo qual esta casa está de ponta-cabeça. Pode ser que ela tenha algo a nos ensinar com sua arquitetura anormal. Quem sabe ela não foi enviada pra cá com um propósito especial.
Preocupadas demais para ouvir a ponderação da árvore sensata, o bosque, inclinado sobre suas bases, conquistaram facilmente o apoio dos arbustos.
Percebendo a transtorno que sua beleza arquitetônica causara nos moradores daquele lugar, a casa permaneceu em espantoso silêncio; Nem uma palavra, nem um suspiro de reprovação, nem uma defesa se ouvia de sua parte.
Torcendo por uma manifestação por parte da casa - pois o bosque procurava algum motivo para terem de que a acusar -, disseram:
- você não se defende? Não vê que estamos descontentes com sua presença? Tudo estava normal antes de sua chegada. Nós tínhamos paz, mas agora sua presença ofende nossa beleza!
Sem manifestar qualquer reação de defesa, a casa permanece quieta, contemplativa. Volta e meia seus olhos fitavam o céu além das nuvens.
Mas não por muito tempo, pois as nuvens, que por acaso passavam por ali naquele momento, escureceram o dia e disseram:
- Conheço esse tipo de protesto! - Elas pensam que, com sua arquitetura invertida, podem conduzir a comunidade a uma nova ordem das coisas. Mas confesso que não entendo o silencio delas, pois o normal, depois de conseguir a atenção de todos, é expor sua nova “filosofia”. Parece que essa inversão é padrão desta casa.
- Então, devemos admitir, podemos aprender algo com ela! Afinal, qual é o padrão de beleza correto, o nosso ou o dela? Disse a árvore sensata em tom pensativo.
Após muita discussão os ânimos se acalmaram.
A conclusão a que chegaram o bosque, os arbustos, as nuvens, a terra e toda a vizinhança, foi que não havia lugar para aquela casa no meio deles.
Seu telhado foi decorado como se fosse o lodo avesso de um piso, seu piso feito em cima de uma laje com acabamento de telhado, e o peitoril de suas janelas ergue-se sobre o acabamento superior. Ao entrar por suas portas, tem-se a impressão de estar entrando em uma casa arrancada de suas bases por um furacão de escala cinco.
Tudo ao redor contrasta com sua arquitetura diferenciada: As árvores, os arbustos, o céu, a terra. Indiferente à harmonia da paisagem ao redor a casa ergue-se sobre a terra dura, que mesmo sem lhe compreender, permite ceder terra-firme ao seu bem acabado telhado.
Sem poder esconder mais o seu descontentamento em conviver com tão “desconcertante” arquitetura, as árvores do bosque resolveram reclamar esbravejando:
- Senhores vizinhos, temos uma reclamação a fazer: – desde que esta estranha casa resolveu estabelecer morada entre nós, temos nos sentido incomodados com seu jeito de lidar com a paisagem. - Há anos cuidamos da beleza e harmonia desse nosso lugar. Trabalhamos duro para fazer desse lugar um ambiente bonito, onde todos podem contemplar nossa magnífica capacidade de embelezar a vida. Mas agora, vem essa casa e coloca tudo em risco! – ela não sabe que zelamos pela aparência de nosso agradável vilarejo? Disse a principal entre as arvores.
O descontentamento vindo do bosque desencadeou um mal-estar na vizinhança. Os arbustos - que toleravam e não toleravam ao mesmo tempo a presença da casa - cochichavam entre si, tentando resolver se era mais conveniente se juntar às arvores ou se esperavam para ver se mais algum vizinho se juntaria ao protesto, e assim, se aliar ao que mais lhes fossem conveniente.
Notando o embaraço da situação, certa árvore, conhecida pelos bons conselhos que dera nas reuniões semanais do conselho deliberativo das árvores soberanas, disse com voz ponderada: talvez seja prudente investigar o motivo pelo qual esta casa está de ponta-cabeça. Pode ser que ela tenha algo a nos ensinar com sua arquitetura anormal. Quem sabe ela não foi enviada pra cá com um propósito especial.
Preocupadas demais para ouvir a ponderação da árvore sensata, o bosque, inclinado sobre suas bases, conquistaram facilmente o apoio dos arbustos.
Percebendo a transtorno que sua beleza arquitetônica causara nos moradores daquele lugar, a casa permaneceu em espantoso silêncio; Nem uma palavra, nem um suspiro de reprovação, nem uma defesa se ouvia de sua parte.
Torcendo por uma manifestação por parte da casa - pois o bosque procurava algum motivo para terem de que a acusar -, disseram:
- você não se defende? Não vê que estamos descontentes com sua presença? Tudo estava normal antes de sua chegada. Nós tínhamos paz, mas agora sua presença ofende nossa beleza!
Sem manifestar qualquer reação de defesa, a casa permanece quieta, contemplativa. Volta e meia seus olhos fitavam o céu além das nuvens.
Mas não por muito tempo, pois as nuvens, que por acaso passavam por ali naquele momento, escureceram o dia e disseram:
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- Então, devemos admitir, podemos aprender algo com ela! Afinal, qual é o padrão de beleza correto, o nosso ou o dela? Disse a árvore sensata em tom pensativo.
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