Palavra do leitor
- 14 de abril de 2020
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Cristo em nós (Parte 2)
Parte 1
Considera-se agora a definição de Barth de cristão. Neste ponto as palavras do próprio Barth são claras: "O cristão é o Cristo. O cristão é aquilo em nós que não somos nós, mas Cristo em nós". Assim, considera-se duas coisas desta afirmação, primeiramente que o cristão não é aquele que foi batizado, ou arrolado como membro de uma igreja e muito menos um pequeno grupo dos melhores, mais nobres e devotos cristãos que há lembrança; em segundo lugar, não deve-se entender o "Cristo em nós" como um fator psicológico, ou ser possuído, ou tomado por algo. Desta maneira, a qualidade do cristão ou do "Cristo em nós", não se relaciona as próprias virtudes do cristão, mas unicamente aquilo que Cristo faz em nele, por ele, através de dele e transcendendo a ale. Aquilo que nos cristãos aponta para um outro caminho, um novo caminho, diferente do caminho velho que segue a sociedade. Portanto, o cristão não apenas representa uma promessa, mas o cumprimento desta promessa, embora parcialmente, da restauração de todas as coisas.
O quarto ponto a considerar é que o cristão precisa professar. Neste ponto, Barth adverte aos cristãos não reconstruírem a cerca que separava judeus e gentios, pois Cristo não morreu somente por aqueles que já estão na igreja, mas também por muitos que ainda estão lá fora. Assim o cristão não deve se distinguir da sociedade por seu isolamento, mas o seu proposito terá sentido "em seu relacionamento com a vida real, com a vida em sociedade". Mas este problema de isolamento não se resolve ao abrir as portas e fazer o mundo adentrar a Igreja. Este problema é resolvido professando a Cristo, sua promessa, as boas novas, que Ele está no cristão, e assim, a sociedade não está desamparada por Deus. Professando o Deus que não quer e nem se deixa ser utilizado, mas deseja destruir o velho caminho e erigir um novo. Essa não é uma tarefa fácil, professar a Cristo na sociedade requer relacionar o divino com a vida das pessoas e isto não se resolve somente com boa vontade e palpite. Para professar é necessário a Palavra, a boa semente que semeador saiu a semear, sem ela não há cristão na sociedade, não há resposta, não há novo caminho e muito menos um "Cristo em nós".
O que tudo isso que dizer, em meio ao tempo de crise e perplexidade que se encontra nesta pandemia, tanto nos cristãos como na sociedade? Primeiramente, o cristão tem que ser realista e entender que o caminho percorrido pela sociedade é o da Queda e neste caminho o fim não é bom, não há esperança nele. Desta maneira, o cristão como um elemento diferente da sociedade e representante de uma promessa, aponta para uma realidade com esperança para o presente e futuro, sabendo que mesmo nas circunstâncias adversas e trágicas da vida, o "Cristo em nós" é seu único conforto e não está entregue apropria sorte. Com está identidade formada, o cristão deve ser levado a professar, proclamar e anunciar a Cristo a todos que vivem inebriados em falsas esperanças ou que não a possuem. Professar sem hesitar que Jesus Cristo é o verdadeiro consolo e escape do desespero.
Citações retiradas de: BARTH, Karl. Dádiva e louvor: ensaios teológicos de Karl Barth. Tradução de Walter O. Schulpp, Luís Marcos Sander e Walter Altmann. Editora Sinodal. São Leopoldo, 2006.
Considera-se agora a definição de Barth de cristão. Neste ponto as palavras do próprio Barth são claras: "O cristão é o Cristo. O cristão é aquilo em nós que não somos nós, mas Cristo em nós". Assim, considera-se duas coisas desta afirmação, primeiramente que o cristão não é aquele que foi batizado, ou arrolado como membro de uma igreja e muito menos um pequeno grupo dos melhores, mais nobres e devotos cristãos que há lembrança; em segundo lugar, não deve-se entender o "Cristo em nós" como um fator psicológico, ou ser possuído, ou tomado por algo. Desta maneira, a qualidade do cristão ou do "Cristo em nós", não se relaciona as próprias virtudes do cristão, mas unicamente aquilo que Cristo faz em nele, por ele, através de dele e transcendendo a ale. Aquilo que nos cristãos aponta para um outro caminho, um novo caminho, diferente do caminho velho que segue a sociedade. Portanto, o cristão não apenas representa uma promessa, mas o cumprimento desta promessa, embora parcialmente, da restauração de todas as coisas.
O quarto ponto a considerar é que o cristão precisa professar. Neste ponto, Barth adverte aos cristãos não reconstruírem a cerca que separava judeus e gentios, pois Cristo não morreu somente por aqueles que já estão na igreja, mas também por muitos que ainda estão lá fora. Assim o cristão não deve se distinguir da sociedade por seu isolamento, mas o seu proposito terá sentido "em seu relacionamento com a vida real, com a vida em sociedade". Mas este problema de isolamento não se resolve ao abrir as portas e fazer o mundo adentrar a Igreja. Este problema é resolvido professando a Cristo, sua promessa, as boas novas, que Ele está no cristão, e assim, a sociedade não está desamparada por Deus. Professando o Deus que não quer e nem se deixa ser utilizado, mas deseja destruir o velho caminho e erigir um novo. Essa não é uma tarefa fácil, professar a Cristo na sociedade requer relacionar o divino com a vida das pessoas e isto não se resolve somente com boa vontade e palpite. Para professar é necessário a Palavra, a boa semente que semeador saiu a semear, sem ela não há cristão na sociedade, não há resposta, não há novo caminho e muito menos um "Cristo em nós".
O que tudo isso que dizer, em meio ao tempo de crise e perplexidade que se encontra nesta pandemia, tanto nos cristãos como na sociedade? Primeiramente, o cristão tem que ser realista e entender que o caminho percorrido pela sociedade é o da Queda e neste caminho o fim não é bom, não há esperança nele. Desta maneira, o cristão como um elemento diferente da sociedade e representante de uma promessa, aponta para uma realidade com esperança para o presente e futuro, sabendo que mesmo nas circunstâncias adversas e trágicas da vida, o "Cristo em nós" é seu único conforto e não está entregue apropria sorte. Com está identidade formada, o cristão deve ser levado a professar, proclamar e anunciar a Cristo a todos que vivem inebriados em falsas esperanças ou que não a possuem. Professar sem hesitar que Jesus Cristo é o verdadeiro consolo e escape do desespero.
Citações retiradas de: BARTH, Karl. Dádiva e louvor: ensaios teológicos de Karl Barth. Tradução de Walter O. Schulpp, Luís Marcos Sander e Walter Altmann. Editora Sinodal. São Leopoldo, 2006.
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