Palavra do leitor
- 12 de novembro de 2018
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Cristo Redentor
O sol acaba de se por sob as curvas montanhosas da cidade. As luzes artificiais começam a brilhar dando as boas vindas a mais uma noite naquela que é chamada de Cidade Maravilhosa. Um ponto de luz, porém, me chama a atenção quando o observo do décimo terceiro andar de um edifício no centro da cidade. Não apenas um ponto, mas uma estrutura de concreto maciço posto em um dos montes mais altos no horizonte. Há décadas ela é um dos cartões-postais mais vistos do mundo e todos que o olham de qualquer parte do mundo o conectam diretamente com o Brasil. Seus braços abertos e seu manto gigante fazem dele uma das maravilhas da engenharia universal. Depois de horas o admirando durante a passagem pela antiga capital federal, algumas intuições e impressões me veem à mente diante do Cristo Redentor.
Todos os dias milhares de turistas passam por ele tirando suas "selfies" e enviando-as pelos quatro cantos. Línguas estranhas e rostos diversos se aglomeram e disputam o melhor lugar para admirar aquela obra titânica que do alto, parece abençoar a baía da Guanabara e toda a sua geografia. Jatos passam próximo a ele, quase tocando seus dedos antes de tocarem a pista do lendário Santos Dumont. Quantos destes transeuntes se perguntam o porquê do nome Redentor? Aliás, o que seria uma redenção? O que aquele Cristo fez para ter este título? Dali do alto da varanda do hotel, sentei, orei e desejei que muitos pudessem saber a verdadeira história.
Redenção é o ato de redimir ou remir alguém, significa libertação, reabilitação, reparo, salvação. É o ato de adquirir de novo, de resgatar alguém de um cativeiro, de tirar do poder alheio. É livrar-se de um passo arriscado, de forma que alguém "sem redenção" significa irremediavelmente, inevitável, infalível. É o recurso capaz de livrar ou salvar alguém de situação aflitiva ou perigosa. Para cumprir uma tarefa tão sublime como essa é preciso ser um Redentor, aquele que traz a redenção a alguém que é ou estar totalmente incapaz de salvar a si mesmo. E milhões estão, neste momento, necessitados desta obra, a um passo da total e infindável separação de Deus que, por sua santidade e justiça, não pode aceitar ninguém no seu estado natural de pecado, a não ser que um outro alguém possa, em seu lugar, receber a condenação e pagar o preço justo pela dívida cometida. Muitos vão se perguntar: que infração cometi? Que pena eu tenho que pagar e por quê?
Na sua carta aos romanos, Paulo responde e explica a pergunta acima: "Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). A sentença é clara: todos pecaram, e isto inclui eu e você. O pecado está impregnado no coração do homem e da mulher desde o primeiro suspiro e os marcam como o boi é marcado pelo seu dono. O pecado corre nas veias humanas como se fosse os glóbulos vermelhos que transportam oxigênio do pulmão para nossos tecidos e está presente em cada célula do corpo de forma que nenhuma ação ou obra humanas é capaz de expulsá-lo ou exterminá-lo. Já nascemos com este problema congênito e pior, nos tornamos cada vez mais doentes aperfeiçoando nossa condição natural pecadora. Quando entendeu esta verdade, Agostinho, o monge que tentou por décadas se autojustificar, disse: "non posse non peccare" demostrando assim a total incapacidade do homem pós-queda de viver uma vida imaculada diante de Deus.
Contudo, Paulo continua na sua carta, "Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos". E esse "Um" é o nosso Cristo, o Redentor. Aquele que nos redime, que nos torna justo diante de um tribunal que nos puniria sem misericórdia. Em teologia, redenção é o resgate da humanidade por Jesus Cristo. E essa redenção ainda nos traz alguns privilégios, a saber: o perdão dos pecados, a justiça e a vida eterna. Segundo Berkhof, na aliança da redenção, Cristo é o Fiador, ou seja, aquele que se faz responsável pelo cumprimento das obrigações legais de outra pessoa. No Direito romano há a figura do "expromissor", aquele que se encarrega incondicionalmente de pagar por outrem, livrando imediatamente a parte culpada da sua responsabilidade. E foi isso que Cristo fez no Gólgota.
O que fazer diante de um Cristo que é Redentor, diante "Daquele que é o resplendor da glória de Deus e a expressa imagem da Sua pessoa"? (Hb 1.3). Somente uma atitude pode nos fazer receptores desta grande obra de redenção: a Rendição. Render-se a alguém é entregar-se ao seu domínio, é dizer: chega, não posso continuar, leve-me em seus braços! Rendição é dizer não à nossa pseudo autonomia e jogar-se nas águas serenas do mar da graça de Deus. E é isso que eu e você precisamos fazer todos os dias: voltar Àquele que nos amou primeiro (1 Jo 4.19), porque, usando novamente as palavras paulinas, "Dele e por Ele e para Ele são todas as coisas". (Rm 11:36). Portanto, renda-se!
Tony
faos.ead@gmail.com
Todos os dias milhares de turistas passam por ele tirando suas "selfies" e enviando-as pelos quatro cantos. Línguas estranhas e rostos diversos se aglomeram e disputam o melhor lugar para admirar aquela obra titânica que do alto, parece abençoar a baía da Guanabara e toda a sua geografia. Jatos passam próximo a ele, quase tocando seus dedos antes de tocarem a pista do lendário Santos Dumont. Quantos destes transeuntes se perguntam o porquê do nome Redentor? Aliás, o que seria uma redenção? O que aquele Cristo fez para ter este título? Dali do alto da varanda do hotel, sentei, orei e desejei que muitos pudessem saber a verdadeira história.
Redenção é o ato de redimir ou remir alguém, significa libertação, reabilitação, reparo, salvação. É o ato de adquirir de novo, de resgatar alguém de um cativeiro, de tirar do poder alheio. É livrar-se de um passo arriscado, de forma que alguém "sem redenção" significa irremediavelmente, inevitável, infalível. É o recurso capaz de livrar ou salvar alguém de situação aflitiva ou perigosa. Para cumprir uma tarefa tão sublime como essa é preciso ser um Redentor, aquele que traz a redenção a alguém que é ou estar totalmente incapaz de salvar a si mesmo. E milhões estão, neste momento, necessitados desta obra, a um passo da total e infindável separação de Deus que, por sua santidade e justiça, não pode aceitar ninguém no seu estado natural de pecado, a não ser que um outro alguém possa, em seu lugar, receber a condenação e pagar o preço justo pela dívida cometida. Muitos vão se perguntar: que infração cometi? Que pena eu tenho que pagar e por quê?
Na sua carta aos romanos, Paulo responde e explica a pergunta acima: "Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm 5.12). A sentença é clara: todos pecaram, e isto inclui eu e você. O pecado está impregnado no coração do homem e da mulher desde o primeiro suspiro e os marcam como o boi é marcado pelo seu dono. O pecado corre nas veias humanas como se fosse os glóbulos vermelhos que transportam oxigênio do pulmão para nossos tecidos e está presente em cada célula do corpo de forma que nenhuma ação ou obra humanas é capaz de expulsá-lo ou exterminá-lo. Já nascemos com este problema congênito e pior, nos tornamos cada vez mais doentes aperfeiçoando nossa condição natural pecadora. Quando entendeu esta verdade, Agostinho, o monge que tentou por décadas se autojustificar, disse: "non posse non peccare" demostrando assim a total incapacidade do homem pós-queda de viver uma vida imaculada diante de Deus.
Contudo, Paulo continua na sua carta, "Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos". E esse "Um" é o nosso Cristo, o Redentor. Aquele que nos redime, que nos torna justo diante de um tribunal que nos puniria sem misericórdia. Em teologia, redenção é o resgate da humanidade por Jesus Cristo. E essa redenção ainda nos traz alguns privilégios, a saber: o perdão dos pecados, a justiça e a vida eterna. Segundo Berkhof, na aliança da redenção, Cristo é o Fiador, ou seja, aquele que se faz responsável pelo cumprimento das obrigações legais de outra pessoa. No Direito romano há a figura do "expromissor", aquele que se encarrega incondicionalmente de pagar por outrem, livrando imediatamente a parte culpada da sua responsabilidade. E foi isso que Cristo fez no Gólgota.
O que fazer diante de um Cristo que é Redentor, diante "Daquele que é o resplendor da glória de Deus e a expressa imagem da Sua pessoa"? (Hb 1.3). Somente uma atitude pode nos fazer receptores desta grande obra de redenção: a Rendição. Render-se a alguém é entregar-se ao seu domínio, é dizer: chega, não posso continuar, leve-me em seus braços! Rendição é dizer não à nossa pseudo autonomia e jogar-se nas águas serenas do mar da graça de Deus. E é isso que eu e você precisamos fazer todos os dias: voltar Àquele que nos amou primeiro (1 Jo 4.19), porque, usando novamente as palavras paulinas, "Dele e por Ele e para Ele são todas as coisas". (Rm 11:36). Portanto, renda-se!
Tony
faos.ead@gmail.com
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